Akemi Nitahara - Agência
Brasil 15.04.2014 - 20h57 | Atualizado em
15.04.2014 - 21h28 - A Secretaria de Estado
do Ambiente do Rio de Janeiro lançou
hoje (15) campanha de conscientização
sobre os problemas que os balões podem
causar. A prática é crime, previsto
na Lei de Crimes Ambientais [ Art. 42: Fabricar,
vender, transportar ou soltar balões
que possam provocar incêndios nas florestas
e demais formas de vegetação,
em áreas urbanas ou qualquer tipo de
assentamento humano], por causar graves incêndios
florestais e apresentar risco de acidentes
para a população.
A novidade da campanha,
que existe há 15 anos, é a criação
do disque denúncia exclusivo para crimes
ambientais. De acordo com o coronel José
Maurício Padrone, coordenador de Combate
a Crimes Ambientais da secretaria, também
será oferecida, pela primeira vez,
recompensa em dinheiro.
“Os atendentes do disque
denúncia não tinham muita sensibilidade
para tratar com crimes ambientais, porque
é diferente receber a denúncia
de um crime ambiental da de um crime comum",
disse o coronel. Segundo ele, os atendentes
foram qualificados e conseguiu-se um telefone
próprio para o serviço. "Este
ano, está havendo incentivo, por meio
do oferecimento de recompensa em dinheiro,
para quem fornecer denúncias que levem
à apreensão de balões
ou identificação de baloeiros.”
A recompensa vai variar de R$ 300 a R$ 2 mil.
No ano passado, foram registradas
252 denúncias desse tipo de crime,
menos do que em 2012, quando houve 375 registros.
De acordo com Padrone, a maioria das denúncias
leva aos baloeiros e a expectativa é
que este ano o número aumente, por
causa do prêmio. Para o coronel, a população,
em geral, tem consciência dos problemas
que os balões podem causar.
“É uma coincidência
trágica, a época em que eles
soltam os balões, é justamente
aquela em que o ar está mais seco.
São os meses de maio, junho, julho,
quando ocorre a estiagem. Tempo seco, sem
chuva, facilita a propagação
de incêndios florestais”, explicou o
coronel.
Padrone ressaltou que, na
maioria das vezes, o balão cai em local
de difícil acesso, o que eleva o custo
do combate aos incêndios florestais.
“Em janeiro, houve um grande incêndio
no Parque Estadual da Serra da Tiririca, entre
Niterói e Maricá, e os nossos
fiscais de campo descobriram uma bucha de
balão. Então, ficou caracterizado
que o incêndio foi provocado por balão.
Ficamos uma semana para apagar esse incêndio,
com o uso de aeronave dos bombeiros e da Polícia
Militar.”
Nesse caso, o responsável
foi identificado e responde a inquérito
na Delegacia de Proteção ao
Meio Ambiente. A campanha para combater a
soltura de balões começa antes
do feriado de São Jorge, comemorado
no próximo dia 23, e vai até
15 de setembro. O número do Linha Verde
funciona é 0300 253-1177, e pode receber
denúncias de todo o estado do Rio de
Janeiro.