31/07/2012 - 15h11
Meio Ambiente
Carolina Gonçalves
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A expectativa em torno de
mais uma redução do desmatamento
na Amazônia foi confirmada hoje (31)
pela ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Dois dias antes da divulgação
oficial dos dados mensais de monitoramento
da maior floresta tropical do planeta, a ministra
disse que, apesar de o balanço geral
do desmatamento registrado entre 2011 e 2012
ser favorável, os dados também
apontam a necessidade de melhoria das ações
de controle.
“Temos que melhorar a atuação
em relação à questão
do desmatamento puxadinho [abate de árvores
concentrado em áreas inferiores a 25
hectares], às propriedades que estão
licenciadas e estão desmatando ilegalmente
e às oportunidades do Cadastro Ambiental
Rural (CAR), mas também às limitações
desse cadastro”, disse Izabella Teixeira.
O cadastro, que servirá
como instrumento para monitorar a situação
de áreas de preservação
permanente (APPs) das propriedades rurais
do país, ainda está sendo testado
nos estados de Mato Grosso e do Pará.
Ontem (30), o governo paraense
comemorou a retirada do município de
Ulianópolis, localizado na região
do Rio Capim, da lista de embargo do Ministério
do Meio Ambiente. Para deixar de compor a
lista dos maiores desmatadores do país,
o município precisa registrar menos
de 47 quilômetros quadrados de desmatamento
durante o ano e ter 80% do CAR efetivado no
município.
“Você ainda tem desmatamento
expressivo no Pará, mas é importante
a mudança com avanço das políticas
públicas. O Cadastro Ambiental Rural
vai ser essencial para regularização
fundiária e ambiental”, avaliou a ministra.
Mesmo com o registro de
redução do desmatamento, a situação
da Amazônia é motivo de preocupação
permanente do governo, que mantém as
atenções voltadas para a dinâmica
de ocupação da área e
para a regularização das atividades
econômicas nas unidades de conservação
e nas terras indígenas na região.
“O desafio não é
só o desmatamento, mas o crescente
avanço do garimpo na Amazônia,
particularmente em terras indígenas,
que é algo que achamos que estava minimizado”,
explicou Izabella Teixeira.
Como os dados ainda não
são oficiais, a ministra limitou-se
a informar que os números “são
impressionantes” e que o ministério
está monitorando as ocorrências.
“Estamos verificando o que está acontecendo
e a fiscalização já está
atuando, principalmente em terras indígenas”,
disse ela.
Na semana passada, na Terra
Indígena Kayapó, em Tucumã,
no Pará, fiscais da Fundação
Nacional do Índio (Funai) apreenderam
uma balsa transportando escavadeira hidráulica,
trator com carreta, sete motores com bombas
de sucção acopladas, 15 mil
litros de óleo diesel, barco de alumínio
com motor de popa, gêneros alimentícios
e outros materiais utilizados no garimpo ilegal
de ouro. De acordo com o órgão,
um grupo de garimpeiros pretendia invadir
a terra indígena para desenvolver a
atividade clandestina nas proximidades da
Aldeia Gorotire.
A Funai foi procurada
pela Agência Brasil para fornecer mais
informações sobre denúncias
e fiscalização de atividades
de garimpo ilegal na região, mas não
se manifestou até o horário
de publicação desta matéria.
Os servidores do órgão estão
em greve.