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BIOCOMBUSTÍVEIS PARA AVIAÇÃO DEVEM SER CERTIFICADOS

Panorama Ambiental
Junho de 2013

11 Junho 2013 | por Aldem Bourscheit*
Um dos principais desafios atrelados ao avanço dos biocombustíveis é o de garantir que sua demanda seja atendida de forma sustentável, avalia o WWF-Brasil. A cadeia de produção deve ser certificada para que não ocorram novos desmatamentos e áreas ecologicamente sensíveis e populações não sejam prejudicadas.

O WWF-Brasil defende e apóia a implantação dos modelos de certificação RSB (sigla em Inglês para Mesas Redondas para Biocombustíveis Sustentáveis) e BonSucro** para a produção de biocombustíveis no Brasil. Assim, sua fabricação levará em conta a redução das emissões de gases de efeito estufa, o bom uso da terra, a conservação da biodiversidade e o respeito às legislações trabalhista e ambiental.

"Isso precisa se tornar uma realidade para produtores de todos os portes e em todas as regiões do país. Há pelo menos 60 milhões de hectares de pastagens degradadas que poderiam ser convertidas para a produção de bicombustíveis ou alimentos", defendeu Edegar de Oliveira Rosa, do Programa Agricultura do WWF-Brasil.

Princípios como esse foram incorporados ao relatório Plano de Vôo para Biocombustíveis de Aviação no Brasil: Plano de Ação (atalho ao lado), fruto de um projeto realizado durante 2012 e início de 2013 que avaliou matérias-primas e tecnologias, bem como barreiras produtivas e comerciais a serem superadas.

“Nem toda bioenergia é energia sustentável. Os combustíveis precisam ser desenvolvidos de acordo com fortes critérios de sustentabilidade para atender às necessidades do setor de aviação. É importante discutir essas questões, já que a certificação de sustentabilidade se tornará, cada vez mais, um requisito de acesso aos mercados, e porque os padrões e processos de certificação são complexos e requerem adaptações na cadeia de suprimentos. É igualmente crucial assegurar que os requisitos de sustentabilidade sejam observados na prática, mediante certificação e fiscalização, e pela garantia de cumprimento das leis aplicáveis”, cita o relatório.

A iniciativa, liderada pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo, Boeing, Embraer e Unicamp, reuniu 400 cientistas brasileiros e 100 de outros países dedicados ao desenvolvimento de um biocombustível a partir de qualquer biomassa produzida em escala comercial, com custo competitivo e que possa ser misturado ao querosene de aviação convencional. Afinal, modificar motores, turbinas e sistema de distribuição de combustível das aeronaves em uso seria extremamente caro.

Cana-de-açúcar, soja e eucalipto são os três melhores candidatos para iniciar uma indústria nacional de biocombustíveis para aviação. Mas o pinhão-manso, algas, babaçu, mandioca e até resíduos podem se tornar opções viáveis. No relatório, os pesquisadores também apontam diversas tecnologias de conversão e refino, todas em teste para produzir biocombustíveis e já usadas usados em vôos de demonstração, no país e no Exterior.

Aviação - É o meio de locomoção que mais cresce em emissões de gases de efeito estufa e, junto com o transporte marítimo, lidera o crescimento das emissões de carbono do setor de transportes, contribuindo para as mudanças globais do clima.

O setor contribui com 2% das emissões totais de gases de efeito estufa no planeta, enfrenta o desafio de reduzir pela metade a emissão de dióxido de carbono em 2050, em comparação com os níveis de 2005, conforme estabeleceu a Associação de Transporte Aéreo Internacional (Iata, na sigla em inglês).

É importante que outras frentes sejam exploradas, não só os biocombustíveis. Reduzir o consumo de combustíveis e as emissões de gases de efeito estufa através de motores mais eficientes, melhorando a aerodinâmica e usando ligas metálicas mais leves no projeto dos jatos, além de melhor organizar o tráfego aéreo, são partes da solução.

Todavia, a forte expansão do transporte aéreo e o aumento da frota no mundo são o maior desafio. O setor brasileiro de aviação cresce mais rápido do que a média global e, de acordo o relatório, em 2010 transportou 71 milhões de passageiros e 870 mil toneladas de carga dentro e fora do país. As projeções indicam que o Brasil será o quarto maior mercado de tráfego aéreo doméstico do mundo até 2014.

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Clima precisa de mais peso na agenda política

10 Junho 2013 | por Aldem Bourscheit
Brasília (DF) - Entidades civis ligadas ao Observatório do Clima e ao Fórum Brasileiro de ONGs e Movimentos Sociais entregaram carta à presidente Dilma Rousseff na última semana reforçando críticas à implantação da Política Nacional do Clima.

Conforme o documento, os planos setoriais para mitigação e adaptação da Indústria, Transportes, Saúde e Mineração precisam de clareza metodológica, de regras para participação da sociedade civil e uma estratégia para monitoramento de sua efetividade. Confira a íntegra da carta no atalho à direita.

Segundo Carlos Rittl, coordenador de Mudanças Climáticas e Energia do WWF-Brasil, as 700 ONGs representadas no fórum e no observatório estão tentando melhorar o processo, pois avaliam que as mudanças climáticas ainda não são uma prioridade do governo, embora sejam atualmente o maior desafio ao desenvolvimento de qualquer país.

"Mudanças climáticas são o maior desafio do Século XXI, mas o governo ainda trata o tema como não prioritário. A precariedade do processo de revisão do Plano Nacional sobre Mudança do Clima demonstra isso", disse.

O documento ressalta a necessidade de maior a coerência entre a agenda de mitigação e adaptação às alterações do clima com outras políticas federais, como a energética, a de infraestrutura, a agropecuária e a industrial. Pôr em prática o novo Código Florestal também é prioridade, já que a maior parte das emissões brasileiras ainda é proveniente do desmatamento e outras “mudanças no uso da terra”.

"Os riscos e as oportunidades que as mudanças climáticas representam para o Brasil exigem que o governo traga o tema para seus planos de desenvolvimento e para o centro de suas decisões. Do jeito como está, ele representa uma imensa perda de tempo e de recursos", comentou Rittl.

Também preocupa o fato de que a principal fonte de recursos para o Fundo Clima, a parcela da participação especial do petróleo destinada ao Ministério do Meio Ambiente, tenha sido extinta com a alteração da Lei dos Royalties. Além disso, o combate ao desmatamento na Amazônia é uma grande conquista, mas é preciso que alcance todos os outros biomas.

Nesta semana, todos os países signatários da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima estao em Bonn (Alemanha) discutindo a revisão dos compromissos atuais para redução de emissões (inclusive de países em desenvolvimento, como o Brasil) e o futuro regime de clima.

Segundo Rittl, do WWF-Brasil, o Governo Federal esta em completo descompasso com a realidade dos fatos, como eventos climáticos extremos que tendem a se intensificar em força e freqüência, e com visão pouco estratégica em termos globais.

"Estamos ficando para trás em relação a muitos outros países, tanto em políticas de clima como em investimentos em desenvolvimento baseado em baixas emissões de gases de efeito estufa, o que não ajuda a resolver o problema e ainda nos torna menos competitivos", ressaltou.

“O processo, como organizado e como se apresenta, não irá resultar no aprimoramento do Plano Nacional de forma a permitir o desenvolvimento do país numa trajetória de baixas emissões de carbono. A urgência das mudanças climáticas não nos permite este luxo e queremos ver o Brasil assumir sua liderança nas negociações internacionais tendo feito seu melhor no plano doméstico”, destaca a carta entregue em 5 de junho, Dia Mundial do Meio Ambiente.

 

Fonte: WWF-Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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