13 Novembro
2012 | Agadir (Marrocos) - A Rede WWF espera
que “tomadores de decisão” e a indústria
pesqueira sigam as orientações
do Comitê Científico da Comissão
Internacional para a Conservação
do Atum do Atlântico (ICCAT, sigla em
Inglês) e mantenham até 2015
uma quota de pesca máxima de 12.900
toneladas por ano do atum de barbatana azul,
no Atlântico Leste e no Mediterrâneo.
A 18ª Reunião
Especial da ICCAT começou nessa segunda
(12) segue até o dia 19 em Agadir (Marrocos),
quando países como Japão, Estados
Unidos, Canadá, China e União
Européia determinarão as medidas
para manejo de várias espécies
de atum e outros peixes.
“A ICCAT precisa manter
um alto nível de ambição
pela recuperação dos estoques
de atum de barbatana azul, uma espécie
frágil e um ícone da sobrepesca
na última década. Há
avanços positivos no manejo da espécie,
mas os países signatários e
a indústria precisam se comprometer
com as orientações científicas,
que recomendam quotas máximas anuais”,
afirmou Sergi Tudela, coordenador de Recursos
Pesqueiros do WWF-Mediterrâneo.
A atual sinalização
de aumento dos estoques do atum-azul é
positiva, mas exige cautela. Ela indica que
o manejo baseado no esforço conjunto
de todas as partes interessadas traz resultados
satisfatórios, inclusive para recursos
pesqueiros em situação muito
preocupante.
"Mas para que a recuperação
plena do atum de barbatana azul do Atlântico
ocorra na próxima década, os
cientistas da ICCAT deixam claro que as quotas
de pesca não devem ser aumentadas.
Por isso, a Rede WWF conclama os países
signatários da ICCAT para que acatem
essa recomendação”, disse Tudela.
O foco da ação
da Rede WWF pela proteção e
recuperação do atum-azul será
as medidas de conservação e
o chamado “plano de redução
da capacidade da frota”, além de medidas
para enfrentar a captura ilegal.
A ICCAT adotou um primeiro
plano de redução das quotas
pesqueiras de atum de barbatana azul em 2008,
cujo conteúdo foi revisado dois anos
depois. O plano atual termina em 2013, mas
uma avaliação recente demonstrou
que ele foi baseado em índices subestimados.
Ou seja, a pesca acima dos limites suportáveis
pela espécie continua. “Ainda há
muitos barcos para pouco peixe a ser pescado
de forma sustentável”, afirmou Tudela.
“Fazemos um apelo à
ICCAT para que estenda por mais três
anos o plano de redução da capacidade
e que adote estimativas atualizadas e precisas
sobre os índices de captura da espécie,
eliminando a sobrepesca”, concluiu o coordenador
de Recursos Pesqueiros do WWF-Mediterrâneo.
Em resumo, a Rede WWF pede
à ICCAT para:
• Estender as atuais medidas
de manejo, inclusive as quotas e as estações
de pesca, para o período 2013-2015;
• Reavaliar e fortalecer
o atual plano de redução de
capacidade pesqueira para reduzir a real capacidade
de captura ao nível da possibilidade
de pesca.
• Manter a luta contra as
capturas ilegais;.
• Determinar aos empreendimentos
de criação de atum o registro
obrigatório do tamanho do peixe no
momento da colheita e o envio dessa informação
para a ICCAT, para fins de avaliação
dos estoques;
• Desenvolver novas metodologias
para uma avaliação mais confiável
do estoque em 2015.
+ Mais
Mantidas quotas de pesca
para o atum-azul
19 Novembro 2012 | Agadir
(Marrocos) – Os 48 países ligados à
Comissão Internacional para a Conservação
do Atum do Atlântico (ICCAT, sigla em
Inglês) ouviram as recomendações
da Ciência e decidiram manter em 13,5
mil toneladas anuais as quotas para pesca
do atum de barbatana azul no Atlântico
Leste e no Mediterrâneo a partir de
2013. A medida foi anunciada hoje (19) em
Agadir, no Marrocos, no encerramento da 18ª
Reunião Especial da ICCAT.
Em nota, a Rede WWF cumprimentou
“os membros da (ICCAT) por seguirem a orientação
dos cientistas e, assim, não elevarem
para um nível insustentável
as quotas permitidas para a pesca do atum
de barbatana azul no Atlântico Leste
e no Mediterrâneo”. Há uma década
a Rede WWF está envolvida na luta para
evitar o colapso da espécie.
Na última década,
sinais de aumento na população
do atum-azul surgiram em avaliações
do Comitê Científico da ICCAT.
“Tais resultados provocaram interesses e solicitações
de aumento das quotas de pesca”, comentou
Sergi Tudela, coordenador de Recursos Pesqueiros
do WWF-Mediterrâneo.
Todavia, os cientistas alertaram
que ainda não se conhece a velocidade
ou a extensão dessa suposta recuperação.
Por isso, recomendam que a captura total por
ano permaneça entre 12.900 e 13.500
toneladas anuais. Isso deverá a assegurar
a continuidade da recuperação
dos estoques.
“A reunião deste
ano foi um teste sobre o compromisso dos membros
da ICCAT com a conservação do
atum de barbatana azul. Logo, o respeito à
Ciência nos deixou satisfeitos. Isso
ocorreu sob a liderança da União
Européia e faz parte da luta contra
os benefícios de curto prazo e que
estão baseados num nível de
pesca insustentável”, ressaltou Tudela.
Ilegalidades - Infelizmente,
a ICCAT ainda não abordou suficientemente
questões como a da pesca ilegal, sem
regulação e sem reportagem,
como a que se verifica com mais intensidade
no Mediterrâneo.
No encontro em Agadir, a
ICCAT examinou casos apresentados pela Rede
WWF, como atividades ilegais de pesca e de
criação de peixes na Tunísia,
bem como de comércio de larga escala
e sem reportagem para o Japão através
do Panamá, durante os últimos
dez anos. Nenhuma decisão foi tomada
sobre essas questões.
“Nós nos sentimos
frustrados com a aparente inabilidade da ICCAT.
Mas a Rede WWF continuará a aprofundar
esforços para expor os crimes ambientais
realizados contra esses recursos pesqueiros”,
concluiu Tudela.