Ana
Cristina Campos - Agência Brasil0 -
A ministra Izabella Teixeira lembrou que a
próxima COP em Lima, no Peru, que “será
a primeira na Amazônia”.
Brasília - A comunidade internacional
vai lidar, no ano que vem, com duas negociações
importantes para definir os rumos da agenda
ambiental. A 20ª Conferência das
Partes da Convenção-Quadro das
Nações Unidas sobre Mudança
do Clima (COP-20) está prevista para
ocorrer entre 1º e 12 de dezembro de
2014, em Lima, no Peru. Além da COP-20
haverá a 12ª reunião de
cúpula da Convenção de
Diversidade Biológica (CDB), que será
sediada pela Coreia do Sul entre 6 e 17 de
outubro de 2014.
Vinculados à Organização
das Nações Unidas (ONU), os
encontros reúnem delegações
de centenas de países para firmar acordos
de combate ao aquecimento global e de proteção
da fauna e da flora. “Deve haver convergência
entre os temas. As duas conferências
não podem ficar isoladas”, disse a
ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira.
Para ela, é necessário
maior esforço para confluência
entre as negociações sobre clima
e sobre a conservação da biodiversidade.
“Temos o time do clima e o da biodiversidade,
que fazem esforços imensos, mas nunca
vi uma manifestação dos dois
nas convenções internacionais.
Precisamos reorganizar o processo político
de diálogo entre as partes, o que envolve
o setor privado, os jovens, as entidades ambientalistas,
as entidades sociais e os trabalhadores”,
disse.
Na avaliação
da ministra, a próxima COP em Lima,
no Peru, que “será a primeira na Amazônia”,
tem que resgatar a unidade que os países
em desenvolvimento conseguiram na COP-19,
em Varsóvia. Para contribuir na construção
de um acordo mais amplo, Izabella disse que
o Brasil já está em entendimento
com a presidência da COP em Lima para
ajudar a construir não só um
engajamento dos países, mas de toda
a sociedade em um diálogo, já
com vistas a Paris que sediará a conferência
em 2015, quando deve ser estabelecido um novo
acordo global climático que entrará
em vigor em 2020.
Segundo Izabella o desafio
é resgatar o espírito de confiança
no ambiente de negociação nas
próximas COPs. A aprovação
de mecanismos capazes de diminuir as emissões
de poluentes na atmosfera é um dos
principais gargalos das negociações
internacionais de mudanças climáticas.
Para a ministra, é preciso mudar o
foco das reuniões de cúpula.
“Chegou a hora de parar de olhar somente para
o problema e procurar as soluções.
São debates acirrados em busca de um
entendimento e o estresse político
entre os países precisa ser eliminado”,
destacou.
O subsecretário-geral
de Meio Ambiente, Energia, Ciência e
Tecnologia do Ministério das Relações
Exteriores, José Antonio Marcondes
de Carvalho, negociador-chefe brasileiro nas
conferências internacionais sobre temas
ambientais disse que o desafio da COP em Lima
é conquistar a confiança dos
países desenvolvidos. “O Brasil continua
com sua determinação inabalável
de avançar nesses processos [de negociação
climática]”, ressaltou.
Edição: Valéria Aguiar