Segunda, 28 Abril 2014
Paulo de Araújo/MMA Caatinga: mais
informação, menos danos
Caatinga: mais informação,
menos danos
Maior esforço é frear o desmatamento
que atende à demanda energética
da região
LETÍCIA VERDI
No Dia da Caatinga (28/04), o governo federal
lançou o Sistema de Gestão da
Informação e do Conhecimento
do Semiárido Brasileiro (SIGSAB), com
a finalidade de reunir e divulgar dados e
informações econômicas,
sociais, ambientais e da infraestrutura do
Semiárido brasileiro. A cerimônia
de lançamento ocorreu em Campina Grande
(PB), na sede do Instituto Nacional do Semiárido
(Insa), órgão vinculado ao Ministério
da Ciência, Tecnologia e Informação
(MCTI). Na ocasião, também foi
inaugurada a segunda unidade de coordenação
de projetos no Brasil da Organização
das Nações Unidas para a Alimentação
e a Agricultura (FAO), que comemora em 2014
o Ano Internacional da Agricultura Familiar.
O diretor do Departamento
de Combate à Desertificação
do Ministério do Meio Ambiente (MMA),
Francisco Campello, que esteve presente na
cerimônia em Campina Grande, afirmou
que o maior esforço do governo, atualmente,
é frear o desmatamento que atende à
demanda energética da região.
“Trinta por cento da matriz energética
do Nordeste usam lenha e 40% das indústrias
também o fazem”, explicou. Segundo
ele, para reverter o quadro, o MMA tem trabalhado
em conjunto com o Serviço Florestal
Brasileiro (SFB), o Instituto Brasileiro de
Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis
(Ibama) e parceiros de órgãos
estaduais, além de organizações
da sociedade civil, na promoção
do uso sustentável do bioma.
“Existe um potencial ambiental
muito grande na caatinga”, declarou Campello,
referindo-se ao uso adequado do bioma. Ele
citou algumas ações do MMA,
como o manejo florestal comunitário
em 15 mil hectares de assentamentos, no Araripe
e baixo Jaguaribe no Ceará, entre produtores
de gesso e cerâmica. Outra iniciativa
lembrada pelo diretor acontece junto às
empresas em relação à
questão energética. “Partimos
da situação de ameaça
para um novo paradigma de produção
e consumo sustentáveis”, disse. A ação
articulada entre a oferta e o consumo da matriz
energética, a lenha, rende um efeito
melhor, segundo ele. Outras duas ações
do MMA no Semiárido são o manejo
florestal de uso múltiplo, que busca
a segurança alimentar dos rebanhos
da região, e os fogões ecoeficientes,
que oferecem segurança energética
a 8 mil famílias.
ALERTA
Está em fase de finalização
o Sistema de Alerta Precoce de Seca e Desertificação.
Trata-se de um programa elaborado com o Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que
permite trabalhar de forma preventiva para
identificar situações emergenciais
e pólos de prioridade para políticas
públicas. O programa será utilizado
pelo Centro Nacional de Monitoramento e Alertas
de Desastres Naturais (Cemaden/MCTI).
O Semiárido brasileiro,
onde se encontra o bioma Caatinga, único
no mundo, se estende por oito estados da região
Nordeste (Alagoas, Bahia, Ceará, Paraíba,
Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte
e Sergipe) e pelo Norte de Minas Gerais, totalizando
uma extensão territorial de 980.133,079
km2, distribuídos em 1.135 municípios,
nos quais reside uma população
de 22.598.318 habitantes.