Segunda, 13 Agosto 2012
- Fundo Clima promove
encontro de convenentes e fiscais. O objetivo
de debater as iniciativas aprovadas e promover
a aproximação técnica
e administrativa dos gestores.
Lucas Tolentino - Um total
de R$ 12,6 milhões será investido
em ações de combate à
desertificação e recuperação
de áreas degradadas do país.
Os repasses se referem aos convênios
englobados pelo Fundo Nacional de Mudança
Climática (Fundo Clima), do Ministério
do Meio Ambiente (MMA). A execução
dos programas será acompanhada, de
quarta a sexta-feira desta semana (15 a 17/08),
em reuniões que ocorrerão em
Recife (PE).
O primeiro Encontro de Convenentes
e Fiscais de Projeto do Fundo Clima tem o
objetivo de debater as iniciativas aprovadas
e promover a aproximação técnica
e administrativa dos gestores. "Será
uma oportunidade de nivelar o conhecimento
entre todos e servirá também
para a capacitação tanto dos
executores quanto dos fiscais dos projetos",
explicou o gerente do Fundo Clima, Marcos
Del Prette.
Os responsáveis pelos
projetos e os gestores do MMA se reunirão,
nesta quarta-feira, a partir das 8h30. Até
a próxima sexta-feira, os participantes
do encontro apresentarão os projetos
e discutirão as medidas adotadas, com
a presença de representantes das áreas
de controle interno e jurídico do ministério.
O evento será realizado na Superintendência
do Ibama de Recife.
AÇÕES
A maioria dos convênios
será executada no semiárido
e teve a verba aprovada em 2011, com o envolvimento
de estados, municípios, universidades
e sociedade civil. Entre os projetos beneficiados
pelos recursos do fundo, estão iniciativas
para o desenvolvimento tecnológico,
adaptação em erosão costeira,
recuperação de áreas
de mineração e combate à
desertificação.
Os projetos incluem o uso
econômico sustentável da biodiversidade
para produção de matéria-prima
em municípios da caatinga potiguar
e a recuperação da vegetação
degradada na sub-bacia hidrográfica
do Riacho do Brum, em Jaguaribe (CE). Além
disso, há ações destinadas
à preservação e ao reflorestamento
por meio da implantação de 11
viveiros de mudas em Irauçuba (CE).
APOIO
O Fundo Clima é um
dos principais instrumentos da Política
Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC),
com atuação pioneira nas áreas
de apoio a projetos, estudos e financiamentos
de empreendimentos voltados para a mitigação
e a adaptação das mudanças
climáticas. Com natureza contábil
e vinculado ao MMA, o fundo é administrado
por um comitê gestor com representantes
do governo, da sociedade civil, do terceiro
setor, dos estados e dos municípios.
- Confira a lista de convênios
apoiados pelo Fundo Clima:
1. Implantação
de unidade produtiva de biomassa - Prefeitura
de Petrolina (PE)
2. Implantação
de unidades demonstrativas tecnológicas
de secador solar móvel - Secretaria
de Desenvolvimento Econômico e Tecnológico
do Piauí
3. Expansão da Rede
Adapta Sertão para 14 municípios
do território da Bacia do Jacuipe,
na Bahia - Rede de Desenvolvimento Humano
(Redeh).
4. Difusão de tecnologias
e utilização múltipla
integrada dos recursos naturais - Fundação
de Desenvolvimento Sustentável do Araripe
5. Implantação
de módulos de manejo sustentável
da agrobiodiversidade - Secretaria de Meio
Ambiente e Sustentabilidade de Pernambuco
6. Combate à desertificação
em assentamentos e comunidades com tecnologias
sociais - Secretaria de Estado do Meio Ambiente
e Recursos Hídricos de Sergipe
7. Desenvolvimento sustentável
do assentamento Mandacaru - Empresa de Assistência
Técnica e Extensão Rural do
Estado do Ceará
8. Implantação
de 11 viveiros de mudas - Prefeitura Municipal
de Irauçuba (CE)
9. Recuperação
de área degradada em processo de desertificação
na sub-bacia hidrográfica do Riacho
do Brum, em Jaguaribe-CE - Fundação
Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos.
10. Conservação
e uso econômico sustentável da
biodiversidade para produção
de matéria prima e bioprodutos em municípios
da caatinga potiguar - Associação
de Desenvolvimento de Produtos da Socio-Biodiversidade
(Fitovida)
11. Criação
de protótipo para sequestro de carbono
por meio de recuperação de área
degradada e desenvolvimento comunitário
- Instituto Cultural Inhotim
12. Variações
nas taxas de recrutamento e potencial reprodutivo
de invertebrados do inter-maré de costões
rochosos - Universidade de São Paulo
+ Mais
Um bioma singular
Sexta, 17 Agosto 2012 -
Metade das espécies de plantas existentes
no cerrado não é encontrada
em outra região do planeta, alerta
secretário. E precisa de atenção
especial.
Luciene de Assis - O bioma
cerrado e sua biodiversidade foi o tema abordado
nesta sexta-feira (17/08), durante o encontro
O Poder Judiciário e o Meio Ambiente,
promovido, em Brasília, pelo Superior
Tribunal de Justiça (STJ). O secretário
de Biodiversidade e Florestas (SBF) do Ministério
do Meio Ambiente (MMA), Roberto Cavalcanti,
abriu as palestras do dia, lembrando que o
cerrado é detentor da maior biodiversidade
do planeta e também está exposto
a elevado grau de ameaça. "Praticamente
metade das espécies de plantas do cerrado
não existem em nenhum outro lugar do
mundo, além dos atributos biológicos,
do ponto de vista hídrico, pois as
nascentes de quase todos os grandes rios brasileiros
estão aqui no cerrado", salientou.
O secretário lembrou
que se trata de uma das regiões onde
ainda se encontram os elementos culturais
que presentes desde o Descobrimento do Brasil,
como os grupos indígenas, as comunidades
tradicionais, quilombolas e grupos alternativos.
"É o celeiro do Brasil, em termos
de agronegócio, já que produz
50% ou mais da produção agrícola,
da carne, da soja", disse Cavalcanti.
Segundo ele, apesar de ter uma ocupação
relativamente recente, a importância
internacional do cerrado só tende a
crescer, como palco político, como
área de grande produção
agrícola e como um dos biomas mais
importantes e representativos do mundo.
PERIGOS
Donald Sawyer, professor
da Universidade de Brasília (UnB),
lembrou a região corre sério
risco, pois toda a extensão desse bioma
possui apenas 5% de sua extensão territorial
protegida por Unidades de Conservação.
"As pressões sobre o cerrado são
intensas, em se tratando de desmatamento,
já que a metade dos dois milhões
de quilômetros quadrados já se
foi", acrescentou.
No encerramento do seminário,
o ator Vitor Fasano, ambientalista de reconhecida
luta em favor do meio ambiente, falou sobre
o Movimento Amazônia para sempre e suas
metas. Ele chamou a atenção
para a importância de os governos se
voltarem para a conservação
da biodiversidade, ameaçada na maior
parte do planeta.