Ana Cristina Campos – Repórter
da Agência Brasil - Agência Brasil24.01.2014
- 14h46 | Atualizado em 24.01.2014 - 14h59
Relatório do Programa das Nações
Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) alerta
que o mundo pode ter 849 milhões de
hectares, uma área equivalente ao território
do Brasil, degradados
até 2050 se os padrões atuais
de uso da terra forem mantidos. Segundo o
estudo, a necessidade de produzir alimentos
para uma população global em
crescimento levou a agricultura a ocupar 30%
das terras do mundo, o que resultou em degradação
e perda de biodiversidade em 23% dos solos.
Entre 1961 e 2007, as terras cultiváveis
tiveram expansão de 11%, e o percentual
continua a crescer, diz o documento.
O relatório Avaliação
do Uso Global da Terra: Equilibrando o Consumo
com a Oferta Sustentável (em tradução
livre), produzido pelo Painel Internacional
de Recursos com a participação
de 27 cientistas e 33 representantes de governos,
foi divulgado hoje (24) no Fórum Econômico
Mundial, em Davos, na Suíça.
De acordo com o subsecretário-geral
da Organização das Nações
Unidas (ONU) e diretor executivo do Pnuma,
Achim Steiner, as conclusões do relatório
mostram “declínio acentuado nos ecossistemas
terrestres nas últimas décadas”.
Florestas e outros biomas foram convertidos
em terras para cultivo a um custo que não
é sustentável, acrescentou.
“Como a terra é um
recurso limitado, precisamos nos tornar mais
eficientes na forma de produzir e consumir.
As recomendações do relatório
devem alertar líderes e contribuir
para as discussões sobre o uso sustentável
de recursos, incluindo novas metas para o
desenvolvimento sustentável pós-2015”,
disse Steiner.
Segundo o Pnuma, o crescimento
da renda e da urbanização está
alterando a maneira de as pessoas consumirem
alimentos, com dietas mais ricas em carne,
o que exige mais terra para a pecuária.
A crescente demanda por biocombustíveis
também aumenta a necessidade de mais
áreas cultiváveis. O estudo
informa que a população em expansão
e em migração para cidades leva
a uma projeção de que, em 2050,
5% das terras do mundo – cerca de 15 bilhões
de hectares – serão ocupados por áreas
urbanas.
O relatório reforça
a necessidade de equilibrar o consumo com
a produção sustentável.
Segundo o Pnuma, será possível
preservar 319 milhões de hectares até
2050 se houver investimento na recuperação
de solos degradados, melhoria nas técnicas
de manejo e planejamento do uso da terra e
redução do desperdício
de alimentos e de subsídios para plantações
para produção de combustíveis.