Brasília (19/06/2013)
- A coordenação nacional do
Projeto Tamar, do Centro Nacional de Pesquisa
e Conservação das Tartarugas
Marinhas (Tamar), do Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade
(ICMBio), acaba de divulgar os resultados
finais da 32ª temporada reprodutiva das
tartarugas marinhas no continente (2012/2013),
encerrada oficialmente em março, mas
com registros de desovas até maio.
Os dados apontam para novos
recordes: cerca de 18.600 ninhos protegidos,
gerando aproximadamente 923 mil filhotes,
levados ao mar em segurança, o que
representa um aumento de 3% em relação
à temporada reprodutiva anterior. Os
resultados se referem às áreas
de reprodução no continente.
As ilhas oceânicas estão fora,
pois a temporada de desova nesses locais ainda
não acabou.
O balanço foi anunciado
pela coordenadora de pesquisa e conservação
do Tamar, Neca Marcovaldi, e é fruto
do trabalho realizado por meio de 16 bases
de pesquisa instaladas em áreas prioritárias
de desova monitoradas no litoral de cinco
estados brasileiros - Rio de Janeiro, Espírito
Santo, Bahia, Sergipe e Rio Grande do Norte.
Durante a temporada, entre
setembro e março, foram flagradas 1.794
fêmeas em processo reprodutivo, incluindo
indivíduos marcados em temporadas anteriores
(546 fêmeas) e encontrados pela primeira
vez (1.248 fêmeas). O esforço
de marcação resultou no registro
de 2.782 fêmeas em processo reprodutivo.
Além da marcação e coleta
de dados biométricos, foram recolhidas
amostras de pele para estudos genéticos.
Aliados
De acordo com a coordenadora
do Tamar, a continuidade dos esforços
de educação ambiental, envolvimento
comunitário e aprimoramento do monitoramento
das praias permitiu a manutenção
de mais de 70% dos ninhos no local original
de postura escolhido pela fêmea (ninhos
in situ), estratégia de conservação
considerada ideal para as desovas de tartarugas
marinhas.
Somente os ninhos sob risco
de predação humana ou animal,
ação da maré ou localizados
em áreas urbanas foram transferidos
para os cercados de incubação,
expostos às condições
climáticas naturais, ou para trechos
seguros de praia, acrescentou Neca.
Esses ninhos transferidos
para os cercados têm um papel importante
na educação e sensibilização
da sociedade, pois possibilitam que milhares
de pessoas vejam bem de perto o nascimento
das tartaruguinhas e seu caminho até
o mar, em solturas programadas nas praias,
ressalta a coordenadora nacional do Tamar.
"São ações interativas
que acabam conquistando novos aliados na defesa
das tartarugas marinhas", reforçou
ela.
Criado há 33
anos, o Projeto Tamar tem o patrocínio
oficial da Petrobras, por meio do programa
Petrobras Ambiental, e o apoio do Título
de Capitalização Bradesco Pé
Quente. Atua em nove estados brasileiros onde
mantém diversas parcerias em âmbito
local.