11/07/2012 - 11h54
Meio Ambiente
Marcos Chagas
Repórter da Agência Brasil
Brasília - O parecer do senador Luiz
Henrique (PMDB-SC) apresentado hoje (11) na
comissão especial do Congresso que
analisa a admissibilidade da Medida Provisória
571, que trata do Código Florestal,
desagradou a representantes das bancadas ambientalista
e ruralista.
Os deputados que formam
maioria na comissão resolveram entrar
em obstrução e não dar
quórum para a votação
do parecer, amanhã (12). Ela foi marcada
pelo presidente da comissão, Elvino
Bohn Gass (PT-RS) para as 10 horas desta quinta-feira
mesmo com o aviso dos parlamentares de que
não comparecerão.
As duas bancadas querem
adiar para a primeira semana de agosto a análise
e votação da matéria
na comissão e no plenário da
Câmara. “Vamos encaminhar o parecer
às federações de Agricultura
e cooperativas para saber qual o impacto financeiro
[da proposta] nos nossos estados. Precisamos
de tempo para receber o aval do setor organizado”,
justificou o deputado da Frente Parlamentar
da Agropecuária, Abelardo Lupion (DEM-PA).
O deputado Sarney Filho
(PV-MA) decidiu fazer um acordo com os ruralistas
para ganhar tempo e tentar mobilizar entidades
e movimentos ligados à defesa do meio
ambiente. A decisão de boicotar a votação
do parecer de Luiz Henrique foi tomada hoje
pela bancada do PV.
O relator acredita que ainda
há tempo para tentar negociar um novo
texto que viabilize a votação
da matéria. Segundo ele, a decisão
de obstruir a reunião desta quinta-feira
é um ato isolado “de alguns parlamentares”
e não representa o pensamento do conjunto
dos deputados e senadores que integram a comissão
e o Parlamento.
O presidente da comissão
qualificou o boicote de parte dos deputados
de “ato protelatório”. Ele acrescentou
que a atitude prejudicará ambas as
partes. Ele ressaltou que os maiores prejudicados
serão os agricultores familiares.
“O que acontece se
houver essas medidas protelatórias
e nós não pudermos votar [no
Congresso]? Expira o prazo [de vigência
da medida], morre a MP e o meio ambiente não
será regenerado, não terá
a plantação das matas ciliares
que estão postas e nem os agricultores
familiares terão o diferencial [de
recuperação de áreas
de preservação permanente]",
frisou Bohn Gass.