Quarta, 22 Agosto 2012 -
Governo, iniciativa privada e sociedade civil
fazem sugestões
para reduzir emissões de gases nas
atividades industriais, de mineração,
saúde e em projetos de modalidade urbana.
Lucas Tolentino - As atividades
da indústria, da mineração,
da saúde e dos projetos de mobilidade
urbana seguirão políticas de
redução das emissões
de gases de efeito estufa. Na última
semana, foi concluído o processo de
consulta pública dos Planos Setoriais
de Mitigação e Adaptação
à Mudança do Clima que preveem
medidas para os quatro setores. Ao todo, os
documentos receberam 177 contribuições
de representantes do governo, da iniciativa
privada e da sociedade civil.
O Ministério do Meio
Ambiente (MMA) avaliou como positiva a participação
popular no processo. A gerente Karen Silverwood-Cope,
da Secretaria de Mudanças Climáticas
e Qualidade Ambiental (SMCQ) do MMA, elogiou
as observações enviadas para
os planos setoriais. "As contribuições
foram bastante qualificadas e pertinentes",
disse. "Todas serão julgadas pelos
órgãos competentes."
MÉTODO
O total se refere às
participações enviadas por meio
eletrônico e durante os encontros realizados
em cidades das cinco regiões do país,
organizados pelo Fórum Brasileiro de
Mudanças Climáticas. "Houve
uma participação significativa
da sociedade e da academia, principalmente
na consulta presencial, e a internet se mostrou
como um método eficiente no processo",
acrescentou Karen.
A previsão é
que os planos setoriais estejam concluídos
até o fim do ano. Agora, as sugestões
de alterações aos documentos
serão analisadas pela equipe do MMA
e dos demais órgãos envolvidos.
Após a avaliação técnica,
as contribuições serão
submetidas ao Grupo Executivo sobre Mudança
do Clima (GEx) para incorporação,
ou não, no texto final.
REDUÇÃO
O objetivo da elaboração
dos planos é contribuir para o alcance
da meta nacional de redução
entre 36,1% a 38,9% das emissões projetadas
para 2020. O plano setorial da indústria
trabalhará medidas de mitigação
de emissões de sete áreas: alumínio,
cimento, papel e celulose, químico,
cal, vidro e ferro gusa (aço).
A meta do Acordo de Cooperação
do Plano Indústria, assinado na tarde
da última terça-feira (21/08),
é reduzir em 5%, até 2020, as
emissões dos gases de efeito estufa
nos sete setores industriais. A parceria foi
feita entre o MMA, a Confederação
Nacional da Indústria (CNI) e o Ministério
do Desenvolvimento, Indústria e Comércio
(MDIC) e vale até o fim de 2015.
O plano de mineração
envolve medidas de lavra, beneficiamento físico,
pelotização e transporte interno.
O da saúde sintetiza ações
voltadas para adaptação às
mudanças climáticas. Por fim,
o plano de transportes e mobilidade urbana
trabalhará com o transporte de cargas
e o transporte público de passageiros.
Confira a quantidade de
contribuições feitas por meio
da consulta pública eletrônica:
Plano Indústria:
18 contribuições
Plano Saúde: 7 contribuições
Plano Mineração: 6 contribuições
Plano Transporte e Mobilidade Urbana: 16 contribuições
- Total de contribuições
enviadas nas consultas públicas presenciais:
130
+ Mais
Emissões, pacto e
metas
Segunda, 27 Agosto 2012
- Lucas Tolentino - O governo federal negociará
alianças internacionais para estabelecer
medidas de redução de emissões
de gases poluentes. A delegação
brasileira discutirá, nesta semana,
pactos e metas com representantes de outros
países durante a Conferência
de Mudanças Climáticas, em Bangkok,
capital da Tailândia. O encontro será
realizado entre 30 de agosto e 5 de setembro.
Promovido pela Organização
das Nações Unidas (ONU), o evento
tem a intenção de alinhar países
com intenções semelhantes no
combate ao aquecimento global. Funcionará
como reunião preparatória para
as negociações efetivas que
estarão em pauta na Conferência
das Partes (COP-18), marcada para o fim do
ano, em Doha, capital do Qatar.
ESTRATÉGIAS
Com a participação
de representantes do Ministério do
Meio Ambiente (MMA) e de outros órgãos,
a delegação brasileira desembarcou
em Bangkok para defender as estratégias
e metas nacionais. “Nesse encontro intermediário,
haverá uma discussão técnica
da agenda para que, então, os acordados
sejam validados na reunião ministerial
da COP 18”, explicou o coordenador de Monitoramento
de Emissões de Gases de Efeito Estufa
do MMA, Adriano Santiago.
A Conferência de Bangkok
será dividida em três grupos
temáticos de trabalho. Um deles abordará
os aspectos ligados ao segundo período
do Protocolo de Kyoto, mecanismo que estabelece
metas de redução de emissões
de gases de efeito estufa para os países
signatários.
Os outros dois eixos da
conferência se concentrarão nas
ações de cooperação
de longo prazo e no detalhamento da Plataforma
de Durban, que visa a criação
de um novo instrumento legal para ser acordado
até 2015 e entrar em vigor a partir
de 2020.