05/08/2013 - 10h08
Meio Ambiente
Fernanda Cruz
Repórter da Agência Brasil
São Paulo – O inventário do
Programa Brasileiro GHG Protocol, estudo desenvolvido
pelo Centro de Estudos em Sustentabilidade
da Fundação Getulio Vargas,
mostra que, no ano passado, a emissão
direta de gases que provocam o efeito estufa
não teve redução efetiva.
Foram emitidos 71,6 milhões de toneladas
de gás carbônico. Houve queda
de 35% no total de emissões em relação
a 2011, mas isso ocorre porque uma grande
organização que participava
da pesquisa deixou de publicar seu inventário
em 2012.
O programa, que completa
cinco anos, conta com a participação
de 106 organizações. Entre os
setores com maior representatividade estão
a indústria de transformação
(35% das organizações), as atividades
financeiras, de seguros e serviços
relacionados (11%), a eletricidade e o gás
(7%) e a construção (7%).
As emissões diretas
de gases são as provenientes de fontes
controladas pela empresa, como de combustão
em caldeiras, fornos, veículos, emissões
do processo produtivo, emissões de
sistemas de ar condicionado e refrigeração.
O levantamento traz também
o volume de emissões indiretas de energia
adquirida, provenientes da aquisição
de energia elétrica e térmica.
Essas emissões ocorrem fisicamente
no local onde a energia é produzida,
mas são de responsabilidade indireta
da organização que a consome.
No ano passado, a emissão foi 4,8 milhões
de toneladas. Em 2011, a mesma fonte havia
somado 3,3 milhões de gás carbônico.
Segundo o estudo, o aumento
na emissão ocorre em função
de recentes decisões do planejamento
energético nacional de aumentar a contribuição
de fontes não renováveis de
energia na matriz brasileira (como termoelétricas
a gás natural e a carvão). Isso
gera um aumento nas emissões de gases
associadas ao consumo elétrico.
Um terceiro grupo mostrado
pela pesquisa foi o de emissões indiretas,
que são as atividades não controladas
pela organização, mas que ocorrem
em consequência de suas atividades.
Nele, foram emitidos 282,9 milhões
de gás carbônico em 2012.
+ Mais
Ministério do Meio
Ambiente detecta crescimento de desmatamento
seletivo na Amazônia
15/08/2013 - 17h06
Meio Ambiente
Ana Cristina Campos
Repórter da Agência Brasil
Brasília - A ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira, disse hoje (15) que não
há aumento do desmatamento na Amazônia,
mas o ministério detectou um crescimento
da prática da fragmentação,
que ocorre quando se corta árvores
seletivamente, sugerindo uma mudança
na dinâmica do crime ambiental. “O sistema
de inteligência do ministério
já detectou essa prática e estamos
combatendo com novas estratégias de
fiscalização”, disse a ministra.
Segundo Izabella, o desmatamento
da Amazônia foi reduzido para menos
de 5 mil quilômetros quadrados. Em 2004,
o desmatamento chegou a mais 27 mil quilômetros
quadrados. “Todos os recursos tecnológicos,
humanos e financeiros foram alocados para
a fiscalização. Não há
corte de recursos. Ao contrário, é
o maior contingente de fiscais que já
trabalhou na Amazônia”, disse Izabella.
A ministra também
cobrou dos estados maior empenho na fiscalização.
“Tem estado que colocou na operação
total de homens apenas seis funcionários
para combater o desmatamento. E é um
dos estados que mais desmata. Quando vai ser
prioridade dos governos estaduais cuidar da
Floresta Amazônica?”, disse Izabella.
A ministra não quis revelar qual é
o estado por questões de segurança.
Segundo a ministra, o Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos
Naturais Renováveis (Ibama) vai tornar
disponível em breve em seu site as
áreas embargadas (proibidas ao plantio
para recuperação da área
degradada). “Tem gente plantando em área
embargada e apostando na impunidade. A regularização
prevista no Código Florestal é
para quem desmatou até 2008. Após
2008, tem multa. É inaceitável
que as pessoas ainda busquem o caminho da
ilegalidade”, ressaltou.