Notícia - 19 - mar
– 2013 - “Robin Haddad, aquele que tira dos
ônibus para dar aos carros” interrompeu
audiência pública que discutia
mudanças na inspeção
veicular em São Paulo
Um personagem inusitado interrompeu, na manhã
desta terça-feira, 19, uma audiência
pública na Câmara Municipal de
São Paulo em que se discutia o projeto
da prefeitura que altera as regras da inspeção
veicular na cidade.
Um ativista do Greenpeace
fantasiado de “Robin Haddad” estendeu um banner
lembrando os presentes que a prefeitura faz
o Robin Hood às avessas ao reembolsar
a taxa de R$ 47,44 aos motoristas aprovados
na inspeção veicular.
Se for aprovado, o projeto
representa um custo anual de até R$
180 milhões aos cofres públicos
– valor suficiente para modernizar o corredor
de ônibus Inajar de Souza, na zona Norte,
ou subsidiar o Bilhete Único mensal
por quase seis meses.
“Com um orçamento
tão apertado e um trânsito colapsado,
todo e qualquer recurso da Prefeitura para
mobilidade urbana precisa ser investido em
melhoria no transporte coletivo”, disse Sérgio
Leitão, diretor de políticas
públicas do Greenpeace Brasil. “O reembolso
dessa taxa representa uma inversão
de valores e acaba onerando toda a população,
inclusive os mais pobres, que dependem exclusivamente
do ônibus para se locomover.”
Muita pressa
Impopular desde sua implementação,
em 2008, a inspeção veicular
é um dos instrumentos para controlar
as emissões de poluentes atmosféricos
em uma cidade como São Paulo, que sofre
com a má qualidade do ar principalmente
devido à poluição emitida
pelos automóveis.
Durante a campanha eleitoral,
o então candidato Fernando Haddad prometeu
acabar com a inspeção. Mas desde
que foi eleito, foram várias as propostas
para se chegar no projeto atual, que prevê
descentralização das oficinas
autorizadas e reembolso ao motoristas aprovados.
Agora, o executivo tem pressa e deseja aprovar
a lei pela via rápida para evitar mais
polêmicas.
A audiência pública
desta terça-feira foi a segunda realizada
desde a apresentação do PL 24/2013,
elaborado pelo executivo, na Câmara.
A primeira ocorreu há apenas uma semana.
No dia seguinte, o projeto foi colocado em
votação na pauta extraordinária,
sendo aprovado em primeiro turno. A expectativa
é que o projeto seja aprovado em definitivo
ainda nesta semana.
“A inspeção
veicular pode e deve ser melhorada, mas o
projeto apresentado pela prefeitura permanece
nebuloso, sem detalhar como ela vai funcionar”,
complementa Leitão. “Por isso o prefeito
Haddad precisa colocar o pé no freio
e discutir a proposta amplamente com a sociedade”,
finaliza.