Notícia - 31 - jan
– 2014 - Nessa sexta-feira, dia 31 de janeiro,
último dia de vigência da moratória
da soja, o Grupo de Trabalho da Soja (GTS)
decidiu renovar o acordo até 31 de
dezembro de 2014, atendendo a pedidos das
empresas consumidoras, das organizações
da sociedade civil e do governo brasileiro.
Esse será o ano final do compromisso
que estabelece a não comercialização
de grãos oriundos de áreas desmatadas
da Amazônia a partir de julho de 2006.
O GTS, formado por organizações
da sociedade civil, o governo, as comercializadoras
de soja, a Abiove (Associação
Brasileira da Indústria de Óleos
Vegetais) e a Anec (Associação
Nacional de Exportadores de Cereais), se comprometeu
a desenhar, testar e implementar durante esse
período um mecanismo para substituir
a moratória. O novo mecanismo terá
como diretriz a consolidação
do Sicar (Sistema Nacional de Cadastro Ambiental
Rural), ferramenta de regularização
ambiental prevista no novo Código Florestal.
“Após duras negociações,
o GTS concordou em manter por mais um ano
as principais premissas que garantiram o sucesso
da moratória: o monitoramento e o desmatamento
zero a partir de 2006. Num contexto em que
o desmatamento dá sinais de aumento
e novos projetos de infraestrutura estão
sendo consolidados no coração
da Amazônia para o transporte da soja,
os desafios continuam enormes. Por isso, um
novo acordo precisa ser ainda mais consistente
que a atual moratória”, disse Paulo
Adario, do Greenpeace.
A renovação
do acordo ocorre meses após a taxa
de desmatamento na Amazônia subir 28%,
conforme divulgado pelo Inpe no final do ano
passado. Os dois estados responsáveis
pelos índices de aumento mais alarmantes
são também os maiores produtores
de soja da Amazônia Legal: Mato Grosso,
que registrou alta de 52% no desmatamento,
e Pará, que ficou com 37%.
Essa será a última
renovação da moratória,
que há sete anos tem sido uma ferramenta
essencial para contribuir com a redução
do desmatamento na Amazônia e fortalecer
a governança na região. O Greenpeace
continua engajado no processo coletivo para
garantir o desmatamento zero e a proteção
permanente da Amazônia.
+ Mais
Shell não vai explorar
Ártico este ano
Notícia - 30 - jan
– 2014 - Um dos diretores executivos da Shell,
Ben van Beurden, anunciou nesta quinta-feira,
em Amsterdã, que a companhia vai suspender
os planos de explorar petróleo no Ártico
em 2014, na região do Alasca. A decisão
veio após grupos de indígenas
e ambientalistas terem entrado com ação
na Justiça americana, que decidiu exigir
mais informações sobre os projetos.
Somente no último
mês de dezembro, mais de 150 mil pessoas
enviaram mensagens a Ben van Beurden pedindo
que ele cancelasse os planos de perfuração
da Shell no Ártico, e admitisse que
não há tecnologia segura o suficiente
para se explorar aquela região.
“A escolha da Shell de se
aproximar do Ártico foi um erro de
grandes proporções. A empresa
gastou uma montanha de dinheiro e tempo em
um projeto que não lhes trouxe nada
além da má reputação
e fama de incompetência”, afirmou o
coordenador da campanha do Ártico no
Greenpeace Internacional, Charlie Kronick.
“A única decisão sensata neste
momento é dar um ponto final nos planos
de explorar a região no futuro”.
“A desistência da
Shell de explorar o Ártico está
sendo acompanhada por outras petrolíferas,
que devem concluir que a região é
muito remota, hostil e icônica para
ser explorada economicamente”, disse Kronick.
“Milhões de pessoas ao redor do mundo
ajudaram a jogar luz sobre a exploração
do Ártico, e isso começou a
arranhar a imagem da Shell. Vamos continuar
fazendo pressão enquanto a empresa
não desistir definitivamente dos seus
planos para aquela área”.
Desde 2003, a Shell já
desembolsou mais de US$ 5 bilhões em
seu programa no Alasca, e falhou nas tentativas
de exploração após uma
série de erros que poderiam ter resultado
em grandes desastres nos últimos anos.