Sexta, 31 Agosto 2012 -
Ministra afirma que classe média está,
a cada dia que passa,
dando mais valor à coleta seletiva
Sophia Gebrim - Conquistas, desafios e perspectivas
da reciclagem e coleta seletiva no Brasil
foram discutidos nesta sexta-feira (31/08)
durante o Seminário Política
Nacional de Resíduos Sólidos:
A Lei na Prática. O encontro, promovido
pelo jornal Valor Econômico no Teatro
Tom Jobim do Jardim Botânico do Rio
de Janeiro, reuniu representantes do governo,
sociedade, empresas, associações
e organizações não governamentais
(ONGs). Participaram dos debates a ministra
do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, e o secretário
de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano
do Ministério do Meio Ambiente, Pedro
Wilson.
Para a ministra, as discussões
em torno da Política Nacional de Resíduos
Sólidos (PNRS) devem ser distribuídas
em três blocos: a questão do
que, de fato, a política demanda do
Brasil; a visão de consumo do brasileiro,
principalmente no que diz respeito aos resíduos
sólidos e como essas duas questões
anteriores se relacionam, no âmbito
da reciclagem e do papel do catador de lixo
no país. “A tecnologia e infraestrutura
irão determinar qual o melhor caminho
para trilhar o desenvolvimento da Política”,
disse. Além disso, as diferenças
regionais devem ser destacadas durante as
discussões, já que os debates
passam tanto pelas grandes cidades quanto
os pequenos municípios.
COMPROMISSO MAIOR
O que o brasileiro pensa
a respeito do consumo e dos resíduos
sólidos também foi focado por
Izabella durante o seminário. Recentemente,
o Ministério do Meio Ambiente realizou
pesquisa sobre o tem. O trabalho apurou, entre
outros aspectos, que a classe média
está cada vez mais compromissada quando
o assunto é reciclagem. A ministra
destacou, ainda, o desenvolvimento da categoria
de catadores de lixo como forma de fortalecer
a PNRS, gerando benefícios sociais,
econômicos e ambientais, e a organização
da categoria em cooperativas, fortalecendo
e gerando escala no processo de criação
das cooperativas.
Como parte da programação
do seminário, a associação
sem fins lucrativos Compromisso Empresarial
Para Reciclagem (Cempre) apresentou os números
da pesquisa Ciclosoft 2012, realizada de dois
em dois anos, com números atualizados
mês a mês diretamente com as hoje
766 prefeituras de municípios que operam
com programas de coleta seletiva. O diretor-executivo
da entidade, André Vilhena, situou,
geograficamente, a localização
desses municípios: 14 na região
Norte, 18 no Centro-Oeste, 401 no Sudeste,
257 na Sul e 76 no Nordeste.
Em linhas gerais, ele descreveu
o que pode ser notado com a avaliação
dos resultados da pesquisa, que apontou, ainda,
dados relacionados ao volume coletado em cada
região, acesso aos programas municipais,
separação por tipo de material,
participação de cooperativas
e catadores, entre outros. “É uma evidência
que a PNRS já traz benefícios
e impactos positivos palpáveis”, citou.
Ele também apontou os gargalos municipais
quando o assunto é capacitação
técnica, a conscientização
crescente da população com o
tema reciclagem e que a contratação
das cooperativas pelas prefeituras traz benefícios,
além de econômicos e ambientais,
sociais.
TODOS POR UM
Conhecido em todo o Brasil
como um dos principais representantes da categoria,
Severino Lima, representante do Movimento
Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis
(MNCR) no Rio Grande do Norte, afirmou que,
para a PNRS “deslanchar” e seguir com todo
o sucesso é preciso investir no desenvolvimento
da categoria, com incentivos e recursos adequados.
Segundo ele, em Natal os benefícios
das cooperativas de catadores de lixo são
visíveis.
“Pessoas como eu que fazem
parte do movimento estão felizes em
ver que o trabalho de coleta seletiva esta
dando certo em Natal, contratando catadores
e cooperativas para ajudar no processo”, diz
Lima. Segundo ele, a PNRS incentivou e possibilitou
que o governo local empregasse catadores no
trabalho de coleta seletiva, além de
contratar das cooperativas com dispensa de
licitação. “Assim, conseguimos
ajudar o Estado e o país promove a
inserção social e economia dos
profissionais da coleta seletiva e preservadores
do meio ambiente”, finaliza.
+ Mais
Bolsa Verde beneficiará
73 mil
Quarta, 08 Agosto 2012 -
Meta, prevista para ser atingida apenas em
2014, foi antecipada para este ano, segundo
o MMA.
Sophia Gebrim - O Programa de Apoio à
Conservação Ambiental Bolsa
Verde antecipará para o fim deste ano
a meta prevista para 2014 de 73 mil famílias
beneficiadas pelo programa. O anúncio
foi feito na manhã desta quarta-feira
(08/08) pelo secretário de Extrativismo
e Desenvolvimento Rural Sustentável
do Ministério do Meio Ambiente (MMA),
Paulo Guilherme Cabral, durante o encontro
Diálogos Governo e Sociedade Civil:
Brasil Sem Miséria, no Palácio
do Planalto, em Brasília. Criado em
setembro de 2011, o Programa Bolsa Verde faz
parte das ações do Plano Brasil
Sem Miséria e concede, a cada trimestre,
benefício de R$ 300 às famílias
em situação de extrema pobreza
que vivem em áreas socioambientais
prioritárias. O número atual
de famílias beneficiadas é de
29 mil.
"Para alcançar
a meta é preciso um esforço
redobrado de ir atrás dessas famílias
que estão em situação
de extrema pobreza, muitas vezes pela própria
característica ambiental de onde estão
inseridas, como assentamentos e Unidades de
Conservação (UCs)", explicou
o secretário, durante a mesa de discussões
sobre inclusão produtiva rural. Para
ele, o aprimoramento do sistema de busca ativa
será fundamental para alcançar
essas famílias invisíveis e
de difícil acesso, de forma a levar
o Estado ao cidadão e alcançando
aqueles que têm dificuldade de acesso
aos programas sociais, como o Bolsa Verde
e o Bolsa Família.
PRATO DE COMIDA
Cabral destacou, ainda,
a conscientização quanto aos
benefícios do programa, tanto sociais
quanto ambientais. "É muito ingrato
para um pai de família ter que derrubar
uma árvore para garantir um prato de
comida para o filho", disse. A estratégia
do Bolsa Verde vai ao encontro desse dilema,
mostrando que é possível aferir
e monitorar que de fato essas famílias
beneficiadas não estão provocando
desmatamento e sim sendo capacitadas para
construir uma estratégia que vai além
do Bolsa Verde. "Para o completo sucesso
da ação, entendemos que o governo
também deve atuar de forma a garantir,
além da preservação,
saúde, educação e infraestrutura
a essas famílias que vivem em áreas
de preservação ambiental",
acrescentou.
Por fim, Cabral citou a
importância de ações de
monitoramento, capacitação e
assistência técnica, que já
vem sendo realizadas no âmbito do programa.
"Estamos contratando uma empresa de consultoria
jurídica que irá realizar esse
monitoramento das famílias beneficiadas
e, para isso, já temos recurso disponível
de R$ 250 mil". Ele também ressaltou
a parceria com o Ministério do Desenvolvimento
Agrário para atender beneficiários
de 11 Unidades de Conservação
com a assistência técnica a mais
de 14 mil famílias, ação
que também já tem recurso disponível
de R$ 60 mil. Além da parceria com
a Embaixada Britânica, que irá
atuar auxiliando e fomentando projetos de
capacitação de multiplicados
do programa.
MENOS POBREZA
Na manhã desta quarta-feira
(08/08), a ministra do Desenvolvimento Social
e Combate à Fome, Tereza Campello,
apresentou um breve balanço das ações
do Plano Brasil Sem Miséria. "Grande
parte das ações inseridas no
Plano já está antecipando metas",
declarou a ministra. Para ela, o governo,
com o objetivo ambicioso de antecipar o maior
número de beneficiários, pretende
superar a extrema pobreza até o final
de 2014.
O Plano Brasil Sem Miséria
se organiza em três eixos: um de garantia
de renda, para alívio imediato da situação
de extrema pobreza, outro de acesso a serviços,
para melhorar as condições de
educação, saúde, assistência
e cidadania das famílias que compõem
o público-alvo da ação
e o terceiro de inclusão produtiva,
para aumentar as capacidades e as oportunidades
de ocupação e geração
de renda entre as famílias extremamente
pobres.
Tereza Campello também
ressaltou que o governo federal já
está aprimorando os modelos de busca
ativa, com o objetivo de melhorar o desempenho
das ações e aumentar cada vez
mais o número de beneficiários
daqui para frente. "Queremos chegar na
ponta dos estados, localizando cada vez mais
povos e comunidades tradicionais, extrativistas,
ribeirinhos e população quilombola,
muitas vezes inseridos em regiões de
difícil acesso", explicou. A ministra
detalhou, ainda, que esses beneficiários,
alcançados com políticas específicas
como o Bolsa Verde, respondem por 14% do total
de beneficiários pelo Plano Brasil
Sem Miséria.