Brasília (29/04/08)
- Em dois meses de atuação, a operação
Arco de Fogo superou R$ 60 milhões com 338 multas
aplicadas contra o desmatamento da Amazônia pelas
cinco bases da operação montadas nos estados
do Mato Grosso, Pará e Rondônia. Fiscais
do Ibama e policiais federais e da Força Nacional
de Segurança Pública fiscalizaram 166 propriedades,
entre empresas e fazendas, e apreenderam 41,6 mil metros
cúbicos de madeira ilegal, o suficiente para encher
1,6 mil caminhão.
Em 42 estabelecimentos,
as atividades foram paralisadas devido à falta
de licenciamento ou por depósito ou venda de madeira
sem origem legal. Também foram apreendidos 1,4
mil metros de carvão vegetal ilegal, 26 veículos
e 31 motosserras utilizados na prática do crime
ambiental. Os agentes públicos destruíram
1,6 mil fornos de produção de carvão
vegetal clandestinos.
Em Tailândia, Pará,
e em Machadinho D’Oeste, Rondônia, o trabalho foi
concluído. No Pará, a ação
prossegue na cidade de Paragominas. Em Rondônia,
a equipe fiscaliza agora o município de Cujubim.
No Mato Grosso, a operação continua em Sinop
e Alta Floresta.
Paragominas - A Operação
Arco de Fogo em Paragominas, no sudeste do Pará,
já superou a marca dos 12 milhões de reais
em multas aplicadas desde o início de suas atividades
no município. Até o momento, foram lavrados
55 Autos de Infração, sendo um de advertência
e os demais 54 multas, totalizando R$ 12,6, além
dos 10 Termos de Embargo e 26 Termos de Apreensões
e/ou Depósito realizados.
As equipes vistoriaram
20 empresas no município, resultando no embargo
das atividades de quatro serrarias e uma carvoaria. A
operação também vistoriou sete polígonos
de desmatamentos, embargando as atividades em 1288 hectares
onde a floresta foi devastada, visando a sua regeneração
natural. Foram apreendidos até o momento 6.747,123
m3 de madeira em toras, 1168,63 m3 de madeira serrada,
105 metros de carvão, 130 estéreo de lenha,
dois caminhões, uma máquina carregadeira
e duas motosserras.
A Arco de Fogo é
uma ação integrada de forças federais
para combater o desmatamento da Amazônia e a cadeia
do comércio de madeira ilegal. No Pará,
recebe apoio do Governo de estado do Pará, por
meio da Secretaria do Meio Ambiente. A ação
não tem data para terminar.
Kézia Macedo (Ascom Ibama) e Christian Dietrich
(Ascom Ibama Santarém)
+ Mais
Arco de Fogo conclui trabalhos
em Machadinho D’Oeste, Rondônia, com 15 milhões
em multas
Fiscais interditam 9 madeireiras
e pedem o fechamento de mais 23 por serem consideradas
fantasmas
Brasília (25/04/08)
- Cem por cento das empresas madeireiras autuadas, nove
delas interditadas e 23 bloqueadas por serem empresas
fantasmas. Esse foi o saldo da operação
Arco de Fogo em Machadinho D’Oeste, cidade situada no
Nordeste de Rondônia, a 150 km da capital Porto
Velho. Fiscais do Ibama e policiais federais encerraram
as atividades em Machadinho D’Oeste no dia 18 e iniciaram
na terça-feira, 22, a operação em
Cujubim, município vizinho. Por enquanto, eles
realizam análise documental das empresas da cidade.
Todas as empresas madeireiras
ativas do município (32) foram fiscalizadas e autuadas
por comercializar ou por ter em depósito madeira
sem origem legal. Os fiscais aplicaram 97 Autos de Infração
no valor total de 15 milhões. Foram apreendidos
3 mil metros cúbicos de madeira em tora e serrada,
o suficiente para encher 130 caminhões. Ao analisarem
a documentação das empresas, os agentes
descobriram que outros 3 mil metros cúbicos foram
comercializados sem autorização. Nove madeireiras
foram paralisadas por falta de licenciamento ou por não
comprovar a origem dos estoques de madeira. As máquinas
foram lacradas. Toda a madeira apreendida foi recolhida
pelas Prefeituras de Ariquemes e Machadinho D’Oeste.
Destruição
de APP - Além das madeireiras, as equipes da Arco
de Fogo vistoriaram outras irregularidades ambientais.
Centenas de fornos irregulares foram demolidos por funcionar
sem licença. Os proprietários dos fornos
foram multados. A frente que fiscalizou desmatamentos
identificou devastação em Área de
Preservação Permanente (APP). Dois fazendeiros
foram multados em R$ 49 mil e R$ 245 mil por desmatar
APP sem autorização. Um deles é dono
de uma madeireira que foi lacrada pela operação.
Fantasmas - No início
da ação em Machadino D’Oeste, o Ibama fez
levantamento das empresas madeireiras da região.
Constavam no Cadastro Técnico Federal do Ibama
(CTF), 55 empresas madeireiras. Quando os fiscais verificaram
os endereços declarados no CTF, constataram que
23 estavam inativas. Segundo informações
colhidas pelas equipes da Arco de Fogo, algumas madeireiras
pararam de funcionar há anos. Outras nunca existiram
no local indicado no sistema. No lugar de antigas serrarias
foram encontradas empresas de outros ramos comerciais.
Em outros casos, havia
pequenas serrarias (chamadas de pica-pau por serrar pouca
madeira) sem madeira no pátio. Apesar de várias
tentativas, os fiscais e policiais não localizaram
os responsáveis, o que reforça a suspeita
de que tais serrarias ou são ilegais ou existem
apenas como fachada para esquentar madeira ilegal. Outro
fato intrigante é que essas serrarias estão
movimentando mais de mil metros cúbicos de madeira
por mês. Os fiscais pediram o cancelamento de registro
dessas madeireiras junto a Superintendência do Ibama
em Rondônia.
O coordenador dos trabalhos
do Ibama na Arco de Fogo, Wilson Cardoso, diz que a operação
atingiu o objetivo proposto. “Ibama e PF continuam a investigar
as irregularidades encontradas em Machadinho D’Oeste”.
Ele observa que as infrações não
se limitaram ao campo ambiental. “Associados ao crime
ambiental, vêm os ilícitos trabalhistas.
Encontramos condições de trabalho subhumanas”,
observa Cardoso.
Kézia Macedo - Ascom Ibama