Belém (18/03/09)
– A Gerência do Ibama em Marabá contabiliza
mais de 110 km de redes apreendidas e incineradas durante
a Operação Tucuxi, finalizada no mês
passado, na região denominada “bico do papagaio”,
localizada na tríplice divisa Pará/Maranhão/Tocantins,
até o lago da Usina Hidrelétrica de Tucuruí,
no Pará.
Segundo o coordenador
da operação, o técnico ambiental
do Ibama Paulo Almeida, além das redes de pesca
foram apreendidas 15 toneladas de diversas espécies
de peixes. “Apreendemos mapará, mandi moela, branquinha,
voador, jaraqui, dentre outros que foram integralmente
doados a instituições beneficentes ou bairros
em que há predominância de pessoas de baixo
poder aquisitivo”, conta Almeida.
Além das redes
e peixes, foram apreendidos apetrechos utilizados para
a pesca ilegal, durante as interceptações
de várias embarcações e veículos
que realizavam transporte de pescado. Também foram
encontrados apetrechos abandonados pelos infratores após
perceberem a ação fiscalizatória.
Indústria de pesca
e trabalho escravo
A Operação
Tucuxi diagnosticou que a indústria da pesca se
organizou e se fortaleceu tendo como lastro uma sequência
de relações comerciais que beiram o trabalho
escravo. Segundo os pescadores entrevistados pelos fiscais
do Ibama, a cadeia pesqueira é dividida em vários
elos: as indústrias processadoras, os atravessadores
e os pescadores.
Os atravessadores aliciam
os pescadores, oferecendo material para a pesca: combustível,
redes e alimentação, que deverão
ser pagos “aos poucos”, com a pesca. “Porém, os
atravessadores pagam aos pescadores um valor muito inferior
ao que os peixes valem no mercado e, com isso, os pescadores
nunca conseguem pagar as dívidas, que só
vão acumulando a cada pesca realizada”, explica
o analista ambiental do Ibama Gudmar Dias.
Dados da Operação
Tucuxi
A Operação
Tucuxi, coordenada pela Gerência do Ibama em Marabá
para fiscalizar o transporte de pescado em função
da piracema está atuando na região desde
o dia 8 dezembro de 2008, com a parceria do Corpo de Bombeiros,
Polícia Militar, Secretaria Municipal de Meio Ambiente
(Semma) e Eletronorte, que dispuseram seus veículos,
barcos e lanchas para a realização destas
ações, encerradas no começo deste
mês.
Luciana Almeida
Ascom/Ibama/PA
Fotos: Gudmar Dias