Tatu-bola:
mascote da Copa caiu no gosto popular MMA
discute a adoção de projetos
de redução das emissões
de gases poluentes decorrentes das obras do
torneio
Lucas Tolentino - Mesmo
com os inúmeros benefícios para
o Brasil, a Copa do Mundo de 2014 pode gerar
impactos ambientais nas cidades que sediarão
os jogos do torneio. Para evitar consequências
negativas ligadas às mudanças
climáticas, o Ministério do
Meio Ambiente (MMA) trabalha ações
com o objetivo de transformar o torneio em
uma Copa Verde, com enfoque na sustentabilidade
das obras em andamento nas 12 cidades-sede.
O aumento no consumo de
energia, a construção de estádios
e o deslocamento urbano aparecem como as principais
ameaças para o meio ambiente. “A Copa
do Mundo tem um grande potencial de transformação
e consolidação das tecnologias
de baixo carbono”, justifica a gerente Karen
Cope, da Secretaria de Mudanças Climáticas
e Qualidade Ambiental (SMCQ) do MMA. “É
importante deixar, após o evento, um
legado de economia verde”.
GESTÃO
A Câmara Temática
de Meio Ambiente e Sustentabilidade, criada
em função da Copa do Mundo,
é onde se discute os temas ambientais
ligados ao evento. No âmbito das mudanças
climáticas, as iniciativas se concentram
na gestão das emissões de gases
de efeito estufa. Entre elas, está
o guia para elaboração de um
inventário, com o objetivo de subsidiar
a execução de obras sustentáveis
nos estados.
Uma parceria com a Embaixada
Britânica possibilitou a realização
de oficinas de capacitação com
representantes de várias cidades-sede.
A cooperação tem permitido que
as orientações e alternativas
sigam as diretrizes do Useful Simple Projects,
entidade responsável pelo inventário
de emissões de gases de efeito estufa
das Olímpíadas de Londres, realizadas
neste ano.
EXEMPLOS
Karen Cope defende que as
medidas da Copa Verde considerem experiências
vividas por outros países que sediaram
grandes eventos. Segundo ela, as duas últimas
Copas do Mundo, realizadas na África
do Sul (2010) e na Alemanha (2006), já
levavam em consideração aspectos
ambientais. “Em muitos casos, tentam compensar
as emissões por meio de reflorestamento”,
afirma. Mas o que queremos é não
emitir gases de efeito estufa”.
O projeto da Copa Verde
envolve diversos órgãos do Executivo.
O acordo de cooperação celebrado
entre o MMA e o Ministério do Esporte
determina que haja um esforço conjunto
na incorporação da esfera ambiental
às obras decorrentes da competição.
Firmado em 2010, o pacto tem, ainda, o objetivo
de assegurar o envolvimento dos governos estaduais
e municipais no processo.