Fernanda Cruz - Agência
Brasil21.02.2014 - 13h49 | O estudo leva em conta
a necessidade de consumo durante os meses de estiagem
seca, que têm início em maio e terminam
em setembro
A cabeceira do Sistema da Cantareira precisa receber
pelo menos três vezes mais chuvas do que o
normal para que o nível dos seus reservatórios
possa atingir níveis mínimos aceitáveis,
segundo estudo realizado pelo Consórcio Intermunicipal
das Bacias dos Rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí
(PCJ). A Cantareira continua registrando os menores
níveis da sua história, hoje (21)
chegou a 17,7 % da sua capacidade.
O estudo leva em conta a necessidade
de consumo durante os meses de estiagem, que têm
início em maio e terminam em setembro. Para
atender a demanda desse período, precisaria
chover 1 mil milímetros, volume que aumentaria
para 50% a capacidade útil do armazenamento
dos reservatórios. Normalmente, no início
do ano, as chuvas atingem, no máximo, 300
milímetros.
O coordenador de projetos do Consórcio,
José Cezar Saad, calcula que o ideal é
que essa precipitação ocorra nos próximos
60 dias. Caso isso não corra, a redução
da capacidade pode afetar os moradores da região
metropolitana de São Paulo, já que
o sistema responde por quase 50% do abastecimento
dessas cidades.
Saad explica que os resultados
das análises são entregues as prefeituras
e empresas, para que sejam tomadas ações
de contingenciamento. “O consórcio dá
orientações, suporte técnico
para a gestão dos recursos hídricos
e de meio ambiente”, disse.
Saad explica que, em dezembro,
os técnicos do Consórcio PCJ já
tinham indicadores de que a estiagem neste ano poderia
ser acentuada. No ano passado, choveu 70% menos
do que o esperado nas quatro represas que formam
o sistema, de acordo com a Sabesp. “O estudo vem
sendo feito desde novembro, quando nós percebemos
que os níveis dos reservatórios estavam
caindo”, explicou. Desde então, o consórcio
vem alertando prefeituras, empresas e órgãos
gestores.
Embora os paulistanos tenham enfrentado
fortes chuvas na última semana, a precipitação
na região do sul de Minas Gerais, onde se
formam os rios que abastecem o Sistema Cantareira,
não foi suficiente. Essa cabeceira está
localizada nas cidades de Camanducaia, Extrema,
Sapucaí-Mirim, Joanópolis e Nazaré
Paulista.
Procurada, a Companhia de Saneamento
Básico do Estado de São Paulo informou
que não vai se pronunciar sobre os resultados
do estudo. Quantidade de chuvas na Cantareira precisa
triplicar para atingir nível ideal.
Edição: Valéria Aguiar