30/05/2012 - Yara Aquino
- Repórter da Agência Brasil
- Brasília – A presidenta
Dilma Rousseff disse hoje (30), em discurso
na entrega do Prêmio Objetivos do Desenvolvimento
do Milênio (ODM) Brasil, no Palácio
do Planalto, que é possível
conciliar o crescimento do país com
a preservação do meio ambiente.
“Mostramos que é possível preservar
nossas florestas, nossa biodiversidade, nossos
rios, nossas riquezas naturais. É possível
tudo isso e, ao mesmo tempo, crescer e desenvolver
a produção agrícola e
industrial."
Na semana passada, a presidenta
Dilma vetou 12 itens do novo Código
Florestal Brasileiro e promoveu mais de 30
alterações de redação
no texto aprovado pela Cãmara dos Deputados.
A finalidade foi a de não permitir
anistia a desmatadores e proibir a atividade
agropecuária em áreas de proteção
permanente (APPs).
No disurso de hoje, Dilma
disse que distribuir renda, assegurar emprego
e garantir serviços públicos
de qualidade são fundamentais para
o crescimento do país. “Percebemos
que a soma de incluir, crescer, proteger e
conservar resulta em desenvolvimento qualitativamente
melhor e quantitativamente maior”.
Dilma ainda citou a Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável, a Rio+20, que começa
dia 13 de junho, no Rio de Janeiro. “Estamos
há um mês da Rio+20 e, sem abrir
mão dos Objetivos de Desenvolvimento
do Milênio, temos que dar passos à
frente e nossos passos à frente são
no sentido do nosso comprometimento com incluir,
proteger, crescer e conservar”.
Ao final da cerimônia,
Dilma fez uma homenagem ao ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva pelo trabalho
dele na busca da erradicação
da pobreza. No momento da homenagem, os participantes
aplaudiram de pé.
A 4ª edição
do Prêmio Objetivos do Desenvolvimento
do Milênio Brasil premiou 20 organizações
sociais e prefeituras. Foram 1.638 práticas
inscritas, sendo 918 de organizações
e 720 de prefeituras. Os premiados receberam
certificados que comprovam a contribuição
para alcançar os ODM. Criado em 2004,
o prêmio é coordenado pela Secretaria-Geral
da Presidência da República,
em parceria com o Programa Nacional das Nações
Unidas para o Desenvolvimento (Pnud).
A partir de debates com
a comunidade internacional, a Organização
das Nações Unidas (ONU) definiu
um conjunto oito metas a serem cumpridas até
2015, relacionadas a questões como
redução da pobreza, da mortalidade
infantil, garantia de educação
básica e combate à aids. Líderes
de 191 países – entre eles o Brasil
– se comprometeram a seguir as metas, conhecidas
como ODM.
+ Mais
Investimentos para reduzir
desmatamento podem sustentar até 8
milhões de novos empregos
31/05/2012 - Carolina Gonçalves
- Repórter da Agência Brasil
- Brasília - Cerca de US$ 30 bilhões
que são gastos, por ano, em investimentos
internacionais para a redução
de desmatamentos e da degradação
das florestas poderiam sustentar até
8 milhões de novos empregos nos países
em desenvolvimento, mostra o relatório
Rumo ao Desenvolvimento Sustentável:
Oportunidades de Trabalho Decente e Inclusão
Social em uma Economia Verde, divulgado hoje
(31) pela Iniciativa Empregos Verdes.
Especialistas do Programa
das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (Pnuma), da Organização
Internacional do Trabalho (OIT), Organização
Internacional de Empregadores (OIE) e da Confederação
Sindical Internacional (CSI) mostram no documento
como uma economia favorável ao meio
ambiente pode garantir empregos e trabalho
decente em qualquer país.
Na Alemanha, um programa
de renovação de prédios
para melhorar a eficiência energética,
por exemplo, tem mobilizado 100 bilhões
de euros em investimentos. Além da
economia com as contas de energia, a medida
criou quase 300 mil empregos diretos por ano.
Segundo o documento, pelo
menos metade da força de trabalho mundial
(cerca de 1,5 bilhão de pessoas) será
afetada caso os países adotem a economia
verde como novo padrão. As mudanças
atingiriam todos os setores, mas teriam maior
impacto em atividades como a agricultura,
silvicultura, pesca, energia, indústria
manufatureira, reciclagem, construção
e o transporte.
“Dezenas de milhões
de empregos já foram criados por essa
transformação. Por exemplo,
o setor de energia renovável já
emprega cerca de 5 milhões de trabalhadores,
mais que o dobro do número de empregos
entre 2006 e 2010”, destacam os especialistas.
Outra fonte de empregos
verdes apontada pelo levantamento é
a da eficiência energética, principalmente
na indústria da construção,
que foi o setor mais afetado pela crise econômica.
Os especialistas da OIT, do Pnuma, da OIE
e da CSI dizem ainda que a reciclagem é
decisiva para a questão da eficiência
do setor, com a redução de desperdiço,
o tratamento adequado de resíduos e
a recuperação de materiais de
valor, além do potencial de inclusão
social e redução da pobreza.
“É provável que a produção
de energia fóssil experimente a perda
de empregos. São necessárias
políticas para garantir uma transição
justa para os trabalhadores”, destaca, como
exemplo, o estudo.