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BRASIL SE CLASSIFICA COM UM PONTO ACIMA DA MÉDIA GLOBAL

Panorama Ambiental
Outubro de 2013

Ilhas do Pacífico e Europa lideram o ranking dos oceanos saudáveis; Proteção costeira é uma preocupação do futuro.

Rio de Janeiro, 15 de outubro de 2013 — Após um ano do lançamento do Índice de Saúde do Oceano (OHI, da sigla em inglês), pesquisadores divulgam hoje, 15, o resultado de sua atualização, versão 2013. Provisão de Alimentos foi a meta que atingiu a menor pontuação: 33 de um total de 100, na classificação geral. Oceania (Pacífico Central e Ocidental) e a Europa foram as regiões com as pontuações mais altas no mundo. Brasil conquistou a 83ª colocação de um total de 221 Zonas Econômicas Exclusivas (ZEE), com 66 pontos, um acima da média global, que ficou em 65 de um total de 100, repetindo a marca do ano passado. "Para um país com as dimensões oceânicas e o potencial que tem o Brasil, a nota posicionada em torno da média indica que existe muito espaço para um gerenciamento mais eficaz dos oceanos, visando a sustentabilidade dos recursos e garantindo o bem-estar dos seres humanos", afirma André Guimarães, diretor executivo da Conservação Internacional (CI-Brasil).

"É gratificante divulgar os resultados deste ano, porque agora podemos, pela primeira vez, começar a ver como a saúde geral dos oceanos está mudando em cada país e no planeta como um todo”, revela Ben Halpem, Professor da Escola Bren de Gestão e Ciência do Meio Ambiente, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, principal cientista do Índice. “As Nações Unidas e alguns países, individualmente, já estão reconhecendo a utilidade do OHI no acesso a informações de como estamos nos comportando em relação ao gerenciamento dos nossos oceanos e onde precisamos implementar mudanças. Contar com tanta adesão em pouco mais de um ano, desde que lançamos o primeiro Índice, é algo notável e encorajador”, completa Halpem.

O Índice de Saúde do Oceano demonstra se estamos utilizando os recursos e benefícios do oceano de maneira sustentável. É uma ferramenta que pode servir para legisladores e empresários em todo o mundo. O Índice define um oceano saudável como aquele que oferece uma gama de benefícios para as pessoas, agora e no futuro. O OHI é um trabalho colaborativo de cientistas liderados por Ben Halpem, do Centro Nacional para Análise e Síntese Ecológica (CNASE / NCEAS) da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, e inclui o projeto Sea Around Us (O mar à nossa volta) da Universidade de British Columbia, a National Geographic, o New England Aquarium, a Conservação Internacional e outras universidades, organizações sem fins lucrativos e agências governamentais.

Provisão de Alimentos apresenta o segundo menor índice entre os objetivos do OHI
Com uma pontuação de 33 em um total de 100, Provisão de Alimentos, que inclui pesca e maricultura, atingiu a segunda menor pontuação dentre os 10 objetivos. Das 10 regiões melhores classificadas no quesito Produção de Alimentos, nove são ilhas do Pacífico — Ilhas Salomão, Tuvalu, Palau, Ilhas Marshall, Vanuatu, Wallis e Futuna, Papua da Nova Guiné, Nauru e Nova Caledônia. Essas regiões são particularmente importantes, porque metade do atum de todo o mundo depende de suas águas. Já os nove países do mundo com as maiores indústrias pesqueiras – China, Indonésia, Índia, Estados Unidos, Peru, Japão, Rússia, Chile e Noruega -, atingiram uma média de 29 pontos— quatro a menos do que a média global. Os índices refletem o estado das pescarias em cada ZEE. Quarenta e nove países ou territórios tiveram 10 pontos ou menos neste quesito.

“A baixa pontuação no quesito Provisão de Alimentos indica que a segurança alimentar está ameaçada, particularmente naquelas partes do mundo que dependem de frutos do mar como uma fonte de proteína de alta qualidade”, avalia Andrew Rosenberg, diretor do Centro para Ciência e Democracia na União dos Cientistas Comprometidos.

Em 2013, o método de cálculo do item Provisão de Alimentos foi melhorado. Uma equipe de cientistas desenvolveu uma nova forma de avaliar a máxima produção sustentável para muitos estoques dos quais dispunham de dados insuficientes anteriormente. Trata-se de uma nova métrica importante tanto para o OHI quanto para outras medições relativas aos recursos pesqueiros. O novo método também foi aplicado nas pontuações de 2012, de maneira que seus resultados pudessem ser comparados aos de 2013. Isto acarretou em mudanças em algumas pontuações anunciadas no ano passado, incluindo as do Brasil, que teve sua média global elevada de 62 para 66, permanecendo com essa mesma pontuação em 2013, o que lhe coube a conquista da 83ª colocação no ranking mundial, com um ponto acima da média global (65).

Países insulares e Europa lideram o OHI
Áreas remotas no Oceano Antártico e no Pacífico Sul estão entre as 10 melhores colocadas no OHI. As Ilhas Heard e Mcdonald obtiveram os maiores pontos, 94, entre todas as regiões povoadas, embora a população seja de somente 110 pessoas. Alguns países da Europa Ocidental também atingiram boas pontuações: os Países Baixos (74 pontos, 21 lugar), França (73 pontos, 32º), Bélgica (72, 37º), Mônaco (70, 42º), e Alemanha (68, 59º), todos acima da média global, de 65 pontos.

“As pontuações do Índice nos deram uma visão interessante dos diversos tipos de países que conseguem alta pontuação em saúde oceânica. No topo da lista, vemos muitos lugares com pouco ou nenhum impacto humano”, explica Dr. Greg Stone, vice presidente executivo do Centro para Ciência e Oceanos Betty e Gordon Moore, da Conservação Internacional. “Mas quando vemos um país europeu altamente povoado, com pontuação acima da média, isto revela que, embora a atividade humana tenha impacto na saúde dos oceanos, a adoção de melhores práticas de manejo nas ZEEs também surte efeito positivo e permite obter uma pontuação mais alta no OHI, como é o caso de muitas nações europeias altamente populosas e industrializadas.”.

Riqueza Não Significa Saúde para os Oceanos
Países ricos têm um maior impacto na indústria e na política, por isso seu desempenho no Índice é importante para a saúde dos oceanos, mas existe pouca correlação entre o desempenho econômico, como o medido pelo PIB, e as pontuações do OHI. A pontuação média dos 15 países com os mais altos PIBs foi de 65, ficando portanto nivelados com a média global.

Alguns dos países mais ricos, de acordo com a classificação do PIB, apresentaram índices muito baixos no OHI. Já os 10 países que apresentaram as pontuações mais baixas do mundo - liderados por Guiné Bissau e seguidos por República Democrática do Congo, Libéria, Haiti, Costa do Marfim, Guiné, Paquistão, Angola, Somália e Nicarágua - têm economia mais fraca ou um histórico recente de guerra civil, conflito étnico, ditadura ou um má gestão. Essas condições limitam recursos e oportunidades para o desenvolvimento de ações de resiliência, necessárias para reduzir as pressões sociais e ambientais que acometem o oceano.

Globalmente, os oceanos obtiveram 69 pontos no objetivo Proteção Costeira, que mede a presença de habitats costeiros, como manguezais, pântanos salgados, recifes de coral e gelo marinho, e servem para proteger o litoral de tempestades e de enchentes. Quarenta e cinco países que sofrem o ciclo anual de ciclones tiveram uma pontuação média de 57 de um total de 100. Dos países com uma população acima de 10 milhões, a pontuação média é de apenas 56.

Trabalhos recentes têm mostrado que os ciclones tropicais causam perdas em propriedades estimadas em 26 bilhões de dólares por ano. “Habitats litorâneos mitigam os danos que as tempestades podem causar, então é muito importante para nós incluirmos proteção do habitat litorâneo como um objetivo do OHI. Devemos tentar restaurar naturalmente os habitats litorâneos protetores nas regiões susceptíveis a tempestades, isto combinado com planejamento litorâneo sensato e engenharia civil”, explica Elizabeth Selig, Diretora de Ciência Marinha da Conservação Internacional.

Sobre o Índice de Saúde do Oceano – O Índice de Saúde do Oceano é um instrumento inicial que compara e combina cientificamente os elementos principais de todas as dimensões da saúde do oceano – biológica, física, econômica e social. Os 10 objetivos do Índice oferecem aos líderes uma carteira de informações necessárias para promoverem um ecossistema humano-oceânico mais sustentável. O Índice pode ser usado globalmente, regionalmente ou individualmente. Permite comparações diretas através de aspectos diferentes da saúde dos oceanos em diferentes locais, de uma maneira que não é possível com os instrumentos disponíveis atualmente.
O índice de saúde oceano atualiza anualmente as 10 metas, com base na análise científica de dados globais, usando estudos das principais agências de pesquisa ao redor do mundo. Para 2013, foram calculados dados de 221 Zonas Econômicas Exclusivas (ZEE) que são identificadas como "países" no site.

O Índice de Saúde do Oceano foi desenvolvido com contribuições de mais de 65 especialistas em Oceanos, incluindo o Centro Nacional de Análise e Síntese Ecológica e o projeto Sea Around Us (Mares à Nossa Volta), da Universidade de British Columbia. Os criadores do Índice são a Conservação Internacional, National Geographic e o New England Aquarium. O Patrocinador Criador do OHI é a Fundação Pacific Life. A verba de fundação foi concedida por Beau e Heather Wrigley. Para maiores informações, em inglês: www.oceanhealthindex.org ou ainda no Facebook ou Twitter.

 

Fonte: Conservação Internacional Brasil
Assessoria de imprensa

 
 
 
 

 

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