Panorama
 
 
 
 

SEIS ANOS DE MORATÓRIA

Panorama Ambiental
São Paulo (SP) – Brasil
Julho de 2012

Notícia - 24 - jul – 2012 - Renovado ano passado, com validade até o fim de 2012, o compromisso da indústria de soja por uma produção na Amazônia sem desmatamento chega ao sexto ano.

Nesta terça-feira, a Moratória da Soja completa seis anos. Assinada pela primeira vez em 2006, após uma série de denúncias feitas pelo Greenpeace ligando a produção do grão na Amazônia e o desmatamento, o pacto foi renovado anualmente – e desde então as empresas comercializadoras de soja representadas pela Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e pela Associação Brasileira de Exportadores de Cereais (ANEC) se comprometem a não comprar o grão de áreas que foram desmatadas após a assinatura do termo.

A continuidade do acordo tem muito a ver com a atitude dos consumidores, que não querem mais produtos que tenham a ver com a destruição da floresta. Prova disso é uma nota divulgada na renovação do compromisso, ano passado, por um grupo de empresas consumidoras da soja brasileira, como McDonald’s, Carrefour e Tesco: “Uma das razões pelas quais a moratória da soja é bem-sucedida reside no fato de que ela é mais ambiciosa que a legalidade – mirando o desmatamento zero”.

“A renovação do compromisso ao longo dos últimos anos mostra que existe um setor do agronegócio que acordou para as exigências do mercado. Produtos que custam a destruição da floresta são inaceitáveis no século 21”, afirma Adrilane Oliveira, coordenadora da campanha de soja do Greenpeace. No último ano, o presidente da Abiove, Carlos Lovatelli, também ratificou os ganhos de uma produção sem desmatamento: “Estamos passando por um momento muito positivo, pois essa era uma demanda do mercado. Hoje, somos elogiados”, disse.

Basta olhar para os números da indústria para concluir que uma produção livre de desmatamento não é entrave ao crescimento. No Mato Grosso, por exemplo, principal estado produtor de soja na Amazônia, as exportações do produto aumentaram nos últimos anos. Enquanto em 2007 o estado exportava 6,8 bilhões de toneladas de soja, em 2011 o número chegou a 9,6 bilhões.

Renovado em outubro do ano passado pelo quinto ano consecutivo, a Moratória da Soja tem validade até o fim de 2012, quando a indústria senta-se novamente com o governo e representantes da sociedade civil para discutir os próximos passos.

A participação da indústria, de empresas e da sociedade civil é essencial para que o pacto pelo desmatamento zero funcione e seja estendido para outros setores produtivos. Mas, além disso, é preciso permitir que seja respeitada a demanda da população – que produção e preservação ambiental caminhem em conjunto. “O governo precisa se fazer presente de uma vez por todas na região amazônica, para garantir que a produção do agronegócio não seja sinônimo de novas áreas desmatadas”, diz Adrilane.

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Chutando cachorro morto

Notícia - 11 - jul – 2012 - Novamente o desequilíbrio ditou a discussão do Código Florestal no Congresso. O parecer sobre a Medida Provisória Nº 571/2012, apresentado nesta manhã pelo senador Luiz Henrique (PMDB-SC), expressa a falta de interesse por parte do Parlamento em defender a proteção da vegetação nativa brasileira. O novo Código, que há muito já deixou de ser florestal, luta, moribundo, para não ser ainda mais desfigurado.

“Das mais de 700 emendas à MP publicada pela presidente Dilma Rousseff, apenas aquelas apresentadas pela bancada ruralista foram majoritariamente acatadas. Aos ambientalistas não restou quase nenhum alento. O que já estava ruim ficou ainda pior”, afirmou Marcio Astrini, coordenador da Campanha Amazônia do Greenpeace.

Benefícios antes concedidos exclusivamente aos pequenos proprietários podem ser estendidos às médias propriedades. Exemplo disso é o artigo que trata da recomposição de Área de Preservação Permanente (APP). Segundo o relatório, os donos de imóveis com até dez módulos fiscais não precisarão recuperar tudo que deveriam, mas apenas um percentual de até 25% do total de sua área. Na Amazônia, dez módulos podem representar até 1000 hectares, configurando o desejo expresso dos ruralistas de agradar aos grandes produtores.

Outra norma afrouxada pelos ruralistas de plantão foi referente à concessão de crédito rural. No novo texto, os proprietários poderão receber financiamentos com a simples inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR), sendo isenta a necessidade de regularização no mesmo. Além dessas novas regras, o relatório impacta diretamente a proteção florestal quando confere superpoderes aos conselhos estaduais de meio ambiente, no que concerne às regras para APP e Reserva Legal.

“Com a publicação da MP e a postura omissa, o governo deu de presente à bancada ruralista o privilégio de poder rediscutir o Código Florestal, tentando imprimir mais crueldades em cima de uma legislação já destroçada. Antes, para ter crédito, o proprietário tinha que estar regularizado com a legislação. Agora, o Congresso irá permitir que o dinheiro público seja distribuído até para aqueles que estão ilegais”, disse Astrini.

E o governo, sumiu?

Enquanto os parlamentares se digladiam no palco da Comissão Especial criada para analisar a MP, o governo segue a postura adotada durante todo o processo. Finda a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio +20, onde o tema florestal sequer apareceu, o Planalto e a presidente Dilma permanecem calados.

Sem dar ao assunto a devida relevância e desdenhando da necessidade de o país adotar um modelo de desenvolvimento sustentável, o governo parece não se importar com a flagrante possibilidade de uma nova derrota política ser imposta pela Frente do Agronegócio no Congresso.

Ao mesmo tempo em que o governo se ausenta no dever de salvar sua legislação e o maior patrimônio nacional, diminuindo ainda mais os instrumentos de proteção florestal, a sociedade se organiza para aprovar uma lei que de fato rege essa proteção. Mais de 380 mil brasileiros já assinaram a petição pela lei do Desmatamento Zero. Exerça seu direito cidadão e assine também.


 

Fonte: Greenpeace-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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