28/03/2013
- 19h45
Meio Ambiente
Heloisa Cristaldo
Repórter da Agência Brasil
Brasília – Os alertas de desmatamento
na Amazônia Legal subiram 26%, entre
1º de agosto de 2012 e 28 fevereiro de
2013, em comparação ao mesmo
período do ano passado, informou hoje
(28) o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais
(Inpe).
Os dados foram registrados
pelo Deter, sistema de detecção
de desmatamento em tempo real do Inpe, que
usa imagens de satélite para analisar
a perda da Floresta Amazônica em nove
estados. Eles incluem a degradação,
referente ao desmatamento parcial da floresta,
e o corte raso, quando há desmatamento
total da área e o solo fica exposto.
No total, foram registrados alertas de desmatamento
ou degradação nos últimos
seis meses em 1.695,27 quilômetros quadrados
da floresta.
Segundo o diretor de Proteção
Ambiental do Instituto do Meio Ambiente e
Recursos Naturais Renováveis (Ibama),
Luciano de Menezes Evaristo, o índice
divulgado hoje ainda não comprova o
aumento de desmatamento na região.
“Não se pode dizer
que com o aumento de alertas houve o aumento
de desmatamento. Isso porque o Deter, que
tem um componente de degradação
florestal que pode se tornar ou não
em desmatamento. Temos que aguardar o período
Prodes [Programa de Cálculo do Desflorestamento
da Amazônia] em julho para ser definido
se aquela degradação foi realmente
corte raso [desmatamento]”, explicou.
Os campeões da lista
de alertas de desmatamento são os estados
de Mato Grosso, do Pará e de Rondônia.
O Acre teve uma redução de 84%
nos alertas - no período analisado
em 2012, foram 28, e este ano, apenas quatro.
“Mato Grosso e Pará
sempre foram os campeões do desmatamento.
Esses alertas podem estar sendo impulsionados
pelo boom das commodities, pelo aumento do
preço da terra e pode ter havido uma
pressão maior no mês de julho.
Mas a administração ambiental
reagiu, mudou as estratégias e trouxemos
de novo sob o controle qualquer ameaça
[de degradação da floresta]”,
disse Evaristo.
Com o acréscimo de
alertas para fiscalização, o
Ibama adotou novas estratégias e apreendeu
no mês de fevereiro R$ 15 milhões
em toras de madeira. As ações
da Operação Onda Verde superaram,
em apenas um mês de fiscalização
no oeste paraense, o volume de madeira em
tora ilegal apreendido em 2012 em todo o estado.
A operação tem ações
em áreas críticas, que respondem
a 54% de todo o desmatamento da Amazônia
Legal, em Mato Grosso, Amazonas e em Rondônia
e já retirou de circulação
mais de 65 mil metros cúbicos de toras
ilegais.
“Para onde o desmatamento
caminhar, através dos alertas que o
Inpe nos passar pelo Deter, nos encaminharemos
para as nossas bases para conter o desmatamento.
E o grande alento deste ano, entramos a partir
de janeiro e em fevereiro fizemos grandes
apreensões de madeira. Só no
Pará, quase 22 mil m³ de tora
foram apreendidos no mês de fevereiro,
pegamos todos os desmatadores que fazem o
corte seletivo na floresta de surpresa, na
chuva, mais de 100 tratores foram apreendidos”,
destacou o diretor. De acordo com Evaristo,
as ações não tem data
para terminar.