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PARTICIPAÇÃO CIDADÃ É DEBATIDA PELOS
CONSELHEIROS DE UNIDADES DE CONSERVAÇÃO NO ACRE

Panorama Ambiental
Abril de 2013

04 Abril 2013 | Nos dias 20 a 22 de março, os conselheiros das Reservas Extrativistas (Resex) Chico Mendes e Cazumbá-Iracema e das Florestas Nacionais (Flonas) Macauã e São Francisco se reuniram em Rio Branco (AC) para uma oficina de formação realizada pelo Programa Amazônia do WWF-Brasil. O evento, que contou com a parceria do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e dos gestores das quatro unidades participantes, foi promovido com o intuito de nivelar e formar principalmente novos integrantes dos conselhos das Resex e Flonas.

Os conselhos são espaços públicos utilizados como canal de participação da sociedade nas decisões da gestão das Unidades de Conservação (UCs), desde a prevenção de problemas até a solução das questões socioambientais da região da Unidade.

Compareceram 25 conselheiros das quatro unidades de conservação, pertencentes aos mais diversos segmentos da sociedade: desde representantes das comunidades e associações de moradores até membros das secretarias dos municípios abrangidos pelas UCs, além de representantes do ICMBio e de ONGs.

A oficina foi motivada pelos resultados e recomendações do estudo “Reflexões sobre conselhos gestores de Unidades de Conservação Federais apoiadas pelo WWF-Brasil”, que reúne lições aprendidas nas Resex Chico Mendes e Cazumbá-Iracema; nas Flonas Macauã e São Francisco; e no Parque Nacional do Juruena (AM-MT).

Os participantes discutiram sobre a Lei do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc) e a importância das UCs, além de conceitos e reflexões sobre o papel do conselho, os tipos de participação possíveis dentro das UCs e as dificuldades para sua implementação. Moacyr Araújo, gestor do Projeto Cabeceiras (WWF-Brasil), afirma que “este é um momento de nivelamento de conhecimento técnico sobre a legislação das Unidades de Conservação, e sobre o mecanismo de funcionamento dos conselhos”.

A participação cidadã, que na definição da autora Sherry Arnstein é a “redistribuição do poder que permite aos cidadãos atualmente excluídos dos processos econômicos e políticos a serem ativamente incluídos no futuro”, foi amplamente debatida pelos conselheiros. Foram discutidas possíveis soluções para as diversas dificuldades identificadas, principalmente no que diz respeito à comunicação de decisões e à coleta de opiniões e solicitações dentro das comunidades.

De acordo com Cláudia Conceição Cunha, analista ambiental do ICMBio/CNPT, “esta oficina tem um sabor especial, pois é a primeira vez que conseguimos reunir conselheiros de diferentes unidades de conservação para falar sobre o Conselho, o que já funciona como troca de experiências, pois essa prática faz com que eu saia um pouco do ‘meu mundo’ e olhe o ‘mundo do outro’. Pensar nas possíveis dificuldades para melhorar a eficiência dos conselhos é uma tarefa de todos: do órgão gestor, que tem essa responsabilidade primeira de propiciar um espaço de participação – algo previsto na Lei do Snuc –, e de cada representante”, advertiu Cláudia.

Manuel Oliveira de Araújo, representante da Cooperativa de Marceneiros de Sena Madureira, comenta que “muita gente nem sabe por que foi criada a Reserva, mas se não fosse criada, a área já teria sido destruída”. Para ele, “eventos como este são importantes para que possamos compreender como cuidar melhor do nosso espaço”.

Qual deve ser a formação do Conselho de uma Unidade de Conservação?

Um conselho de gestão de UC deve ser constituído por representantes de órgãos públicos e da sociedade civil, como ONGs e comunidade científica com atuação na área, população tradicional, proprietários de imóveis no interior das UCs e setor privado atuante na região, dentre outros. O ideal é que o conselho esteja sempre aberto ao diálogo e à negociação, e tenha representatividade de todos os segmentos da sociedade que tenham envolvimento com a Unidade, levando em conta os saberes, interesses e inquietações de cada grupo.

Dependendo do tipo de UC, o conselheiro pode ser a instância máxima na tomada de decisões sobre os projetos que acontecem na área: é o caso das Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) e das Resex na oficina, cujo conselho opera de modo deliberativo, ou seja, discute os assuntos da UC para decidir coletivamente a solução a ser tomada. No caso das Flonas, há um conselho consultivo, que não emite resoluções, mas discute e coleta a opinião dos conselheiros.

Para Jasylene Abreu, analista de conservação do WWF-Brasil, a formação dos conselheiros é fundamental para ampliar a participação das pessoas nos conselhos: “as UCs precisam ter um conselho atuante, participativo e com condições de tomar decisões. Quando discutimos o papel do conselheiro e quais os conhecimentos que eles precisam ter para melhorar sua participação, de certa forma contribuímos para a implementação da Unidade, pois de posse destes conhecimentos os conselheiros podem se articular melhor com o poder público e com a gestão da Unidade, e trazer a comunidade para fazer parte dessa gestão”, conclui Jasylene.

Nos próximos cursos, serão abordados temas como a sustentabilidade e o funcionamento do Conselho, os instrumentos de gestão das UCs, formação política para conselheiros, manejo florestal e legislação ambiental, dentre outros assuntos. O segundo módulo da oficina de formação ocorrerá nos dias 9 e 10 de maio, em Brasiléia (AC).

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A internet a serviço das Unidades de Conservação (UCs)

05 Abril 2013 | Por Frederico Brandão - Criado com o objetivo de reunir dados em um único local que sejam essenciais para o conhecimento, monitoramento e avaliação de Unidades de Conservação (UCs) no Brasil, o Observatório de Unidades de Conservação celebra, neste mês, 1 ano de existência. O site foi lançado pelo WWF-Brasil, em conjunto com instituições parceiras, e armazena informações sobre 979 UCs públicas, sendo 669 estaduais e 310 federais. As informações veiculadas no site podem ser utilizadas para o planejamento de estratégias e ações voltadas a melhorias de gestão de UCs.

O Observatório permite ainda a geração e sistematização de dados atualizados sobre as unidades de conservação brasileiras, com a possibilidade de divulgação de documentos, publicações e fotos dessas áreas, além de relatórios, análises, mapas e gráficos. Atualmente estão disponíveis no sistema mais de 390 documentos, 120 planos de manejo e 700 fotos sobre diversas áreas protegidas brasileiras.

Dentre os principais focos do Observatório estão os dados sobre a ocorrência de espécies em UCs, que vêm sendo compilados a partir de artigos científicos, teses e planos de manejo. Atualmente, o Observatório conta com cerca de 40 mil registros, distribuídos em mais de 130 unidades de conservação. É possível encontrar igualmente informações sobre infraestrutura, equipe, pressões e ameaças, importância socioeconômica, recursos financeiros e humanos de cada unidade, obtidas durante a aplicação dos questionários de efetividade de gestão (Rappam) em mais de 400 UCs.

“Neste primeiro ano, percebemos que o Observatório se tornou um importante mecanismo de informação para aqueles que trabalham diretamente com UCs, como gestores, pesquisadores e estudantes”, avalia Mariana Napolitano, analista de conservação do WWF-Brasil. Ainda segundo ela, o Observatório se tornou um significativo canal de comunicação entre o WWF-Brasil e a sociedade. Por meio da ferramenta Fale Conosco, o site recebeu cerca de 75 mensagens, somente nos três primeiros meses após seu lançamento. “O conteúdo é composto por pedidos de informações, denúncias, disponibilização de documentos e oportunidades de parcerias. Um exemplo foi o contato feito pela Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos de Goiás, que resultou na avaliação da efetividade de gestão das UCs desse Estado”, afirma.

A novidade para este ano será o lançamento de um blog para uma comunicação mais direta e frequente com os usuários, com notícias a respeito de unidades de conservação em geral. Está prevista também uma publicação com foco nos dados sobre biodiversidade disponíveis no site.

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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