18 Julho 2012
- Planejar a gestão da água,
promover seu consumo consciente, integrar
o manejo sustentável da água
e da floresta, integrar o uso do solo com
a gestão do insumo, reduzir o impacto
que as mudanças climáticas podem
provocar para a população e
o meio ambiente e garantir a sobrevivência
das futuras gerações.
Estes são alguns
dos objetivos do Plano Estadual de Recursos
Hídricos desse Estado (PERH-AC) elaborado
pelo Governo do Acre, o WWF-Brasil – por meio
do programa Água para a Vida desenvolvido
em parceria com o Grupo HSBC - e a sociedade
civil local.
A iniciativa, lançada
no último dia 13, torna o Acre o primeiro
estado da região Amazônica a
estabelecer sua Política de Gestão
dos Recursos Hídricos, avançando
a gestão para onde se encontram 70%
das reservas de água doce do país,
sinalizando que esta deva ser pró-ativa
e preventiva.
O Plano conta com ações
já em andamento, como a implantação
da Rede de Monitoramento de Qualidade da Água
dos principais rios e mananciais do estado.
Além disso, foram incrementadas ao
projeto as propostas do Programa Água
para a Vida de monitoramento de eventos hidrológicos
críticos e o Programa de Conservação
e Recuperação de Nascentes e
Matas Ciliares da Bacia do Rio Acre, onde
se concentram cerca de 50% da população
do estado e há problemas de secas e
cheias desde 2005.
Também merecem destaque
o estímulo à criação
de comitês de bacias hidrográficas,
o apoio à participação
dos municípios na gestão das
bacias e a promoção permanente
de cursos destinados à população
sobre gestão de recursos hídricos,
dentre outros projetos e programas.
Para o desenvolvimento do
PERH-AC, foi realizado mapeamento da quantidade
e qualidade da água no estado, avaliados
os setores econômicos e as demandas,
assim como os potenciais conflitos pelo insumo.
A gestão foi dividida
em seis unidades, que correspondem às
bacias hidrográficas dos rios Juruá,
Tarauacá, Envira-Juruparí, Purus,
Acre-Iquiri e Abunã. Um dos grandes
avanços da iniciativa é reconhecer
a água como bem público e direito
fundamental à vida e não apenas
como recurso.
“Estamos cientes de que
o lançamento do Plano encerra apenas
uma das etapas de um grande desafio: transformar
a gestão da água, que vem sendo
realizada de forma reativa em meio a conflitos,
em uma gestão proativa. A partir de
agora, nosso objetivo é a implementação
do programa. Para isso, a participação
da sociedade é fundamental.
Na região Amazônica,
onde a água é abundante, temos
a oportunidade de prever, planejar, evitando
disputas pelo uso da água. Mas, se
isso for impossível, o Plano permitirá
que a sociedade esteja preparada para enfrentar
situações de conflito”, explica
Glauco Kimura de Freitas, coordenador do Programa
Água para a Vida do WWF-Brasil.
O projeto é resultado
do compromisso do Governo do Acre e de ampla
discussão com a sociedade local, que
percorreu grandes distâncias para participar
de cursos de capacitação, oficinas
e reuniões. Tudo para melhor entender
a questão da água no Estado,
que já enfrenta problemas.
No início de
2012, por exemplo, o Rio Acre teve a maior
cheia desde 1997. Mais de 100 mil pessoas
ficaram desabrigadas e a cidade de Brasileia,
a 233 quilômetros de Rio Branco, completamente
isolada.