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AMAPÁ APOIA DESMATAMENTO ZERO

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Abril de 2012

A bordo do navio Rainbow Warrior, senadores Randolfe Rodrigues e João Capiberibe também assinam a petição pela lei que pretende zerar a devastação florestal.

Ainda há esperança para as florestas após a derrubada do Código Florestal no Congresso Nacional. A lei de iniciativa popular pelo Desmatamento Zero no Brasil é uma alternativa para os brasileiros que, ao contrário do Congresso, acreditam ser fundamental preservar as florestas do país. Representando o estado mais preservado da Amazônia – e do Brasil, Carlos Camilo Capiberibe, do Amapá, foi o primeiro governador a assinar a petição, declarando seu apoio à iniciativa.

A bordo do navio Rainbow Warrior, o Greenpeace reuniu personalidades da política estadual e municipal na cidade de Macapá, além de técnicos do ICMBio, responsáveis pela conservação dos Parques Nacionais, para receber o apoio à iniciativa que visa acabar com a destruição das matas nativas brasileiras. Além do governador do estado, estavam presentes também os senadores João Capiberibe (PSB-AP) e Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), que igualmente assinaram a petição pela lei do Desmatamento Zero.

“O novo Código Florestal atenta contra o estado do Amapá. É um retrocesso e uma derrota ao meio ambiente. Nosso estado é um enorme laboratório de desenvolvimentosustentável. Uma das tragédias para as florestas é a produção de ferro gusa. O Haiti não tem mais floresta por conta do ferro gusa, e tentaram fazer isso aqui no Amapá. Por esses motivos, eu coloco a minha assinatura nesse projeto de lei com enorme satisfação”, afirmou o senador João Capiberibe.

O governador Camilo Capiberibe afirmou que a lei do Desmatamento Zero não representa uma ameaça ao desenvolvimento, pois preserva o direito das minorias, como a agricultura familiar, os quilombolas e os povos indígenas. “Essa é uma lei de contraponto ao Código ruralista. O povo da Amazônia quer o PAC das florestas. E é por isso que eu assino, muito tranquilo e com senso de responsabilidade.”

O governo do Amapá foi também o primeiro a revelar ao Brasil os danos do novo Código Florestal a um estado que aposta na economia sustentável. A Secretaria Estadualde Meio Ambiente do Estado (SEMA) divulgou dados preliminares do estudo que mostra os impactos do Código aprovado pelos ruralistas no desmatamento do Amapá.

Segundo a pesquisa, o estado possui apenas 1,2% de seu território desmatado. Com as brechas abertas pelo novo Código, em apenas dois anos esse número quadruplicaria, chegando a 5%. Isso porque o novo texto permite que estados que possuam mais de 65% de seu território em áreas protegidas – caso do Amapá, cujos 72% do território estão divididos entre Terras Indígenas e Unidades de Conservação –, possam ter suas Reservas Legais reduzidas em 50%.

“Com mais de 95% de seu território preservado, o Amapá é um grande exemplo da feliz união entre desenvolvimento econômico e conservação florestal. Estamos aqui para mostrar a Amazônia que prospera com projetos baseados na floresta. A lei do Desmatamento Zero vem como uma alternativa ao desastroso Código Florestal aprovado no Congresso, que impacta diretamente esse estado. Enquanto o Congresso faz uma lei pelo desmatamento, nós fazemos uma pelas florestas”, disse Paulo Adario, diretor da Campanha Amazônia do Greenpeace.

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O verde não está à venda

“A Verde para Sempre não está à venda.” Essa é a mensagem em uma placa que as comunidades extrativistas da Reserva Extrativista (Resex) Verde para Sempre e o Greenpeace deixaram ontem dentro da unidade de conservação federal, localizada em Porto de Moz, no Pará.

Hoje 31 barcos se atracaram em uma “assembleia flutuante” ao navio Rainbow Warrior, que está no município, para pedir ao governo federal que leve adiante a regularização fundiária da reserva.

Isso porque, depois de sua criação, a Resex Verde para Sempre não foi realmente implementada e a regularização fundiária emperrou. Ela ainda não tem plano de manejo, os extrativistas ainda não receberam um documento de concessão de uso da terra e fazendeiros e madeireiros continuam ali, não sendo desapropriados como prega a lei.

Um exemplo da bagunça é o caso da fazenda Amapá. Contra tudo o que a lei fala, um pedaço da reserva foi posta a leilão no ano passado por um juiz da região, para pagar uma dívida de R$ 8 mil de uma madeireira que tem uma posse de 7.200 hectares ali dentro – o dono desta posse nenhum dos extrativistas nunca viu.

•Já assinou a petição pela lei do Desmatamento Zero?

“A falta de regularização fundiária permite que a pressão sobre as unidades de conservação permaneça. Com isso, elas não podem cumprir seu papel de proteger a floresta e quem depende dela para sobreviver”, diz Tatiana de Carvalho, da campanha Amazônia do Greenpeace. “O governo federal posa de ‘amigo da natureza’ e quer vender essa imagem na Rio+20. Mas a verdade é que o descaso toma conta da política ambiental hoje no Brasil.”

A Resex tem quase 1,29 milhão de hectares e fica onde o Rio Xingu encontra o Rio Amazonas. Ela foi criada em 2004 pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, após uma longa batalha das comunidades e do Greenpeace contra madeireiros locais. Em 2002, o rio que cruza a reserva foi bloqueado por barcos dos moradores, que não deixaram balsas carregadas de madeira ilegal saírem da região.

Com a criação, as comunidades esperavam que a pressão sobre a floresta e sobre eles mesmos reduziria. Ela realmente caiu – como mostram os números do desmatamento da região, que foram de 18 mil hectares em 2003 para 1.300 ha em 2011. Mas não parou. Toras de madeira ainda são retiradas ilegalmente, como contam os moradores da reserva.

“Não é a Dilma que está defendendo esse planeta, é o povo da Amazônia. E esse povo foi esquecido pelo governo”, conta Idalino Nunes de Assis, coordenador do Conselho Nacional das Populações Tradicionais. “Somos extrativistas e não vem nada para a gente. Negociação de escritório tem muita, mas orçamento nunca tem. Acorda, Dilma.”


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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