04/10/12 -
Evento realizado no Horto Florestal faz parte
da campanha contra o abandono de animais nos
parques da SMA
No dia mundial dos animais a Secretaria do
Meio Ambiente – SMA e seus parceiros deram
um importante passo para a proteção
da fauna doméstica. Na quinta-feira,
dia 4, foram instaladas e inauguradas no Horto
Florestal (Parque Estadual Alberto Löfgren)
12 placas de conscientização
sobre as causas e consequências do abandono
de animais.
A solenidade contou com
a presença do secretário Bruno
Covas, do diretor geral do Instituto Florestal,
Miguel Luiz Menezes Freitas, do porta-voz
do grupo de voluntários Os Cães
do Parque, Fábio Pegrucci, do diretor
da ONG Cão Sem Dono, Vicente Defini
e do irmão Gabriel, diretor da Instituição
do Bairro Jardim Peri – Casa de Maria. Sansão,
Tieta e Tigrão também participaram
do evento. Os simpáticos cãezinhos
representam os animais resgatados no parque.
O primeiro é morador antigo do Horto,
e os dois últimos estão para
a adoção.
As placas, instaladas em
pontos estratégicos do parque, seguindo
a demanda dos voluntários, sensibilizam
sobre os problemas causados pelo abandono,
tanto aos animais quanto ao parque e à
população. As mensagens têm
por objetivo combater a natureza do abandono,
que é a ideia errônea de que
os animais vivem bem por conta própria,
e deixam claro que abandonar um animal é
uma prática cruel e enquadrada como
maus-tratos, considerado crime ambiental federal.
Bruno Covas, que inaugurou
as placas, declarou que “a colaboração
dos voluntários é muito importante
para o Governo, que deve apoiar a forte atuação
da sociedade civil”. O secretário ainda
informou que o Parque Villa-Lobos, na Zona
Oeste da capital, será o próximo
a receber as placas, oito, no total. E ate
o próximo ano os parques estaduais
Belém, Campos do Jordão, Cantareira,
Carlos Botelho, Ecológico do Guarapiranga,
Ilha Anchieta, Ilhabela, Intervales, Juventude,
Jaraguá, Serra do Mar, Turístico
Alto do Ribeira (PETAR), também serão
contemplados com o material.
O trabalho voluntário
“Cães e gatos foram
retirados da natureza há muito tempo,
e engana-se quem acredita que eles viverão
bem sozinhos. Eles precisam dos nossos cuidados
e jamais podem ser abandonados”, afirmou Fabio
Pegrucci, do grupo Os Cães do Parque,
formado por frequentadores do Horto Florestal
que, incomodados com a crescente população
de cães em situação de
abandono nos parques, uniram-se em defesa
da causa animal. Desde o começo do
trabalho do grupo, que já tem três
anos, 150 animais já foram resgatados
do parque e seu entorno e encaminhados para
a adoção.
“No começo era uma
coisa informal e paliativa, mas com o tempo
vieram ações de maior alcance,
com as castrações. Nosso trabalho
ainda é muito jovem e não é
perfeito, contudo podemos afirmar que por
causa dele há dois anos e meio não
nasce sequer um cão em situação
de abandono no parque, e há um ano
e meio nenhum cão novo se fixa, pois
todos são encaminhados para a adoção”,
declarou o voluntário.
À medida que combatiam
ao abandono, os voluntários detectavam
sua natureza e a necessidade de uma ação
educacional. Ao acionar a SMA sobre a situação,
a iniciativa foi abraçada pelo secretário
Bruno Covas e resultou numa campanha de sensibilização.
Em março foi realizado, em parceria,
um seminário para expor e debater o
problema, e a campanha gerou folhetos educativos
e, agora, placas de conscientização.
Além de proporcionar uma parceria entre
SMA e grupos de protetores animais.
“Apesar de todos os protetores
de animais serem apaixonados pelo que fazem,
nós esperamos do fundo do coração
que um dia nosso trabalho não seja
mais necessário e que, no futuro, recolher
um animal das ruas seja um ato de amor, e
não precise de campanhas educacionais,
leis, etc.”, finalizou Fabio Pegrucci.
Fauna doméstica –
preocupação ambiental
Fauna doméstica é
um tema novo na SMA. Antes tratado como problema
de saúde pública, hoje movimenta
manifestações e tem grande repercussão,
principalmente nas redes sociais. É
visível a crescente preocupação
das pessoas por um tratamento mais humano
para os animais domésticos. Para o
secretário Bruno Covas “o Governo deve
estar presente e colaborar com essa ansiedade
da população”.
“Só reclamar não
adianta, é preciso fazer alguma coisa.
Nós nos revoltamos com a situação
e percebemos que sozinho o trabalho voluntario
não daria conta de tudo. Hoje estamos
vendo o resultado desse trabalho”, comemorou
Pegrucci. Para a voluntária Mariana
Aidar a iniciativa é bárbara.
“Ter o Governo apoiando nossa causa reforça
nosso discurso e sensibiliza ainda mais as
pessoas”, disse.
Segundo Bruno, “quando o
Poder público dialoga com a sociedade
ele está cumprindo a sua função.
O diálogo deu frutos. Em abril desse
ano o governador do Estado Geraldo Alckmin
reformulou a SMA e criou um centro de fauna
doméstica na SMA, que vai tratar do
assunto dentro do governo”.
No encontro os protetores
de animais ainda entregaram ao secretário
uma carta de intenções, com
sugestões de diretrizes sobre o problema.
Texto: Ivi Piotto