Notícia -
13 - mar – 2014 - Em anúncio realizado
hoje Ministério da Fazenda e Ministério
de Minas e Energia anunciam que consumidores
pagarão parte das despesas do setor
elétrico
A falta de chuvas e a possibilidade
de racionamento de água e de energia
não são as únicas preocupações
da população brasileira. Pelo
menos não deveriam ser diante do recente
anúncio do governo de que a conta de
luz dos consumidores brasileiros vai aumentar.
Devido aos baixos níveis dos reservatórios
das hidrelétricas e do funcionamento
constante das usinas termelétricas
desde o inicio do ano, o governo brasileiro
já gastou R$ 12 bilhões para
manter o fornecimento de energia no país.
E, para fechar essa conta, os consumidores
de energia vão ter que pagar parte
das despesas.
Com essa decisão,
a conta de luz deve subir a partir de 2015.
O governo vai autorizar um financiamento privado
de R$ 8 bilhões que será ressarcido
com o aumento das tarifas. “Há muito
tempo alertávamos que os gastos exorbitantes
com o combustível das termelétricas
sobraria para o consumidor”, afirma Ricardo
Baitelo, coordenador da Campanha de Clima
e Energia do Greenpeace Brasil, “ já
que boa parte do parque termelétrico
foi construído para operar apenas em
poucos meses do ano devido ao custo do combustível
queimado por elas que é caríssimo.”
Ainda para tentar equilibrar
as contas e para evitar o risco de ‘apagão’,
também foi anunciado hoje a realização
de um leilão de energia A-0 – para
contratação de energia emergencial
ou imediata, não havendo necessidade
de construir novas usinas – na tentativa de
reduzir o preço da eletricidade e o
gasto das distribuidoras.
O governo vem pagando parte
da conta das distribuidoras desde o ano passado
para evitar impactar o bolso do consumidor,
no entanto, a conta ficou tão elevada
que decidiu socorre-las financeiramente. Em
2013, a conta repassada ao Tesouro pelo setor
elétrico foi de R$10 bilhões
e apenas em janeiro de 2014 alcançou
R$1,2 bilhão.
A real solução
para complementar as hidrelétricas
no período seco do ano e economizar
água nos reservatórios são
renováveis como eólicas, solares
e biomassa uma vez que o pico de geração
dessas renováveis acontece justamente
nos meses secos que tanto prejudicam os reservatórios
das hidrelétricas.
“O governo deveria adotar
daqui por diante um planejamento que não
onere o consumidor nem o meio ambiente para
evitar que bilhões tenham que ser desembolsados
no futuro. Com os R$ 12 bilhões gastos
pelo Tesouro poderíamos ter construído
3500 MW permanentes de energia eólica
para o Brasil”, conclui Baitelo.