21/05/2012 - Carolina Gonçalves
- Repórter da Agência
Brasil - Brasília – A Conferência
das Nações Unidas sobre Desenvolvimento
Sustentável (Rio+20) corre o risco
de não passar de uma reunião
ministerial, na opinião do ex-secretário
de Meio Ambiente do estado de São Paulo
Fábio Feldmann. Hoje (21), em audiência
na Comissão de Relações
Exteriores do Senado Federal, Feldmann disse
que a única pessoa que pode “salvar”
a Rio+20 é a presidenta Dilma Rousseff.
“Se a principal economia
do mundo [Estados Unidos] não fizer
parte dessa reunião, já tira
o prestígio do evento. O Brasil tem
mais prestígio e também mais
responsabilidades do que há 20 anos”,
defendeu. Segundo ele, a presidenta precisa
retomar os diálogos para garantir a
presença do presidente norte-americano,
Barack Obama, e da chanceler da Alemanha,
Angela Merkel.
Feldmann também criticou
a agenda do evento que, segundo ele, não
reconhece a urgência dos limites do
planeta e a forma de negociações
para o documento final que será discutido
durante a conferência. “A técnica
de negociação está equivocada.
Um mantém a sugestão de outro,
que manteve a sugestão do primeiro.
Não existe prioridade e estamos com
um documento que tem quase 200 páginas”,
disse.
A expectativa do governo
brasileiro é que amanhã (22)
os negociadores mundiais apresentem um documento
mais reduzido para pautar o debate na Rio+20.
A Organização das Nações
Unidas (ONU) convocou uma nova rodada de negociações,
que começa na semana que vem, em Nova
York, para chegar a um texto mais suscinto.
O assessor do Ministério
de Ciência, Tecnologia e Inovação,
Carlos Alfredo Joly, disse que os resultados
da conferência dependerão do
quanto essas negociações vão
avançar. “Mas acho que não teremos
metas claras. Talvez tenhamos um rascunho
do que deveriam ser essas metas”, avaliou.
Para Joly, “as mudanças
que vão acontecer depois da Rio+20
serão muito mais por decisões
do mercado do que de compromissos de governo”.
Segundo ele, a iniciativa privada já
vem dando sinais de uma mudança de
postura.
+ Mais
Collor: sucesso da Rio+20
depende da presença de chefes de Estado
e dos resultados conquistados
21/05/2012 - Carolina Gonçalves
- Repórter da Agência Brasil
- Brasília - A Conferência das
Nações Unidas para o Desenvolvimento
Sustentável (Rio+20) é um evento
completamente diferente da segunda Conferência
Mundial para o Meio Ambiente e Desenvolvimento
(Rio92), segundo o senador Fernando Collor
(PTB/AL), que preside a Comissão de
Relações Exteriores do Senado
Federal. Collor, que foi presidente da República
durante a Rio92, disse que hoje o mundo e
o Brasil têm uma nova pauta e que as
ambições devem ser maiores.
Segundo Collor, a Rio+20
será medida por dois aspectos. Um deles
é a presença de chefes de Estado
e de Governo. “Não se trata mais de
convite, mas de convocação.
Está faltando esforço de liderança
à presidenta Dilma Rousseff, que precisa
ligar para os outros chefes de Estado como
fez com [Vladmir] Putin [presidente da Rússia]
e [François] Hollande [França].
A presidenta precisa assumir isso com vigor.
Só assim daremos um peso político
a Rio+20”, disse.
Até a semana passada,
117 chefes de Estado e de Governo já
tinham informado que vão participar
dos debates, mas alguns países, como
os Estados Unidos e Reino Unido, devem enviar
ministros e assessores. O presidente norte-americano,
Barack Obama, está em campanha pela
reeleição.
“Ninguém vai perder
ou ganhar uma eleição por comparecer
um dia no Brasil para participar da Rio+20.
O primeiro-ministro britânico justificou
que não viria, porque não vai
ao mesmo país no mesmo ano. O território
onde acontece a Rio+20 é um território
das Nações Unidas. E a presença
da Alemanha (Angela Merkel) também
é importante”, criticou Collor.
A segunda medida para calcular
o sucesso da Conferência, segundo o
senador, será baseada nos resultados
dos debates. “E os resultados têm que
ser ambiciosos e afirmativos. Nada como foi
o rascunho zero que nos foi enviado. O documento
era vergonhoso, não dizia nada. Era
um ajuntamento de intenções
que burocratas colocaram lá”, alertou
o senador.