Brasília (26/02/2013)
– O Instituto Chico Mendes de Conservação
da Biodiversidade (ICMBio) participa de pesquisa
sobre o aproveitamento de resíduos
florestais (toras e troncos de árvores)
na Floresta Nacional (Flona) do Tapajós,
no Pará. Os resíduos são
oriundos de exploração de produtos
madeireiros, prevista no Plano de Manejo Florestal
em vigor na Flona.
O estudo é desenvolvido
em parceria com o Instituto de Biodiversidade
e Florestas (Ibef), da Universidade Federal
do Oeste do Pará (Ufopa), e a Cooperativa
Mista Flona Tapajós Verde (Coomflona).
O objetivo é quantificar
e propor diretrizes técnicas para a
extração, além de avaliar
a viabilidade do uso dos resíduos florestais
pelo setor moveleiro. Tem como base arranjo
feito com as movelarias comunitárias
existentes no interior da unidade de conservação
(UC) e o Plano de Manejo Florestal.
Início
A pesquisa começou
em 2011 com a cubagem (cáculo da capacidade
cúbida) de toras e galhos de 520 árvores,
distribuídos em 21 espécies
comerciais. A ação permitiu
que se fizesse uma estimativa do volume de
resíduo por árvore. Na ocasião,
servidores do ICMBio, Ibama, Serviço
Florestal Brasileiro (SFB) e da Ufopa estiveram
em campo para definir os objetivos do estudo.
Em janeiro deste ano, foi
iniciada a extração dos resíduos
autorizados para a Unidade de Produção
7 (UPA 7), explorada no final de 2012. Desde
então, o processamento vem sendo feito
nos pátios de estocagem, previstos
no Plano de Manejo Florestal, onde a madeira
retirada da floresta é acumulada temporariamente.
Para beneficiar a madeira, é utilizada
uma serraria portátil, licenciada na
área de manejo na autorização
de exploração de 2012 – UPA
7. A madeira serrada, produzida a partir do
beneficiamento dos resíduos, será
destinada, agora em março, às
movelarias comunitárias existentes
no interior da Flona do Tapajós.
As informações geradas pela
pesquisa serão utilizadas pela CoomFlona
no Plano de Manejo Florestal e poderão
viabilizar o licenciamento da exploração
dos resíduos florestais em larga escala.
Com isso, será possível, no
futuro, a venda da madeira beneficiada aos
moveleiros de Santarém e Belterra,
cidades próximas à UC, abastecidas,
provavelmente, com madeira ilegal.
A cooperativa
A CoomFlona é formada
por comunitários residentes na Floresta
Nacional do Tapajós. Atua no manejo
florestal madeireiro e não madeireiro
desde 2005 em uma área objeto de um
Contrato de Concessão de Direito Real
de Uso (CCDRU) de 18.785 hectares no interior
da Flona.
A cooperativa integra um grupo de trabalho
formado por representantes do ICMBio, SFB
e Ufopa
que desenvolve, desde 2010, ações
com objetivo de reestruturar a cadeia produtiva
de móveis na Flona do Tapajós.
Dentre outras ações
– licenciamento de serraria portátil
na área de manejo florestal, aquisição
de equipamentos para as movelarias, capacitação
dos moveleiros –, o grupo articulou a realização
do atual estudo com pesquisadores da Ufopa.
Comunicação ICMBio