26/09/2012 - Daniel Mello
- Repórter da Agência Brasil
- São Paulo – O ex-vice-presidente
dos Estados Unidos Al Gore alertou hoje (26)
para o risco de o aquecimento global acirrar
a disputa por alimentos e biocombustívei.
Durante a apresentação no Global
Agribusiness Forum, realizado na capital paulista,
ele ressaltou que as mudanças climáticas
tendem a diminuir a produtividade de commodities
agrícolas, como o milho e a soja, e
provocar um acirramento sobre a sua destinação.
“Em um mundo mais quente,
se nós não começarmos
a agir, o conflito entre plantar milho para
produzir combustível e para alimentação
irá se tornar ainda mais intenso”,
disse, destacando as altas nos preços
dos alimentos nos últimos anos.
Gore ressaltou ainda que
as alterações no climáticas
tendem a tornar difícil fazer previsões
sobre o tempo, informações fundamentais
para a agricultura. “A pertubação
do ciclo biológico acabará com
a possibilidade de se prever a ocorrência
das chuvas”, disse, após demonstrar
por meio de estatísticas que o planeta
enfrentou nos últimos anos aumento
nas temperaturas médias. Além
disso, Gore apresentou dados que indicam aumento
nas ocorrências de calor extremo, acima
de 50 graus Celsius, em países como
o Iraque e Paquistão.
Ao final, o ex-vice-presidente
dos Estados Unidos ressaltou a importância
de um esforço conjunto para contornar
o problema em tempo de evitar os efeitos mais
catastróficos. “Nós temos que
tomar a decisão de que isso é
uma prioridade para nós. Nós
temos que ir rapidamente em frente e, se queremos
ir longe, temos que ir juntos”.
+ Mais
Rio plantará 34 milhões
de mudas de espécies da Mata Atlântica
para reduzir emissão de gases estufa
até Olimpíadas
13/09/2012 - Da Agência
Brasil - Rio de Janeiro – A Secretaria Estadual
do Ambiente pretende plantar 34 milhões
de mudas de espécies de Mata Atlântica
até 2015. O programa de replantio foi
anunciado hoje (13) pelo secretário
Carlos Minc.
O reflorestamento faz parte
do plano de encargos assinado pelo governo
do estado para a realização
dos Jogos Olímpicos de 2016. Uma das
obrigações estabelecidas no
documento trata da redução das
emissões de gases de efeito estufa
no período do evento.
Foram demonstradas, por
meio de um mapa, as áreas que receberão
as mudas. Empresas que, por algum motivo,
precisaram desmatar alguma área de
preservação ficarão responsáveis
pelo replantio. Para fiscalizar os envolvidos
no reflorestamento, o cidadão terá,
no próximo mês, uma página
na internet com acesso a essas informações.
Minc informou que o número
de mudas a serem plantadas é mais do
que o dobro da necessidade real do estado,
que está em aproximadamente 15 milhões
de árvores. Ele disse que, para aumentar
a precisão dos dados, uma empresa foi
contratada para fazer a análise imparcial
das áreas degradadas, com previsão
de conclusão até dezembro.
A secretaria estima que,
com a iniciativa, 5 mil empregos diretos sejam
criados. Para suprir a necessidade da produção
das mudas, 15 viveiros estão sendo
construídos na região noroeste
do estado e no Vale do Paraíba. Essas
duas regiões vão ganhar também
um projeto de criação de renda
com a plantação de seringueiras
para extração de látex.
“Além de preservar,
nós vamos criar muitos empregos. Não
é só plantar, é preciso
fazer também a manutenção
dessas árvores. Isso é um benefício
que vai além da redução
dos gases [de efeito] estufa durante as Olimpíadas”,
destacou Carlos Minc.
De acordo com a secretaria
do Ambiente serão investidos, até
o final de 2015, cerca R$ 500 mil na iniciativa.
A quantia envolve investimentos dos governos
federal e estadual , além de recursos
de empresas privadas.