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7 COISAS QUE VOCÊ PRECISA SABER SOBRE A COP 18 NO QATAR

Panorama Ambiental
Novembro de 2012

Nesta semana em Doha, no Qatar, representantes de 194 países estão reunidos para a 18ª Conferência das Partes (COP18) da Convenção Quadro Clima das Nações Unidas UNFCCC COP 18.

Brasília, 27 de novembro de 2012 — Leia abaixo os principais pontos da discussão, os principais obstáculos para se chegar a um acordo – e o que está em jogo se os países não chegarem a um acordo para uma ação imediata:

1. Quais são os objetivos gerais das reuniões do clima das Nações Unidas?

O objetivo da Conferência Quadro Clima é estabilizar as emissões de gases do efeito estufa, consideradas a principal causa do aumento da temperatura global do planeta. Se esse aumento atingir o limite de 2 graus Celsius, os cientistas preveem uma série de efeitos irreversíveis que vão prejudicar o equilíbrio dos sistemas dos quais depende a vida no planeta.

Se os países em Doha não atingirem um grau satisfatório de comprometimento, será cada vez mais difícil alcançar os objetivos necessários em tempo hábil. Um novo relatório do Banco Mundial afirma que atualmente estamos no caminho de um aquecimento da temperatura global de até 4 graus Celsius, o que representaria consequências devastadoras para as pessoas e os ecossistemas – afetando os componentes mais básicos da vida na Terra, e com isso a forma como vivemos e nossa capacidade de nos alimentarmos e obtermos água.

Um resultado satisfatório das negociações dessa conferência é uma alternativa a esse quadro catastrófico, possibilitando que o bem-estar para os seres humanos no planeta não só se mantenha, como também aumente.

2. A supertempestade Sandy provocou uma grande exploração do tema da mudança do clima na mídia. Será que eventos climáticos extremos como o furacão Sandy podem encorajar os países a adotarem as medidas necessárias em Doha?

É realmente triste o fato de que sejam necessárias grandes catástrofes para induzir ações políticas. Na verdade, o furacão Sandy é apenas a ponta do iceberg quando olhamos para o que pode vir por aí em termos de alteração climática. O único caminho para que mais catástrofes sejam evitadas é iniciar agora uma transição para economias de baixo carbono mais sustentáveis. E o furacão Sandy pode contribuir com isso. É muito mais fácil reagir a eventos reais do que a predições futuras.

Atualmente já se podem sentir os custos da falta de ação. O furacão Sandy causou prejuízos na ordem de US$ 60 bilhões. No longo prazo, a redução das emissões e medidas de adaptação serão mais econômicas do que pagar pelo prejuízo.

3. Quão efetivo foi o primeiro período do Protocolo de Kyoto? O que a COP 18 pode significar para esse acordo global?

O Protocolo de Kyoto é um acordo legal histórico que estabeleceu normas legais para os países desenvolvidos atingirem suas metas de redução de emissões de gases do efeito estufa. O protocolo também criou mecanismos pelos quais os países poderiam trocar emissões por créditos de carbono. Dos 195 países que assinaram o Protocolo, 192 ratificaram-no em seus congressos ou parlamentos, com leis nacionais. Os EUA foi a mais notória exceção.

Em 2011 a UNFCCC estimou uma redução global das emissões em cerca de 5% até 2010, o que equivaleu a ter tirado de circulação 300 milhões de carros por ano. Segundo o mesmo estudo, a redução de emissões será de 10% até 2020.

O primeiro período do Protocolo de Kyoto termina neste ano. Isso é uma das razões pelas quais Doha é tão importante – as partes devem finalizar o acordo sobre o segundo período do protocolo, que se inicia em janeiro de 2013. Os EUA, Austrália e outros nove países já indicaram que irão participar do próximo período. No entanto, Canadá, Rússia, Japão e Nova Zelândia já se anunciaram fora da nova fase.

Atualmente, o Protocolo de Kyoto é o único acordo global que prevê mecanismos legais para reduzir as emissões de gases estufa. Eventualmente um novo acordo global para o clima poderá também contar com obrigações legais, mas, até que esse acordo seja obtido, o Protocolo de Kyoto é tudo o que temos.

4. Quais são os maiores progressos esperados na COP 18?

As negociações políticas dos grandes temas certamente darão o tom na COP 18, mas a CI também estará engajada em negociações de temas específicos onde há reais chances de se avançar.

Entre esses temas está a questão do desmatamento – que contribui com 16% das emissões globais – e a questão da adaptação. Por exemplo, a CI está contribuindo para desenvolver um guia para mostrar como os países podem fazer a contabilidade do carbono em seu setor florestal, e como se planejar para se adaptar às mudanças do clima no médio e longo prazo. Nesses pontos, é absolutamente viável se chegar à ação imediata por meio de novas políticas públicas que tragam reais benefícios para todo o planeta.

5. Qual deve ser o principal obstáculo nas negociações?

A palavra que deve ser ouvida milhares de vezes em Doha é “equidade.” E, apesar de ser fácil concordar com o fato de que equidade é realmente importante, é difícil definir o que seja isso.

Os países desenvolvidos têm uma responsabilidade histórica pela mudança climática, devido a suas emissões ao longo da história durante seu processo de desenvolvimento industrial. Além disso, eles estão em uma situação econômica melhor para buscar soluções. Mas, com o aumento do problema, fica cada vez mais óbvia a necessidade de os países em desenvolvimento também se comprometerem com as soluções e serem parte da equação – tanto os países que hoje se constituem em grandes potências emissoras de CO2, como a China, como pequenos países insulares cujos territórios estão ameaçados pelo aumento do nível do mar.

A questão em Doha portanto será: quais responsabilidades diferenciadas os diferentes países têm que adotar para que sejam implementadas soluções factíveis e justas em relação à crise climática? Responder a essas questões é o verdadeiro desafio de Doha. Se alguns países se mantiverem inflexíveis nas posturas que vêm apresentando historicamente, poderá acontecer um total bloqueio no avanço das negociações climáticas globais.

6. Quais países serão particularmente importantes para influenciar as decisões da COP 18?

Obviamente os Estados Unidos e a China terão um papel importante, mas uma das coisas interessantes sobre a Convenção Quadro Clima é que as decisões são obtidas por consenso, portanto todos os países têm a mesma importância no resultado final.

No último ano, por exemplo, foi feita uma aliança entre os EUA, países de pequenas ilhas e os países menos desenvolvidos que possibilitou a obtenção de muitos progressos. É esperado que países progressistas briguem por resultados mais promissores do que soluções que agradam a todos, mas avançam pouco.

Além disso, o Brasil, junto com a Índia, China e a África do Sul, também conhecidos como o grupo de países BASIC, devem ter um importante papel nas negociações, além do país sede da Conferência, o Qatar.

7. Quais são os principais resultados que a CI espera ver?

Para um resultado satisfatório em Doha, são necessários avanços em três linhas de negociações:

1. O estabelecimento do arcabouço para um novo tratado sobre o clima para 2015. Em Durban, na COP passada, as partes (como são chamados os países participantes) tomaram uma importante decisão para o estabelecimento de um novo acordo legal para 2015, o que representa uma oportunidade para finalmente colocar em prática ações que impeçam o agravamento das mudanças climáticas.

2. Dar prosseguimento às negociações sobre o Ato de Cooperação de Longo Prazo (LCA, na sigla em inglês), para que países possam implementar medidas necessárias referentes a mitigação, adaptação, transferência de tecnologia e construção de capacidade.

3. O estabelecimento de regras para um segundo período do Protocolo de Kyoto.

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CI pede acordo sobre o clima na COP 18

A 18ª. Conferência das Partes da Convenção Quadro Clima da ONU é uma excelente oportunidade para estabelecer os parâmetros para um novo acordo global que entrará em vigor em 2015

Brasília, 26 de novembro de 2012 — Com várias negociações programadas para terminar agora em dezembro, tendo em vista um novo acordo global que precisa ser costurado em três anos, a Conservação Internacional alerta para que todos os países participantes da conferência do clima, a COP18, que se inicia hoje, em Doha, no Qatar, se imbuam do caráter de urgência das negociações, tendo em vista o curto prazo disponível para que se adotem medidas eficazes que evitem perdas irreversíveis nos sistemas que suportam a vida no planeta e nos serviços que eles fornecem para a humanidade.

A 18ª. Conferência das Partes da Convenção Quadro Clima da ONU (UNFCCC, na sigla em inglês) é uma excelente oportunidade para estabelecer os parâmetros para um novo acordo global que entrará em vigor em 2015, buscando impedir o agravamento da situação e fazendo com que o aumento da temperatura global não ultrapasse o limite de 2 graus Celsius – acima do qual os cientistas acreditam que chegaríamos a um ponto de não retorno nas consequências deletérias da mudança climática, com comprometimento da segurança alimentar, da provisão de água e de todo o bem-estar humano no planeta.

Para fazer frente a esses riscos, a Conservação Internacional acredita que o sucesso nas negociações dependerão de três frentes:

1) Progresso na obtenção de um acordo global ambicioso com início em 2015: o novo acordo deverá dar continuidade ao Protocolo de Kyoto, o único acordo legal internacional obtido até hoje que impõe restrições às emissões globais de gases do efeito estufa;

2) Obtenção de novas fontes de financiamento: incluindo investimentos provenientes do setor privado, ao lado de compromissos dos países desenvolvidos de financiamento público para países em desenvolvimento adotarem soluções de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.

3) Decisões que possibilitem aos países uma ampliação imediata da escala da implementação de ações que diminuam a mudança climática ou preparem os países para seus impactos: particularmente em áreas de iniciativas como a REDD+, nas quais os países em desenvolvimento são compensados financeiramente pela manutenção de suas florestas e redução das emissões provenientes do desmatamento.

“Esses são pilares de um plano que poderá ser bem sucedido para estabilizar o clima, contendo ações imediatas para evitar níveis catastróficos de aumento da temperatura global” disse Fred Boltz, vice-presidente sênior de Política Internacional da Conservação International. “A mudança climática já está afetando nosso planeta e a natureza precisa assumir um papel central no provimento de soluções para o maior desafio do nosso tempo.”

Ele acrescenta: “Essa COP é crucial já que muitas das negociações que vêm ocorrendo desde 2007 se encerrarão neste ano. Precisamos ter certeza de que o progresso obtido nesses últimos anos não se perca. O novo acordo global para 2015 precisa aumentar os compromissos dos acordos já existentes, como o Protocolo de Kyoto e os investimentos em mecanismos de REDD+ e financiamentos para países em desenvolvimento. Com o crescente reconhecimento da magnitude dos problemas relacionados à mudança climática, as nações precisam de um compromisso comum e de uma agenda agressiva sob um novo tratado global que dirima a crise na qual estamos mergulhados.”


 

Fonte: Conservação Internacional Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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