Notícia - 28 - mar
– 2013 - Governo divulga nova tendência
de aumento do desmatamento na Amazônia.
Em seis meses, uma área de floresta
maior que a cidade de São Paulo desapareceu
Depois de comemorar o menor índice
histórico de desmatamento da Amazônia,
no ano passado, a estratégia do governo
para divulgar a tendência de novo aumento
nas taxas foi um tanto reservada. Numa quinta-feira,
às vésperas do feriado de Páscoa,
os números do Deter de agosto de 2012
a fevereiro de 2013 foram finalmente apresentados,
mostrando novamente um cenário com
menos floresta.
Os novos dados mostram que
houve um aumento significativo de 26,82% no
desmate entre agosto de 2012 e fevereiro de
2013, comparado com o mesmo período
do ano anterior. Em números absolutos,
1.695 quilômetros quadrados de floresta
desapareceram, uma área equivalente
a mais de 237 mil campos de futebol e maior
que a cidade de São Paulo.
O Estado que teve o maior
aumento no desmate no período foi o
Maranhão, com, 121%, seguido do Tocantins
(110%). Mas o Mato Grosso continua liderando
a lista dos maiores desmatadores, com 734
quilômetros quadrados de floresta derrubada
no período.
Apesar da má notícia,
o governo continua confiante e prevê
zerar o desmatamento ainda neste ano. “Vamos
ganhar do desmatamento até julho”,
disse Luciano Evaristo, diretor de proteção
ambiental do Ibama, durante a coletiva de
imprensa.
“O governo começa
a colher os frutos de sua equivocada parceria
com a bancada ruralista no Congresso”, disse
Kenzo Jucá, da campanha Amazônia
do Greenpeace. “Essa parceria culminou em
uma drástica redução
na proteção da Amazônia
com a aprovação do novo Código
Florestal, que agora mostra sua face real
com a tendência de aumento do desmatamento.”
De acordo com Jucá,
este é o momento de a sociedade civil
se juntar para reverter esse quadro e exigir
do poder público uma política
não só para impedir a retomada
do desmatamento, mas também para extingui-lo
de nossa História.
“As empresas comercializadoras
de soja e os maiores frigoríficos do
país já entenderam a necessidade
de estabelecer uma política de desmatamento
zero, porque sabem que os consumidores não
querem mais pagar por produtos associados
ao desmatamento”, complementa Kenzo Jucá.
“Agora é a vez de a sociedade civil
se mobilizar para aprovar o desmatamento zero
no Brasil e, com isso, reverter a atual agenda
política ambiental retrógrada
que está tomando o Congresso”, finaliza.
Junto com outras organizações,
o Greenpeace colocou nas ruas uma campanha
para levar a Brasília um projeto de
lei de iniciativa popular pelo Desmatamento
Zero. O projeto necessita de ao menos 1,4
milhão de assinaturas de eleitores
brasileiros, mas quanto mais pessoas e organizações
apoiarem a iniciativa, mais pressão
para tornar o projeto em realidade. Já
somos mais de 700 mil.