Belém (08/04/08)
- Foi multada em R$ 40 mil, uma empresa agropecuária
paulista, que tem várias unidades frigoríficas
e de curtimento de couro no Pará. O curtume de
uma das unidades, localizado em Redenção,
apresentava transbordamento e rompimento em uma das represas
das lagoas de estabilização de efluentes.
Isso ocasionou vazamento de resíduos. A verfificação
de poluição no curso d’água que rodeia
o estabelecimento depende de análise da água.
De acordo com o chefe
do escritório do Ibama no município, Herdélio
Maltez Jr., os frigoríficos que a empresa possui,
e que foram vistoriados juntamente com dois curtumes,
estão regulares. “Porém, aplicamos multa
de R$ 8 mil por dia ao curtume e embargamos o estabelecimento
para impedir a saída dos resíduos, até
que o problema fosse resolvido”, informa Herdélio.
A inspeção
foi realizada a pedido do Ministério Público
de Redenção, que recebeu a denúncia
de alguns vizinhos da unidade. Os vizinhos disseram que,
durante o processo de tratamento dos couros, existia o
perigo de vazamento de efluentes (resíduos) para
o curso d’água que passa, não só
pela área da empresa, como pela das residências
próximas. Por conta disso, o Ministério
Público enviou ao Ibama um questionário
para servir de roteiro de inspeção.
O processo de curtimento
de couro envolve muitas substâncias potencialmente
poluentes, como cal, água sanitária, cromo,
sulfatos e nitratos. Para um trabalho mais detalhado,
deve ser feita a análise laboratorial da água.
“Mesmo sem o resultado da análise da água,
é possível a autuação por
lançamento de produtos químicos sem tratamento
no ambiente”, diz Herdélio. Ele acrescenta que
é visível o líquido avermelhado nas
águas do local do rompimento dos diques da represa.
O processo ainda está
em andamento para a verificação de outros
itens como licenciamento, cadastro técnico federal,
outorga de água e controle da lenha usada nas caldeiras.
Luciana Almeida