Quarta, 15 Maio 2013
Do campo para a mesa:
agricultor familiar tem forte participação
no processo
Governo federal discute com sociedade iniciativas
de apoio à agricultura familiar
SOPHIA GEBRIM
Como parte das iniciativas governamentais
de apoio à agricultura familiar tradicional,
sustentável e inclusiva, a unidade
Semiárido da Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (Embrapa) promove,
na cidade de Petrolina (PE) em parceria com
o Ministério do Meio Ambiente (MMA),
o Workshop Agrobiodiversidade e Agroecologia
no Nordeste. O encontro, que começou
nesta quarta-feira (15/05) e segue até
a sexta (17/05), avaliará programas
em andamento de apoio à essas práticas
agrícolas, estabelecer estratégias
de parceria e articular a elaboração
de propostas para a Política Nacional
de Agroecologia e Produção Orgânica.
A técnica do Departamento
de Agroextrativismo da Secretaria de Extrativismo
e Desenvolvimento Rural Sustentável
do Ministério do Meio Ambiente, Cláudia
de Souza, explica que o encontro é
um dos cinco eventos que o MMA pretende realizar
em parceria com a Embrapa. “Serão reuniões
em cada uma das regiões brasileiras
com o objetivo de estabelecer estratégias
de parceria na Política Nacional de
Agroecologia e Produção Orgânica”,
diz. O governo federal pretende submeter o
tema à sociedade, com propósito
de elaborar um plano nacional, previsto para
ser lançado nos próximos meses,
com ações de fortalecimento
ao uso sustentável dos recursos naturais
e da oferta e consumo de alimentos orgânicos.
SUSTENTABILIDADE
O papel dos agricultores
familiares como fortalecedores da produção
orgânica e de base ecológica
também foi destacada. “Com esses encontros
pretendemos promover o desenvolvimento dos
agricultores familiares e dos assentados da
reforma agrária, em bases sustentáveis,
a partir da promoção de processos
de pesquisas participativas, descentralizadas
e com enfoque na agrobiodiversiade e agroecologia,
levando em conta critérios de sustentabilidade
ambiental”, acrescenta Cláudia de Souza.
“Existem hoje, no Brasil, mais de 200 mil
famílias inseridas na atividade de
produção orgânica e agroecológica,
daí a importância de políticas
públicas que potencializem essas atividades”.
O desenvolvimento de comunidades
de agricultores familiares no Piauí
por meio do gergelim orgânico, pesquisas
para avaliação e seleção
de variedades tradicionais (crioulas) de milho
junto aos agricultores familiares da Paraíba
e manejo comunitário da agrobiodiversidade
para o desenvolvimento sustentável
de comunidades rurais do semiárido
brasileiro também serão discutidos
no encontro. O Macroprograma 6 da Embrapa
– iniciativa de apoio ao desenvolvimento da
agricultura familiar e à sustentabilidade
do meio rural, também será foco
dos debates.
Além de MMA e Embrapa,
participam do evento representantes dos ministérios
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
(Mapa), Desenvolvimento Agrário (MDA),
Desenvolvimento Social e Combate à
Fome (MDS), Confederação Nacional
dos Trabalhadores na Agricultura (Contag)
e da sociedade civil.
+ Mais
MMA combate desertificação
Terça, 14 Maio 2013
Desertificação: comum no Nordeste,
Minas e Espírito Santo
Fundo Clima e IICA selecionam projetos para
enfrentar problema verificado em extensa área
do território nacional
SOPHIA GEBRIM
O Ministério do Meio Ambiente recebe,
até o próximo dia 3 de junho,
projetos de apoio a iniciativas de combate
à desertificação. A seleção,
realizada pelo Instituto Interamericano de
Cooperação para a Agricultura
(IICA), em parceria financeira com o Fundo
Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo
Clima), apoiará iniciativas para convivência
sustentável com a semiaridez nos nove
estados nordestinos, norte de Minas Gerais
e parte do Espírito Santo, localidades
onde estão concentradas as áreas
suscetíveis à seca no Brasil.
As iniciativas devem contemplar
o desenvolvimento e a difusão de boas
práticas e tecnologias voltadas para
o uso sustentável e integrado dos recursos
naturais. A seleção procura
ampliar e potencializar a contribuição
da sociedade no combate à desertificação
em âmbito local, possibilitando mudanças
nos arranjos produtivos e promovendo ações
para o aproveitamento e o manejo eficiente
das fontes renováveis de energia, solos
e florestas, conservação dos
mananciais e recursos hídricos, recuperação
de áreas degradadas e o fortalecimento
de redes socioambientais.