Quarta, 24 Abril 2013 -
Martim Garcia/MMA
Governo brasileiro sugere projetos ao GEF
Parceiro do Brasil no financiamento de projetos
consulta gestores do MMA para preparar agenda
ambiental a ser apoiada no quadriênio
2014-2018
SOPHIA GEBRIM
O Fundo Global para o Meio Ambiente (Global
Environment Fund – GEF, sigla em inglês)
está consultando diversos setores da
sociedade brasileira para definição
de prioridades no período de 2014 a
2018. Representantes do Fundo, que é
um dos principais parceiros do Brasil no financiamento
de projetos de fomento ao meio ambiente, reuniram-se
com gestores do Ministério do Meio
Ambiente (MMA), do Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio) e de outros ministérios, nesta
quarta-feira (24), na sede do MMA, em Brasília,
para receber demandas e discutir a agenda
ambiental para os próximos anos.
“Essa foi uma reunião
de consulta a diversos setores do governo
brasileiro para ajudar a preparar o próximo
ciclo de projetos a serem financiados pelo
GEF”, destacou o chefe de Recursos Naturais
do Grupo, Gustavo da Fonseca. Ele explica
que a organização reconstitui
o Fundo a cada quatro anos, com a definição
das propostas a serem financiadas no quadriênio
seguinte. O início desse novo ciclo
será em 2014. “Seguindo esse calendário,
no momento estamos consultando os principais
governos que são clientes do GEF, como
Brasil, África do Sul, México
e outros grandes países que têm
importância no cenário global
na questão de meio ambiente, sobre
quais seriam as grandes ações
estruturadoras e transformadoras na área
ambiental”.
METAS GLOBAIS
De acordo com o secretário-executivo
da Convenção sobre Diversidade
Biológica, Bráulio Dias, na
COP 10, que aconteceu em 2010 no Japão,
os 193 países membros da convenção
aprovaram a agenda de biodiversidade para
a próxima década, com o novo
plano estratégico com metas globais
a serem atingidas até 2020. “São
metas ambiciosas para ampliar os esforços
de conservação, recuperação
de áreas degradadas, reduzir desmatamento
e degradação de meio ambiente,
ampliar o consumo sustentável e melhorar
o nível de vida da população
com base no uso da biodiversidade”. Segundo
ele, o GEF, principal parceiro financeiro
da Convenção, é imprescindível
para alcançar essas metas.
Bráulio adiciona,
ainda, que parte importante dessa agenda é
promover a melhor inserção dos
temas da biodiversidade nas agendas de desenvolvimento,
para o engajamento de todos os setores, de
modo que essa não seja uma agenda somente
ambiental, mas também da agricultura,
pesca, floresta, energia, entre outros. “Esses
são os grandes desafios, e como o GEF
é o nosso instrumento financeiro, eles
têm o papel chave de mobilizar os recursos
para apoiar os países na implementação
de seus compromissos políticos para
atingir metas globais de biodiversidade”.
GEF NO BRASIL
O Fundo Global para o Meio
Ambiente foi criado em 1992, durante a Conferência
das Nações Unidas sobre o Meio
Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida
como ECO-92. O Fundo é um gerenciador
de ativos alternativos globais com aproximadamente
US$ 1 bilhão em ativos sob gestão,
sendo uma das principais empresas de investimento
do mundo dedicada aos setores de recursos
naturais de energia e meio ambiente. No Brasil,
financia importantes projetos de redução
ao desmatamento, uso sustentável do
solo e conservação do meio ambiente.
“Estamos vivendo um momento
diferente, atuando como líderes nas
negociações mundiais sobre biodiversidade
e mudanças climáticas, o que
requer uma nova postura brasileira diante
às questões ambientais”, destacou
o secretário-executivo do Ministério
do Meio Ambiente (MMA), Francisco Gaetani.
Para ele, as iniciativas do GEF são
de extrema importância para apoiar estratégias
e metas de biodiversidade. O Brasil, junto
com outros países, participa do processo
de consulta. Espera-se que, em breve, sejam
definidas novas prioridades nacionais de biodiversidade,
que serão apoiadas pelo GEF.