Terça, 03 Dezembro
2013 - LUCIENE DE ASSIS - A ministra do Meio
Ambiente, Izabella Teixeira, lançou
na noite desta terça-feira,
3/12, na Escola Nacional de Botânica
Tropical, o “Livro Vermelho da Flora do Brasil”,
publicação do Instituto de Pesquisas
Jardim Botânico do Rio de Janeiro organizada
por meio do Centro Nacional de Conservação
da Flora (CNCFlora/JBRJ). Izabella Teixeira
disse que quando entrou no MMA, foi com o
desafio de resgatar a pesquisa “e esse livro
representa um marco na pesquisa”.
“Nós temos, no Brasil,
a nata da pesquisa na área tropical”,
afirmou a ministra. “Apliquem bem o conhecimento
adquirido a partir deste livro e continuem
trabalhando e construindo um caminho de consolidação
do resgate da biodiversidade da flora brasileira.”
PRIORIDADES
A publicação,
que teve a colaboração de cerca
de 200 especialistas brasileiros e estrangeiros,
representa uma contribuição
da comunidade científica para atualização
da “Lista Oficial de Espécies da Flora
Brasileira Ameaçadas de Extinção”,
a cargo do Ministério do Meio Ambiente.
A publicação visa, entre seus
objetivos, municiar os tomadores de decisão
com informações científicas
que permitam estabelecer prioridades de ação
para a conservação de plantas.
Será útil, também, para
direcionar pesquisas científicas que
possam preencher lacunas de conhecimento sobre
determinados grupos taxonômicos.
O Livro Vermelho da Flora
do Brasil representa a conclusão da
primeira fase de um trabalho muito mais extenso,
que tem como meta, até 2020, avaliar
o risco de extinção de todas
as espécies conhecidas de plantas brasileiras.
Assim, a versão impressa do livro será
atualizada a cada cinco anos, enquanto a versão
online, DISPONÍVEL no sítio
eletrônico do CNCFlora/JBRJ, terá
atualizações anuais.
AMEAÇAS
A publicação
científica reúne avaliações
sobre o risco de extinção de
espécies de plantas no país
e revela que, do ponto de vista espacial,
a maioria das 4.617 espécies avaliadas
e consideradas ameaçadas encontra-se
nos nas regiões Sudeste e Sul. Um total
de 2.118 (45,9%) foram classificadas como
ameaçadas e enquadradas nas categorias
“vulnerável”, “em perigo”” e “criticamente
em perigo”. As demais entraram nas categorias
“menos preocupante”, “deficiente de dados”
e “quase ameaçada”.
O livro, organizado por
Gustavo Matinelli e Miguel Ávila Moraes,
informa que o Brasil concentra de 11% a 14%
da diversidade de plantas do mundo, com quase
44 mil espécies catalogadas e milhares
ainda desconhecidas pela ciência. No
País estão localizadas duas
das 34 áreas de grande diversidade
de espécies com alto risco de extinção
(hotspots), que são a Mata Atlântica
e Cerrado.
METODOLOGIA
A obra está estruturada
em três partes. A primeira reúne
capítulos que contextualizam a importância
das avaliações de risco de extinção
para a conservação de plantas
no Brasil e no mundo, e mostra as metodologias
de trabalho e os principais resultados alcançados.
A segunda é por capítulos sobre
cada uma das famílias botânicas
avaliadas. Cada capítulo apresenta
um texto introdutório sobre a família
e reúne o resultado das avaliações
nacionais de risco de extinção
de cada espécie apontada como ameaçada
de extinção.
A terceira parte do
livro reúne material que esclarece
aspectos técnicos e facilita o entendimento
do leitor sobre a obra. Estão incluídos,
neste capítulo, o “Sistema de categorias
e critérios de risco de extinção”,
adotado para as avaliações,
bem como lista de ameaças, ações
de conservação, tabelas de classificação
de habitats e índice remissivo. Clique
aqui e leia mais sobre o Livro Vermelho da
Flora Brasileira.