Notícia - 15 - abr
– 2014 - Greenpeace inicia campanha para que
Volkswagen, Fiat e Chevrolet produzam veículos
mais eficientes – como já fazem em
outros mercados – e invistam em
carros elétricos
O Greenpeace apresentou
hoje, em São Paulo, o ‘lançamento
do ano’: um carro da Idade da Pedra. Com uma
tenda da Volkswagen, Fiat e Chevrolet – as
montadoras que mais vendem carros no país
–, ativistas vestidos com roupas daquela época
convidavam pedestres a fazer um test drive.
A sátira fazia parte do lançamento
de uma campanha desafiando as empresas a adotarem
tecnologia mais moderna em seus carros, para
que eles consumam menos combustível
e emitam menos gases de efeito estufa.
“A União Europeia,
os Estados Unidos e vários outros países
estão muito mais avançados nas
discussões sobre eletromobilidade e
já adotaram metas ousadas de eficiência
energética para seus veículos.
Estamos ficando para trás nessa corrida,
colocando nas ruas carros que têm design
atual, mas que ainda gastam muito combustível
e contribuem largamente para o aquecimento
global”, diz Iran Magno, coordenador da campanha
de Clima e Energia do Greenpeace.
Na última semana,
o estudo “Eficiência Energética
e Emissões de Gases de Efeito Estufa”,
feito pela Coppe/UFRJ em parceria com o Greenpeace,
foi divulgado mostrando que as emissões
de CO2 dos veículos brasileiros podem
reduzir. Segundo os dados, caso as montadoras
nacionais seguissem as mesmas metas de eficiência
energética europeias, chegaríamos
em 2030 com emissões mais baixas que
as de hoje, mesmo que a frota de veículos
do país dobre, como é estimado.
“Se por um lado precisamos
que os governos ofereçam um sistema
de transporte público muito melhor
que o atual, a indústria de automóveis
também precisa tomar medidas para amenizar
sua contribuição ao aquecimento
global”, diz Magno. “Fiat, Volkswagen e Chevrolet,
que detêm 61% do mercado brasileiro
de automóveis, já estão
produzindo carros mais limpos e eficientes
em outros países. Portanto, um alinhamento
tecnológico para os veículos
produzidos no país é imprescindível.
Está na hora de oferecer o mesmo para
os consumidores brasileiros, que colocaram
o país entre os quatro maiores mercados
de carros do mundo”.
O setor de transportes se
tornou um dos maiores emissores de gases estufa
no Brasil. De 11000 a 2012, segundo o Observatório
do Clima, o salto de suas emissões
foi de 143%, e continua aumentando. A tendência
é global: no domingo, o Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas (IPCC)
divulgou relatório mostrando que, se
nada for feito, as emissões do setor
são as que mais crescerão, superando
todas as outras fontes, até 2050.
Os cientistas sugerem que
a indústria de veículos adote
tecnologias de baixo carbono, melhorando a
eficiência energética de seus
carros e abrindo caminho para a eletromobilidade.
“O que estamos pedindo para as companhias
é exatamente o que recomendam os cientistas.
O Brasil é uma das maiores economias
globais e temos todas as condições
de avançar muito mais nessas questões”,
diz Magno.
A proposta do Greenpeace
é que a indústria brasileira
se comprometa com as mesmas metas de eficiência
energética da União Europeia,
até 2021. Isso significa aumentar em
41% a eficiência de seus carros, tomando
como base as taxas de 2011. Além disso,
a organização também
pede que haja mais investimentos em pesquisa
e desenvolvimento de tecnologia para carros
elétricos. No site www.ocarroqueeuquero.org.br,
lançado hoje pelo Greenpeace, os consumidores
podem enviar mensagens às empresas
pedindo essas mudanças.
+ Mais
Mais eficiência, menos
emissões
Notícia - 10 - abr
– 2014 - Estudo da Coppe/UFRJ em parceria
com o Greenpeace mostra que mesmo com o dobro
da frota de carros em 2030, emissões
podem ser menores que atuais, caso indústria
adote metas de eficiência energética
europeias.
Se a indústria brasileira
de automóveis adotar meta de eficiência
energética alinhada à europeia,
as emissões de gases estufa dos veículos
nacionais reduzirá substancialmente:
mesmo que dobre o número de carros
nas ruas do país em 2030 – como é
estimado –, as emissões, ainda assim,
seriam cerca de 10% menores que as de 2010.
A conclusão é do estudo Eficiência
Energética e Emissões de Gases
de Efeito Estufa (GEE), produzido pelo Coppe/UFRJ
(Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação
e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal
do Rio de Janeiro), em parceria com o Greenpeace.
“O Brasil é o quarto
maior mercado de automóveis do mundo
e, no entanto, estamos muito atrasados quando
o assunto é eficiência energética
e consumo de combustíveis dos veículos.
Vários países têm adotado
metas rigorosas para que seus carros reduzam
o consumo energético e emitam menos
gases estufa. É hora das montadoras
que operam no Brasil assumirem a responsabilidade
pelo impacto que têm no clima e serem
coerentes ao adotar padrões similares
aos que elas já têm lá
fora”, diz Iran Magno, coordenador da campanha
de Clima e Energia do Greenpeace.
Nos últimos anos,
as emissões brasileiras do setor de
transporte cresceram vertiginosamente. De
11000 a 2012, segundo o Observatório
do Clima, esse aumento foi de 143%. Na próxima
semana, o IPCC (Painel Intergovernamental
de Mudanças Climáticas da ONU)
divulga mais um relatório com conclusões
de cientistas sobre a crise climática
global. Um vazamento dos dados divulgado essa
semana pela imprensa internacional mostra
que, até 2050, as emissões de
transporte devem ser as que mais crescem no
mundo, puxadas principalmente por países
emergentes.
Hoje, a única meta
que o Brasil tem de eficiência energética
veicular é voluntária, estipulada
pelo programa Inovar-Auto, do governo federal.
Este é o cenário de referência
do estudo. Os cálculos da Coppe/UFRJ
mostram que, caso a indústria siga
essa meta – que representa um ganho de 12%
em eficiência até 2017 – as emissões
veiculares em 2030 seriam de 88Megatoneladas
de CO2 equivalente (Mton CO2 eq). Mas se o
país for mais ousado e adotar a mesma
meta definida pela União Europeia –
de 1,22 MJ/km até 2021 – entre 2010
e 2030 teríamos deixado de emitir quase
2 vezes o que foi emitido pelos veículos
leves em 2012.
O professor Emilio La Rovere,
do Programa de Planejamento Energético
da Coppe, diz que é fundamental a criação
de uma política de estímulo
aos fabricantes e compradores de veículos
leves para se reduzir o consumo de combustíveis
como gasolina, álcool e gás
natural.
De acordo com o professor,
que coordena o Centro de Estudos Integrados
sobre Meio Ambiente e Mudanças Climáticas
(Centro Clima) da Coppe, uma das alternativas
é reduzir o valor dos impostos para
quem fabricar veículos com mais eficiência
energética. “Já os fabricantes
de veículos com baixa eficiência
passariam a pagar um imposto mais alto. E,
como o carro é objeto de desejo de
muitas pessoas, pode ser dado a elas uma redução
no valor do IPVA no ato da compra. O nosso
estudo mostra que tais medidas são
possíveis”, afirma o professor da Coppe.
Os dados
O estudo da Coppe/UFRJ compara três
cenários de eficiência energética
na frota de veículos do Brasil, e aponta
as diferenças entre elas nas emissões
de gases estufa até 2030. Nos três
casos, o ano base é 2011, quando a
eficiência média dos veículos
novos estava em 2,07 MJ/km e as emissões
totais eramde 79 Mton CO2 eq – cinco vezes
o que a cidade de São Paulo emitiu
no ano de 2011.
O primeiro cenário
é o descrito acima, em que a indústria
alcança a meta voluntária estipulada
pelo programa Inovar-Auto. No segundo panorama,
moderado, a Coppe considerou que os carros
produzidos no país atingiriam a mesma
meta de eficiência adotada pela Europa
– só que apenas em 2023, com dois anos
de atraso. Nesse caso, as emissões
em 2030 chegariam a 68Mton CO2 eq.
No terceiro cenário,
o mais otimista, foi considerado que os veículos
novos brasileiros já estariam equiparados
às metas de eficiência europeia
em 2021, mesmo ano que o bloco europeu estipulou
para que os carros cheguem à média
de 1,22 MJ/km. Desse modo, as emissões
totais dos automóveis brasileiros alcançariam
67Mton CO2 eq. Em 2030, se compararmos este
cenário com o de referência,
a redução de emissões
seria de quase 24%.
“Além de voluntárias,
nossas metas de eficiência são
muito pouco ousadas se levarmos em conta que
o Brasil é, e vai continuar sendo pelos
próximos anos, um dos principais mercados
de carro do mundo. Montadoras e governo precisam
viabilizar meios para que os carros produzidos
sejam mais limpos e eficientes, alinhados
com a realidade de outros mercados automobilísticos”,
defende Magno.
Para o Greenpeace, as discussões
sobre eletromobilidade também precisam
ganhar relevância no Brasil, para que
a dependência de combustíveis
fósseis seja quebrada aos poucos. “Nesse
momento, a eficiência energética
é a medida mais emergencial. Mas a
eletromobilidade é o seguinte passo
nesse desafio. E essas questões interessam
à própria indústria e
à economia do país, pois produzir
carros de ponta significa gerar empregos e
abrir mercados de exportação”,
diz Magno, ao lembrar que a solução
de longo prazo inclui necessariamente o aprimoramento
do transporte público.
O aumento da frota de veículos
individuais no Brasil é um fato. Por
isso, é necessário adotar medidas
rigorosas para que esses carros cheguem às
ruas da maneira mais limpa possível.
“Mas paralelamente a isso, os governos precisam
melhorar muito o sistema de transporte público,
para que a população também
tenha condições de fazer a opção
por veículos de massa em seus deslocamentos”,
defende o pesquisador do Centro Clima da Coppe,
William Wills.
Nos últimos anos,
enquanto o desmatamento – considerado o grande
vilão das emissões brasileiras
– reduziu substancialmente, a contribuição
da área de energia só fez crescer.
E o principal responsável por esse
aumento foi o largo consumo de combustíveis
fósseis no sistema de transporte. Justamente
por ter se tornado um dos maiores contribuidores
do aquecimento global no país, o setor
de transportes tem ainda largo espaço
para ações de mitigação.
“A questão é de escolha: o Brasil
vai optar pelo passado ou vai liderar um revolução
para o futuro?”, questiona Magno.
+ Mais
Fiat responde a consumidores
Notícia - 17 - abr
– 2014 - Ao receber milhares de mensagens
pedindo carros mais limpos e eficientes, montadora
lista medidas que adota pelo meio ambiente.
Greenpeace mantém posição:
dá para ir além.
Na última terça-feira,
o Greenpeace lançou uma campanha desafiando
Fiat, Volkswagen e Chevrolet – líderes
em vendas de automóveis no Brasil –
a produzir veículos que consumam menos
combustível e emitam menos gases estufa.
A Fiat começou a responder, por email,
às milhares de pessoas que enviaram
mensagens pedindo essa mudança. As
demais companhias ainda não se manifestaram.
No email enviado pela Fiat
(íntegra abaixo), a companhia elenca
várias medidas mostrando comprometimento
com inovações que reduzem o
impacto ambiental de seus veículos.
Para exemplificar, a montadora cita um de
seus carros novos que, segundo ela, emite
menos CO2 que a média.
A Fiat também destaca
que 97,5% de seus automóveis são
flex, podendo ser abastecidos com etanol.
E nesse caso, sugere a empresa, o problema
está resolvido, pois o combustível
é 100% renovável e “praticamente
neutraliza as emissões de CO2 na atmosfera
com o ciclo do plantio da cana-de-açúcar”,
diz a nota.
O Greenpeace mantém
sua posição: dá para
ir além. Os novos veículos que
a fabricante têm colocado no mercado
brasileiro, com eficiência energética
superior à média dos veículos
nacionais, são a prova disso: a tecnologia
não só existe como está
acessível. O que o Greenpeace e os
consumidores estão pedindo é
que essa prática – que significa menos
emissões e menos consumo de combustíveis
– não seja fato isolado, mas que se
torne padrão em todos os veículos
produzidos pela montadora.
Se a Fiat já está
aplicando essas inovações tecnológicas
em alguns de seus automóveis, não
há motivos para que ela não
se comprometa com as mesmas metas de eficiência
energética europeias, alinhando toda
sua frota com o que há de mais avançado
em termos de redução de consumo
de combustível.
Quanto à adoção
de motores flex, abastecidos com etanol, não
se pode ignorar dois elementos: isso não
significa ganho de eficiência energética
– desde que foi criada, a tecnologia flex
avançou pouco nesse sentido. E há
impactos socioambientais inegáveis
da atual produção de biocombustíveis
no Brasil, como o desmatamento, o avanço
sobre outras culturas alimentares e a contaminação
de água e solo por fertilizantes. O
investimento em eletromobilidade também
pode ser uma resposta a essas questões.
Enquanto esses problemas
são solucionados no médio e
longo prazo, medidas de eficiência energética
são a melhor solução
de curto prazo na redução de
emissões e de consumo de combustíveis.
Esperamos que a Fiat, líder em vendas
de carros no Brasil, também lidere
o caminho para carros mais limpos e eficientes.
Leia abaixo o email enviado
pela Fiat
Agradecemos o envio de sua mensagem. A propósito
do tema que é sua preocupação,
gostaríamos de observar que a Fiat
foi uma das primeiras fabricantes do país
a apoiar voluntariamente o Programa Brasileiro
de Etiquetagem Veicular (PBEV) criado em 2009
pelo Inmetro, ao informar com transparência
aos consumidores os valores de consumo de
combustível de seus principais modelos
e de emissão de CO2.
A cada novo lançamento,
a Fiat investe em tecnologias para ampliar
a eficiência energética e reduzir
a emissão de CO2, com resultados concretos
para a qualidade do ar. O Novo Uno com motor
1.4, que recebeu nota A no PBEV 2014, emite
97,4 gramas de CO2 fóssil – valor que
está abaixo da marca exigida pelo Inovar-Auto
em 2017 e pelas legislações
europeias vigentes, comprovando a constante
evolução da Fiat por veículos
cada vez mais eficientes. O Palio Fire e o
Novo Fiorino, recém-lançados,
também trazem importantes inovações
como pneus verdes, óleo lubrificante
do motor com aditivos de baixo atrito, melhorias
aerodinâmicas, entre outras tecnologias
e ações, com foco na redução
do consumo de combustível. Atualmente,
80% dos veículos produzidos têm
pneus de baixa resistência a rolamento
(pneus verdes).
Vale destacar que 97,5%
dos veículos da marca Fiat comercializados
são flex, que podem ser abastecidos
com etanol – combustível 100% renovável
que praticamente neutraliza as emissões
de CO2 na atmosfera com o ciclo do plantio
da cana-de-açúcar. Além
da escolha do combustível, a manutenção
dos veículos também é
um importante diferencial com reflexos diretos
na emissão de CO2. Velas usadas, filtro
de ar sujo, pneus com calibragem fora do padrão
e suspensões desalinhadas ampliam,
em média, 20% do consumo de combustível.
Com o objetivo de conscientizar os motoristas
para os riscos da falta de manutenção,
a Fiatrealiza, de forma contínua, campanhas
educativas.
É importante lembrar
também que a Fiat foi a primeira fábrica
de automóveis a conquistar a ISO 14001,
em 1997, que atesta a eficácia de nosso
Sistema de Gestão Ambiental. E a Fiattambém
foi a primeira montadora do Brasil a conquistar
a ISO 50001, de gestão da energia.
Fiat Chrysler América Latina