Notícia - 21 - jan
– 2013 - Novo relatório do
Greenpeace lista os 14 maiores projetos de
produção e exploração
de combustíveis fósseis para
as próximas décadas e seus impactos
no aquecimento global
Quem são os vilões mundiais
do clima? Aqueles projetos que, apesar do
alerta da comunidade científica global,
pretendem levar adiante a exploração
de combustíveis fósseis como
petróleo, carvão e gás
–maiores responsáveis pelas emissões
de gases do efeito estufa?
Relatório lançado
hoje pelo Greenpeace Internacional dá
nome aos suspeitos. Chamado “Caminho sem Volta”
(tradução livre do inglês
“Point of no Return”), o documento identifica
os 14 maiores projetos de energias sujas planejados
para as próximas décadas.
Leia na íntegra o
relatório “Point of No Return"
(em inglês)
O Brasil aparece na nona
colocação com a exploração
do pré-sal, óleo descoberto
nas camadas profundas do oceano e que irá
contribuir com a emissão de 330 milhões
de toneladas de CO2 por ano até 2020.
“Com um potencial abundante
de geração renovável
como eólica, solar e biomassa, o Brasil
perde a chance de inovar e deixaria de se
posicionar como uma das economias mais sustentáveis
e limpas do planeta”, disse Ricardo Baitelo,
da campanha de Clima e Energia do Greenpeace
Brasil. “Infelizmente, o governo investe uma
enormidade de recursos em uma exploração
arriscada do ponto de vista técnico
e altamente danosa para o clima.”
Entre os maiores projetos
de energias sujas listados no relatório
estão a enorme expansão da exploração
de carvão na China, a grande expansão
das exportações de carvão
da Austrália, Estados Unidos e Indonésia,
a exploração não convencional
de petróleo nas areias betuminosas
do Canadá, no Ártico, no Iraque,
no Golfo do México e no Cazaquistão.
Além disso, também consta na
lista a produção de gás
natural na África e no Mar Cáspio.
De acordo com o estudo,
esses novos projetos irão acrescentar
um total de 300 bilhões de toneladas
de novas emissões de CO2 equivalente
para a atmosfera até 2050, a partir
da extração, produção
e queima de 49 bilhões de toneladas
de carvão, 29 trilhões de metros
cúbicos de gás natural e 260
bilhões de barris de petróleo.
No Brasil, o setor de transportes
é o maior emissor de CO2 fóssil.
Mesmo assim, o país ainda não
possui padrões de eficiência
energética, ao contrário dos
Estados Unidos, China e União Europeia.
“Se os regulamentos sobre a eficiência
de combustível fossem melhorados e
fontes alternativas de energia limpa fossem
desenvolvidos no Brasil e no mundo, a demanda
por petróleo poderia ser drasticamente
reduzida, eliminando a necessidade de embarcar
no caminho perigoso da exploração
do pré-sal”, afirma Baitelo.
A estimativa é que
entre 50 e 100 bilhões de barris de
petróleo sejam extraídos a cerca
de 8 quilômetros abaixo do nível
do mar. As petroleiras planejam extrair em
torno de 2 milhões de barris por dia
até 2020. Só a Petrobras vai
investir US$ 53 bilhões em atividades
de exploração e produção
até 2015.