Segunda, 25 Novembro 2013
LUCIENE DE ASSIS
Pelo menos 60% das espécies de fauna
e flora brasileiras ameaçadas de extinção
localizam-se na área de abrangência
da Mata Atlântica, hoje formada por
apenas 20% da sua cobertura original. Cerca
de 70% da população brasileira
(120 milhões de pessoas), responsáveis
por 80% do Produto Interno Bruto (PIB) do
país, vivem em áreas urbanas
e rurais com fragmentos de cobertura do bioma,
que vai do Nordeste ao Sul do Brasil.
Os dados foram apresentados
na tarde desta segunda-feira (25/11), em Brasília,
pelo diretor do Departamento de Conservação
da Biodiversidade do Ministério do
Meio Ambiente (MMA), Carlos Alberto Scaramuzza,
durante o Seminário Aprendizagens e
Perspectivas para Políticas Públicas
de Biodiversidade e Clima para a Mata Atlântica,
que encerrou o Projeto Mata Atlântica
II. Scaramuzza afirmou que a recuperação
do bioma permitirá o melhor abastecimento
de água para as populações
que ocupam esses espaços, além
de reduzir os casos de enchentes e de tragédias
provocadas pelos deslizamentos de terra durante
o período chuvoso.
RECUPERAÇÃO
O secretário de Biodiversidade
e Florestas do MMA, Roberto Cavalcanti, ao
falar sobre a importância da recuperação
da Mata Atlântica, afirmou que restaurar
a cobertura vegetal do bioma é essencial
e refletirá em todas as áreas
de floresta do Brasil. Segundo Cavalcanti,
o governo brasileiro conta com a colaboração
importante de entidades alemãs na efetivação
do projeto de recuperação da
Mata Atlântica, a partir da integração
dos resultados da pesquisa científica
dos dois países.
De acordo com a representante
da Cooperação Alemã para
o Desenvolvimento Sustentável (GIZ,
sigla em alemão) no Brasil, Ingrid
Prem, o governo alemão investe em projetos
como o destinado a recuperar a cobertura vegetal
da Mata Atlântica. “Brasil e Alemanha
têm desafios globais comuns para conservação
da biodiversidade e enfrentamento das mudanças
climáticas”, explicou. Os dois países,
segundo Ingrid, têm assumido compromissos
nos temas biodiversidade e clima e se juntaram,
numa parceira estratégica que já
dura 40 anos para enfrentar esses desafios.
O secretário de Extrativismo
e Desenvolvimento Rural Sustentável
do MMA, Paulo Guilherme Cabral, esclareceu
que boa parte dos municípios abrangidos
pela Mata Atlântica já está
com o Sistema de Cadastro Ambiental Rural
(Sicar) implantado. Segundo ele, em dezembro,
a ministra Izabella Teixeira deverá
assinar uma instrução normativa
dando início ao cadastramento ambiental
rural em âmbito nacional, permitindo
aos produtores rurais receberem o apoio dos
órgãos estaduais de meio ambiente
e de agricultura.
+ Mais
MMA considera positivos
resultados obtidos no setor ambiental em 2013
Quarta, 27 Novembro 2013
LUCAS TOLENTINO
Os investimentos do governo federal, a implantação
do Cadastro Ambiental Rural (CAR) no País
e o aperfeiçoamento da tecnologia de
monitoramento da Amazônia Legal representam
os avanços na política brasileira
de conservação e preservação
dos recursos naturais. A avaliação
foi feita pela ministra do Meio Ambiente,
Izabella Teixeira, nesta quarta-feira (27/11),
na abertura da 112ª reunião ordinária
do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama).
“Foi um ano proveitoso do ponto de vista de
conclusão de processos”, declarou.
Entre os pontos positivos,
segundo Izabella, o Ministério do Meio
Ambiente (MMA) mobiliza R$ 1,76 bilhão
para os Estados com liberação
prevista para o período de 2013 a 2014.
O montante decorre do orçamento destinado
à pasta e de outras fontes de recursos,
como as cooperações internacionais.
De acordo com a ministra, somente a implantação
do CAR soma o repasse de R$ 323 milhões.
“Os Estados precisam acelerar o processo de
cadastramento dos imóveis rurais e
avançar nas discussões sobre
recuperação ambiental”, afirmou.
CONTROLE
O combate ao desmatamento
na Região Amazônica aparece entre
as prioridades. A ministra ressaltou que,
no próximo ano, começará
a funcionar um sistema capaz de capturar imagens
de até três hectares, com o objetivo
de auxiliar as plataformas de monitoramento
por satélite e ações
de fiscalização que já
estão em curso no bioma. “A pressão
sobre os gestores ambientais vai aumentar”,
avisou. “Vamos trabalhar em parceria para
acabar com o crime na Amazônia.””
O papel do Conama
em questões da pauta ambiental, como
as negociações globais a respeito
das mudanças climáticas e da
proteção da biodiversidade,
também precisa ser incentivado. “Foi
um ano positivo para o fortalecimento do Conselho”,
destacou a ministra. “É o momento de
retomada do espaço político
do Conama nos temas nacionais e internacionais
da agenda ambiental.”