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SISTEMA GLOBAL PARA REDUZIR EMISSÕES DE
AERONAVES PODE DECOLAR FACILMENTE

Panorama Ambiental
Janeiro de 2013

30 Janeiro 2013 | Um sistema global para controlar as emissões de gases de efeito estufa provenientes da aviação não só é técnica e economicamente viável como poderia ajudar a combater as mudanças climáticas, informa um relatório recém lançado pelo WWF.

O documento foi publicado esta semana, às vésperas de uma reunião crucial do Grupo de Alto Nível da Organização da Aviação Civil Internacional (OACI, da sigla em inglês ICAO). No encontro, que começa hoje (30/01), em Montreal (Canadá), os governos vão tentar superar uma década de esforço sem avanços para combater as emissões da aviação. O Brasil é um dos 36 países-membros da OACI e também integra o Grupo de Alto Nível da organização.

Mark Lutes, especialista em Mudanças Climáticas do WWF-Brasil, adianta que espera que o Brasil use sua influência na OACI para promover avanços nas negociações. “Esperamos chegar a um acordo sobre medidas de mercado que possam controlar as emissões globais e gerar recursos financeiros para ajudar na batalha contra as mudanças climáticas em países em desenvolvimento como o Brasil”, disse.

Aviação - A aviação é o meio de locomoção que mais gera emissões e, junto com o transporte marítimo, lidera a curva de crescimento de emissões de carbono, contribuindo para a instabilidade do clima e condições meteorológicas extremas.

O relatório Aviation Report: Market Based Mechanisms to Curb Greenhouse Gas emissions from International Aviation apresenta quatro opções para um sistema global de regulamentação das emissões de aeronaves, além de pesar os prós e os contras dessas alternativas.

A publicação conclui que três dos mecanismos sugeridos tanto podem reduzir a emissão de poluição a um menor custo para a indústria, como permitem a geração de recursos finançeiros para apoiar os esforços globais no combate à mudança do clima em paises em desenvolvimento, mantendo a igualdade de condições entre as companhias aéreas.

"Convidamos os governos a superar dez anos de atraso e chegar a um acordo global sobre a aviação. O acordo está ao nosso alcance. Ele permite limitar as emissões e assegurar que o setor áereo contribua com os esforços globais para enfrentar a mudança do clima e condições meteorológicas extremas", afirma Samantha Smith, líder da Iniciativa Global pelo Clima e Energia do WWF.

“Na ausência de um acordo na OAIC, a poluição anual gerada pelo setor da aviação vai continuar a subir e contribuir para a instabilidade climática cada vez mais perigosa”, adverte Smith. Além disso, as companhias aéreas terão de enfrentar uma colcha de retalhos crescente de regulamentos internacionais, onde todos os voos dentro e fora da União Europeia devem ser incluídos este ano. Tal inclusão só foi suspensa por um ano para dar tempo a OACI de apresentar uma solução.

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Demanda por madeira deve triplicar até 2050

28 Janeiro 2013 | O aumento da população, da demanda e do uso da madeira em bioenergia podem triplicar a quantidade de madeira que a sociedade retira anualmente das florestas e plantações florestais até 2050, afirma o novo capítulo do Relatório Florestas Vivas, da Rede WWF (atalho ao lado).

O estudo foi apresentado hoje em Frankfurt (Alemanha) durante a Paperworld, a conferência internacional sobre papel, e prevê que a produção e o consumo de papel duplicarão nas próximas três décadas e que o consumo total de madeira poderá triplicar.

“Um cenário no qual a sociedade retira o triplo de madeira das florestas e das plantações florestais precisa motivar um maior cuidado para proteger as florestas. Do contrário, os locais onde a madeira cresce serão destruídos”, disse Rod Taylor, diretor do Programa Mundial de Florestas da Rede WWF.

"A madeira, quando obtida de florestas ou plantações bem manejadas, é um material renovável que apresenta muitas vantagens em relação a alternativas não renováveis. O desafio para as indústrias de base florestal é como fornecer mais produtos madeireiros com menos impacto na natureza. E esse desafio se estende por toda a cadeia de produção, desde o local e a forma como a madeira cresce e é colhida até quão inteligente e eficiente é seu processamento, uso e reuso”.

A meta de conservação das florestas da Rede WWF é alcançar zero desmatamento líquido e zero degradação florestal liquida até 2020, o que significa não ter nenhuma perda de área nem de qualidade florestal. Essa meta exige que a perda das florestas naturais seja reduzida e chegue próximo a zero, em lugar dos 13 milhões de hectares anuais que são perdidos atualmente.

“A pesquisa da Rede WWF sugere que é possível alcançar o desmatamento líquido e a degradação florestal líquida zero e, ao mesmo tempo, manter o vigor da indústria de produtos madeireiros”, afirmou Emmanuelle Neyroumande, coordenadora em nível mundial do trabalho da Rede WWF sobre celulose e papel.

“No entanto, quanto mais adiarmos as ações, mais difíceis e caras se tornam as soluções. Precisamos consumir de forma mais sábia e eficiente, bem como adotar práticas florestais responsáveis, boa governança e mais transparência”.

Em relação ao papel, o Relatório Florestas Vivas propõe soluções, como:

Mais reciclagem nos países com baixos índices de recuperação – se os índices de reciclagem aumentassem, no futuro a sociedade precisaria de menos material virgem, mesmo no caso de se ter um maior consumo mundial de papel. O cenário para 2020 demonstra que um aumento de 25% na produção de papel poderia demandar uma quantidade ainda menor de insumo de fibra virgem, desde que o nível global de uso de fibra reciclada, que hoje é de 53%, aumente para 70%. Os índices de recuperação do papel variam enormemente entre os países. Portanto, é grande o potencial dos esforços para aumentar a reciclagem nos países que apresentam baixos índices de recuperação e do crescimento elevado do consumo para provocar uma redução da pressão sobre as florestas naturais.

Eficiência no uso de recursos e padrões mais justos de consumo – eficiência no processamento e na manufatura pode ajudar a produzir mais produtos com a mesma quantidade de madeira. Além disso, os atuais padrões de consumo das nações ricas (10% da população mundial consome 50% do papel mundial) não podem ser adotados de forma sustentável pelos países em desenvolvimento. As nações mais ricas podem reduzir seu desperdício no uso do papel, enquanto as nações mais pobres precisam de mais papel para a educação, higiene e segurança alimentar.

Plantações para reduzir a pressão sobre as florestas naturais - a demanda líquida pela madeira provavelmente aumentará mesmo se houver um uso mais contido, com mais reciclagem e maior eficiência. Se a perda de florestas naturais ficar próxima de zero após 2020, sem que haja uma redução significativa no consumo, até 2050 precisaremos de até 250 milhões de hectares de novas plantações de árvores. Isso é quase o dobro das plantações hoje existentes. Portanto, plantações bem manejadas e que contribuam para restaurar os ecossistemas,, principalmente se feitas em terras que já estão degradadas, desempenharão um papel cada vez mais relevante.

Florestas bem manejadas – a demanda crescente certamente também irá pressionar ainda mais as florestas naturais. O relatório indica que, até 2050, a colheita comercial (de madeira) atingirá 25% mais florestas do que hoje. A certificação florestal continuará a ser um instrumento importante para melhorar as práticas de manejo florestal por meio de um mecanismo de mercado.

Desafio energético – até 2050, a demanda anual de madeira para uso energético poderá chegar a entre 6 e 8 bilhões de metros cúbicos, o que demandará mais do que o dobro da madeira hoje retirada para todo tipo de uso. Isso representa um desafio para o planejamento do uso sustentável da terra. Segundo a Rede WWF, a bioenergia tem um importante papel entre as diversas alternativas para combustíveis fósseis, além de oferecer outras fontes de renda e maior segurança energética para as comunidades rurais.

No entanto, para que tais benefícios se tornem realidade, a utilização da bioenergia deve ser cuidadosamente planejada, executada e monitorada, para que haja sustentabilidade ambiental e social. A má gestão?manejo da produção bioenergética pode destruir ecossistemas valiosos, diminuir a segurança alimentar e hídrica, prejudicar comunidades rurais e prolongar o desperdício no consumo de energia.

Nas próximas décadas, a humanidade provavelmente utilizará mais madeira e de mais maneiras. Devido ao aumento maciço na demanda projetada de madeira e de papel, a indústria de base florestal é chave para a conservação das florestas. Para que a madeira possa desempenhar um papel positivo numa economia “verde”, baseada em recursos renováveis, é preciso que as florestas de produção sejam bem manejadas e sigam os mais elevados padrões ecológicos e sociais, e que o uso e a recuperação dos produtos madeireiros se tornem mais eficientes.

O que é Desmatamento Líquido Zero e Degradação Florestal Líquida Zero?

A Rede WWF define Desmatamento Líquido Zero e Degradação Florestal Líquida Zero (ZNDD, sigla em Inglês) como nenhuma perda líquida florestal por meio do desmatamento e nenhum declínio líquido da qualidade florestal por meio da degradação das florestas. Há alguma flexibilidade no ZNDD: não significa a mesma coisa que nenhuma remoção da cobertura florestal sob quaisquer circunstâncias.

Por exemplo, o ZNDD reconhece o direito das pessoas de fazer um corte raso com finalidade agrícola, bem como o valor de ocasionalmente compensar as florestas degradadas para livrar outras áreas para restaurar corredores biológicos importantes, desde que os valores de biodiversidade, a quantidade e a qualidade líquidas das florestas sejam mantidas.

Ao defender o ZNDD até 2020, a Rede WWF enfatiza: (a) a maior parte das florestas naturais deve ser mantida – o índice anual de perda das florestas naturais ou seminaturais deve ser reduzido para um nível próximo de zero; e (b) qualquer perda bruta, ou degradação bruta, de florestas naturais virgens precisam ser compensadas por uma área equivalente de restauração florestal socialmente e ambientalmente saudáveis. Nessa contabilidade, as plantações são se equiparam às florestas naturais, pois muitos valores são reduzidos quando uma plantação substitui uma floresta natural.

Os três primeiros capítulos do Relatório Florestas Vivas, da Rede WWF, foram publicados em 2011:

Capítulo 1 – Florestas para um Planeta Vivo analisa as causas do desmatamento e a necessidade de se adotar um novo modelo sustentável para a atividade florestal, a atividade agrícola e o consumo, por meio do ZNDD.

Capítulo 2 – Florestas e Energia analisa as salvaguardas necessárias para garantir que o uso cada vez maior da bionergia ajude a prover segurança energética, desenvolvimento rural e redução dos gases de efeito estufa (GHG), sem com isso destruir ecossistemas valiosos nem prejudicar a segurança alimentar e hídrica.

Capítulo 3 – Florestas e Clima – REDD+ numa Encruzilhada destaca a Redução das Emissões Oriundas do Desmatamento e da Degradação Florestal (REDD+) como uma oportunidade única de se reduzir as emissões de gases de efeito estufa oriundos da floresta, em tempo hábil para prevenir as galopantes mudanças climáticas -- embora isso só poderá ocorrer se forem feitos investimentos agora.

 
 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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