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POUCO MAIS DE 60% DOS PARQUES NACIONAIS
TÊM PLANOS DE MANEJO EM EXECUÇÃO

Panorama Ambiental
Junho de 2013

10/06/2013 - 9h20 - Meio Ambiente - Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Pouco mais de 60% dos 68 parques nacionais (Parnas) brasileiros, que ocupam mais de 25 milhões de hectares do território nacional, têm planos de manejo elaborados e em execução. Esses documentos reúnem todas as informações, como o zoneamento da área, as espécies ameaçadas, as atividades permitidas nos parques, além de orientar grande parte das decisões no dia a dia das unidades de conservação (UCs).

O problema das administrações dos parques e do Instituto Chico Mendes (ICMBio), responsável pela gestão das unidades, é a burocracia e o modelo defasado que orienta a elaboração desses documentos.

“Às vezes demora tanto para concluir um plano desse que, quando aprovado, já está desatualizado. Isso é um empecilho à conservação [de espécies]”, disse o analista ambiental Alexandre Lantelme Kirovsky, coordenador substituto de Elaboração e Revisão de Plano de Manejo (Coman/ICMBio).

Ele acrescentou que o volume de diagnósticos feitos e de pesquisas “é absurdo” e, em alguns casos, influencia, na prática, em pouca coisa. Técnicos do órgão ambiental, criado há seis anos, tentam concluir uma proposta de mudança desse roteiro que poderá valer a partir deste ano. “Estamos formulando uma metodologia nova, mais enxuta, objetiva e estratégica”, explicou Kirovsky.

A presidenta do site ECO e integrante da Comissão de Parques Nacionais da União Mundial para a Conservação da Natureza (UICN), Maria Tereza Pádua, destacou que burocracias como licitações públicas, exigidas pela legislação atual, são dispensáveis. “Só precisa planejar quais investimentos você tem nas mãos no momento”, disse.

Para Tereza Pádua, o plano de manejo “não é bíblia”. Ela disse que é possível elaborar o documento de gestão de uma área em, no máximo, um mês.

A engenheira agrônoma e ex-presidenta do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) lembrou que o país viveu um boom de criações de UCs, inclusive as de usos diversos, como é o caso dos parques nacionais.

“Quando comecei [no Ibama], eram 14 parques, hoje são 68 mas, infelizmente, o Brasil não causa impacto na real implementação da conservação”, avaliou. Segundo Tereza Pádua, o plano de manejo precisa ser simplificado e barateado.

Ela explicou que o alto custo decorre de gastos com levantamentos para a construção de hidrelétricas, que comprometem a implementação dos planos de manejo previstos. Hoje, apenas 43 parques seguem o plano de manejo.

Em 15 unidades, o documento está sendo revisado. No Amazonas, por exemplo, o plano de manejo do Parque Nacional do Jaú, e na Bahia, o documento do Parque Nacional do Descobrimento, estão em fase de elaboração com a participação da comunidade que vive no entorno da unidade.

Em Goiás, moradores foram contratados para trabalhar em várias atividades do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e passaram a contar com uma renda a partir das atividades realizadas dentro da unidade.? “Quando as pessoas percebem que essas unidades impulsionam economicamente as regiões vizinhas, passam a ter outra avaliação sobre os parques”, disse Maria Tereza.

Especialistas na área sabem que os serviços ambientais prestados por essas unidades, como o de água de qualidade, são pouco observados pela sociedade o que, talvez, explique a falta de orçamento para as unidades e a deficiente estrutura de servidores.

Atualmente existem cerca de 1,9 mil funcionários no instituto, dos quais 800 são analistas ambientais. Pelos cálculos dos funcionários, seriam necessários, pelo menos, mais 5 mil analistas. Alguns parques com áreas superiores à do estado de Sergipe têm apenas um servidor encarregado. O ICMBio, no entanto, não tem estimativa oficial sobre o número de analistas necessários.

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Parques nacionais lutam contra ameaça de retrocesso no processo de regularização

12/06/2013 - 5h57 - Meio Ambiente - Carolina Gonçalves - Repórter da Agência Brasil - Brasília - Enquanto algumas unidades de conservação (UCs) ainda iniciam o processo de regularização, outros parques nacionais (Parnas) do bioma Mata Atlântica lutam contra a ameaça de um retrocesso. No extremo sul da Bahia, o Parna do Descobrimento está praticamente todo regularizado. A unidade tem pouco mais de 2 mil hectares, dos mais de 26 mil em situação pendente. A maior parcela irregular representa uma área que foi integrada ao parque no ano passado pelo governo federal.

Apesar do cenário mais consolidado, a administração da unidade convive diariamente com pressões de indígenas e assentados que vivem no entorno do parque. “Os índios [pataxós] querem retomar parte da terra, mas a Funai [Fundação Nacional do Índio] está trabalhando nos estudos para verificar se essa terra pertence a eles. Vamos ter que achar um meio-termo”, disse Aristides Neto, chefe da unidade, biólogo e analistas ambiental do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).

Ainda sem a solução para o impasse, Aristides conta que o foco da administração, no momento, é a estruturação da sede da unidade. Até hoje, o parque criado em 1999 não tem um prédio administrativo e um centro de visitantes.

“Em mais um ano teremos essas obras em conclusão. A estrutura vai ajudar a diminuir os impasses que hoje enfrentamos. Já tivemos problemas com incêndios, por exemplo”, explicou.

A caça praticada por assentados e índios com armas improvisadas também tem ameaçado as espécies encontradas na unidade. Aristides Neto destacou que o Parna guarda uma das três últimas manchas de Mata Atlântica na Bahia, além dos Parnas do Pau-Brasil e do Monte Pascoal. Segundo ele, o Descobrimento é a unidade mais preservada por abranger área ocupada por uma madeireira internacional que deixou o terreno no final dos anos 11000.

“As áreas no entorno viraram pastos e fazendas. Até hoje ainda temos retiradas clandestinas de madeira na área do parque, mas em pequena escala e estamos trabalhando para mostrar a importância do parque para a comunidade”, concluiu o biólogo.

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Pesquisa brasileira revela impacto do efeito estufa na agricultura

23/06/2013 - 10h20 - Meio Ambiente - Marli Moreira - Repórter da Agência Brasil - São Paulo – Um dos principais produtos vendidos pelo Brasil no exterior, a carne bovina, que coloca o país no topo mundial dos fornecedores desse alimento, pode ser afetada pelo gradativo aumento da presença de dióxido de carbono na atmosfera. Os primeiros resultados de um estudo que faz parte do projeto Climapest da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) sobre o impacto do efeito estufa na agricultura apontam para modificações na qualidade da pastagem do gado.

O estudo será apresentado no encontro sobre o impacto do efeito estufa Greenhouse Gases & Animal Agriculture Conference, que começa hoje (23) e vai até o dia 26 de junho, em Dublin, na Irlanda.

Com base na quantidade presumível de dióxido de carbono no meio ambiente daqui a 30 anos, pesquisadores brasileiros do Centro de Energia Nuclear na Agricultura (Cena) da Universidade de São Paulo (USP) criaram um ambiente com alto teor desse gás e constataram que, nessas condições, a gramínea brachiaria, mais utilizada na alimentação do gado no país, cresce com mais força, porém, com menos nutrientes.

“Com mais fibras indigeríveis, em vez de se ter mais produção de carne – porque o boi vai ter mais pasto para comer, nós poderemos ter um problema porque a queda na qualidade dessa comida levará o pecuarista a ter de investir mais”, ponderou o coordenador da pesquisa, Adibe Luiz Abdalla, professor do Cena.

Os trabalhos foram desenvolvidos em um campo experimental da Embrapa, em Jaguariúna, na região de Campinas, a cerca de 125 quilômetros da capital paulista. Nesse local foi criado um ambiente que se prevê como realidade no ano de 2040. Nele foram instalados 12 círculos de 10 metros quadrados nos quais foi injetado dióxido de carbono que ampliou a quantidade encontrada atualmente na atmosfera de algo em torno de 370 a 390 para cerca de 590 a 600 partes por milhão (ppm).

O gás carbônico tem o papel de auxiliar no desenvolvimento das plantas por meio da fotossíntese. O professor Adibe estima que com mais fotossíntese haverá um aumento da biomassa. “Esse aumento da produção de biomassa no caso de forragens é interessante porque vai produzir mais e mais capim, só que esse capim pelas informações que a gente está obtendo até agora é de pior qualidade, tem mais fibra, mais componentes indigeríveis”, explicou ele.

Isso poderia comprometer, igualmente, supõe o pesquisador, outras culturas como as de algodão, arroz, feijão, milho e trigo. Mas, segundo ele, ainda não se sabe ao certo o real impacto do efeito estufa sobre essas culturas.

 

Fonte: Agência Brasil - Radiobras

 
 
 
 

 

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