Panorama
 
 
 
 

ENGAJAMENTO PELA BIODIVERSIDADE

Panorama Ambiental
Brasília (DF) – Brasil
Maio de 2012

18 Maio 2012 - Esta semana representantes de diversos setores da sociedade brasileira entregaram ao Ministério do Meio Ambiente (MMA) sua posição sobre as metas que devem integrar a estratégia brasileira de conservação da biodiversidade até 2020.

O documento, entregue em evento em Brasília, foi resultado de um longo processo de discussão entre movimentos sociais, setor privado, diferentes níveis de governo, sociedade civil organizada e academia que envolveu mais de 280 instituições por meio de reuniões e consulta pública.

O processo de elaboração dessa proposta começou após a aprovação do Plano Estratégico sobre o tema da Convenção sobre Diversidade Biológica (CDB), em conferência no Japão em 2010.

O Brasil, que participou da conferência e é membro dessa convenção da Organização das Nações Unidas, ao aprovar o plano estratégico se comprometeu a elaborar sua estratégia nacional e plano de ação de conservação da biodiversidade para 2020.

Nesse sentido, durante todo o ano de 2011, o Ministério do Meio Ambiente (MMA) – em parceria com o WWF-Brasil, a União Internacional para Conservação da Natureza (UICN) e o Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) – realizou um série de encontros com diferentes setores da sociedade e colheu suas contribuições para iniciar a elaboração da estratégia.

Durante a mesa de abertura do evento, a Ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, reforçou a importância da diversidade de setores e organizações participantes desse processo, cujo resultado reflete as diferentes expectativas da sociedade brasileira. “Vários setores que interagiam marginalmente, estão se engajando para um debate mais central”, afirmou. “Estão buscando caminhos para o diálogo e isso é muito bom”, acrescentou Teixeira.

Em diversos encontros, os representantes dos setores da sociedade brasileira debateram os cinco objetivos do Plano Estratégico da CDB e suas 20 metas para chegar a um acordo de como adaptar o plano à realidade do Brasil. Os diferentes setores alcançaram consenso sobre 17 metas, enquanto as demais incluíram duas ou três propostas que representam a diversidade de opiniões dos diferentes setores.

Além do documento entregue, outros subsídios valiosos também foram passados ao MMA, tais como propostas de sub-metas e ações estratégicas que poderão contribuir para a elaboração de um plano de ação que irá garantir o alcance das metas.

“Esse processo participativo e democrático da elaboração da proposta de como devemos agir como sociedade para conservar a biodiversidade no Brasil é inédito e bastante animador. Somente com engajamento da sociedade e comprometimento do governo podemos proteger nosso patrimônio natural”, afirmou a secretária-geral do WWF-Brasil, Maria Cecília Wey de Brito, no evento.

Para Maria Cecília, essa postura do Brasil é fundamental para que o país chegue à próxima Conferência da Convenção sobre Diversidade Biológica, que acontece este ano na Índia, com a mesma liderança exercida em 2010, e com um possa apresentar suas metas, estratégias e recursos necessários durante a negociação sobre mobilização de recursos financeiros que deverá ocorrer na Conferência.

“É ainda essencial que o Brasil, como próximo passo, transforme suas metas e a estratégia para a conservação da biodiversidade em um instrumento legalmente vinculante, ou seja, que tenha força de lei para de fato ser cumprida”, completou a secretária-geral.

Já o secretário de Biodiversidade e Florestas (SBF) do Ministério do Meio Ambiente, Roberto Cavalcante afirmou que o governo irá considerar a proposta entregue na definição final das metas nacionais de biodiversidade para 2020 e na elaboração de um plano de ação para implementação da estratégia que será apresentada na próxima conferência. “Acredito que esse esforço gerou um grande conjunto de consensos e bons cenários que simplificam e ajudam o trabalho da SBF nos próximos passos para definição das metas nacionais. A representatividade e qualidade da análise realizada é fundamental, indicando quais são os parceiros, grupos e organizações que validam esse resultado”, ressaltou Cavalcante.

*O processo de elaboração da proposta de metas da estratégia brasileira contou com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, Alimentação e Assuntos Rurais do Reino Unido (Defra) e do Projeto Nacional de Ações Integradas Público-Privadas para Biodiversidade (Probio II).

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Consumo cada vez maior e utilização de mais recursos por população crescente aumenta a pressão sobre o planeta

15 Maio 2012 - A demanda cada vez maior por recursos por uma população crescente está causando uma enorme pressão sobre a biodiversidade do planeta e ameaça nosso futuro em termos de segurança, saúde e bem-estar. É o que revela a edição de 2012 do Relatório Planeta Vivo da Rede WWF, principal pesquisa bianual sobre a saúde do planeta, lançado hoje pelo WWF.

Produzido em colaboração com a Sociedade Zoológica de Londres e a Global Footprint Network (Rede da Pegada Mundial), o relatório deste ano foi lançado nesta terça-feira (15 de maio) na Estação Espacial Internacional pelo astronauta holandês André Kuipers, que apresentou uma perspectiva única da situação do planeta em sua missão na Agência Espacial Europeia.

“Temos apenas um planeta. Daqui de cima, posso ver a pegada da humanidade, inclusive os incêndios florestais, a poluição do ar e a erosão – são desafios que se refletem nesta edição do Relatório do Planeta Vivo”, afirmou Kuipers, ao apresentar o relatório durante sua segunda missão espacial. “Embora o planeta sofra pressões insustentáveis, nós temos a capacidade de salvar o nosso lar, não apenas em nosso próprio benefício mas, sobretudo, para as próximas gerações”, completou Kuipers.

A versão completa do relatório está disponível apenas em inglês, mas o WWF-Brasil lançou nesta terça-feira, em Brasília, a versão reduzida do estudo, o Sumário Relatório Planeta Vivo, a Caminho da Rio+20. A publicação traz os principais resultados do relatório e uma análise da situação ambiental do planeta nestes últimos 20 anos, desde a Rio 92 até a Rio+20.

O Relatório do Planeta Vivo utiliza o Índice Planeta Vivo, mundial, para medir as mudanças na saúde dos ecossistemas do planeta, por meio do rastreamento de 9 mil populações de mais de 2.600 espécies. Esse índice global mostra uma diminuição de quase 30%, desde 1970, que é mais acentuada nos trópicos – onde foi constatado um declínio de 60% em menos de 40 anos. Assim como a biodiversidade se encontra numa tendência descendente, a Pegada Ecológica do Planeta Terra – que é outro indicador chave utilizado nesse relatório - ilustra como a nossa demanda por recursos naturais se tornou insustentável.

“Vivemos como se tivéssemos um planeta extra à nossa disposição. Utilizamos 50% mais recursos do que o planeta Terra pode produzir de forma sustentável. A menos que a gente altere esse rumo, esse número vai aumentar rapidamente - até 2030, até mesmo dois planetas não serão suficientes”, afirma Jim Leape, Diretor Geral da Rede WWF.

O relatório destaca o impacto do crescimento da população humana e o consumo excessivo como sendo as forças que causam maior pressão sobre o meio ambiente. “Esse relatório é como um check-up do planeta e os resultados indicam que ele está muito doente”, explicou Jonathan Baillie, Diretor do Programa de Conservação da Sociedade Zoológica de Londres. “Se ignorarmos este diagnóstico, isso terá implicações importantes para a humanidade. Nós podemos restaurar a saúde do planeta, mas somente iremos conseguir isso se abordarmos as raízes das causas, que são o crescimento populacional e o consumo excessivo.”

O relatório também destaca o impacto da urbanização como uma dinâmica crescente. Até 2050, duas em cada três pessoas viverão em uma cidade; e a humanidade precisará desenvolver formas novas e aperfeiçoadas de gestão e manejo dos recursos naturais.

A diferença entre os países ricos e pobres também foi destacada neste relatório. Países com renda elevada têm uma Pegada Ecológica que é, em média, cinco vezes a dos países de baixa renda.

Os 10 países com a maior Pegada Ecológica por pessoa são: Catar, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Dinamarca, Estados Unidos da América, Bélgica, Austrália, Canadá, Holanda e Irlanda.

No entanto, de acordo com o Índice Planeta Vivo, o declínio da biodiversidade desde 1970 tem sido mais rápido nos países de baixa renda – o que demonstra como as nações mais pobres e mais vulneráveis subsidiam o estilo de vida dos países mais ricos. A decrescente capacidade biológica (que é a capacidade de uma região de regenerar recursos) exigirá que um país importe recursos essenciais de ecossistemas estrangeiros – o que, potencialmente e em longo prazo, será em detrimento desses países.

“A dependência crescente de recursos externos coloca os países em significativo risco. A crise ecológica torna-se uma causa de nossas crescentes dores econômicas”, afirma Mathis Wackernagel, presidente da Global Footprint Network. “Usar cada vez mais de uma natureza que é cada vez menor é uma estratégia perigosa. No entanto, a maior parte dos países continua nesse caminho. Com isso, eles colocam em risco não apenas o planeta mas - o que é ainda mais importante -, colocam a si próprios em risco.”

O Relatório Planeta Vivo apresenta diversas soluções necessárias para reverter o declínio apresentado pelo Índice Planeta Vivo e para diminuir a Pegada Ecológica para um limite compatível com o planeta. Essas soluções são colocadas como 16 ações prioritárias e incluem uma melhoria nos padrões de consumo, com a atribuição de valor econômico ao capital natural, e a criação de marcos legais e políticos para uma gestão equitativa de alimentos, água e energia.

O lançamento do relatório acontece cinco semanas antes que as nações, empresas e sociedade civil se reúnam no Rio de Janeiro para a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio+20. Passados 20 anos desde a última cúpula mundial sobre o planeta, essa reunião agora constitui uma oportunidade chave para que as lideranças mundiais reconfirmem seus compromissos com a criação de um futuro sustentável.

“O Brasil, que abriga uma de uma das maiores biodiversidades do mundo, tem um papel fundamental nesse processo de mudança, que deve ocorrer não apenas no discurso mas, principalmente, com ações práticas”, afirma Maria Cecília Wey de Brito, Secretária-Geral do WWF-Brasil. E para ela, esse compromisso deve ser de todos: dos governos, dos cidadãos e das organizações da sociedade.

“Os governos devem assumir o compromisso com a conservação ambiental e adotar ações que garantam a proteção dos ecossistemas, como, por exemplo, o incentivo à criação e à implementação de áreas protegidas, o combate ao desmatamento, o incentivo ao consumo responsável e o estímulo a boas práticas produtivas”, ressalta.

De acordo com Maria Cecília, no que se refere às cidades, é fundamental que elas usem mecanismos de avaliação de impactos, como a Pegada Ecológica e adotem políticas públicas de mitigação que ajudem a reduzir os impactos. Ela também destaca o papel do cidadão nesse processo. “Os cidadãos precisam repensar o seu consumo, avaliar até que ponto seus hábitos cotidianos estão impactando o meio ambiente e fazer escolhas mais sustentáveis”.

O lançamento do relatório pelo WWF-Brasil, em Brasília, contou com a presença de Marcos Pontes, primeiro astronauta brasileiro a ver o planeta do espaço. Ele falou sobre a experiência de ver a terra de longe. "Eu gostaria que todas as pessoas tivessem a oportunidade de ver o planeta do alto. A essa distância, é possível ver o quanto ele está sendo degradado". De acordo com Pontes, é muito bom ter o conforto que a cidade oferece mas isso não pode ser feito a custa de destruir nossos recursos naturais, o que vem acontecendo em um ritmo acelerado. "As cidades, vistas do espaço, são como cicatrizes no planeta. O ideal é que elas fossem tatuagens e não cicatrizes", comparou.


 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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