Vitória (19/06/2009)
- Fiscais do Ibama, em mais uma ação da
Operação Bicho Solto, multaram a empresa
de mineração Granitos e Mármores
Machado Ltda., localizada em Barra de São Francisco,
na região norte do Espírito Santo, por continuar
desmatando a área de reserva legal da propriedade.
A multa foi de R$ 100 mil.
Segundo os fiscais que
estiveram no local, a área de reserva legal era
o único remanescente de Mata Atlântica da
propriedade. No início deste mês, a empresa
já tinha sido multada pelo desmatamento em R$ 5mil
e as atividades na área estavam embargadas pelo
Ibama.
Através de denúncias
do Sistema Linha Verde, a equipe do Ibama voltou hoje
(19) à propriedade e constatou o descumprimento
do embargo. A empresa, além de dar continuidade
ao desmatamento dentro da área de reserva legal,
também a estava utilizando como área de
descarte de entulhos das atividades de mineração.
A manutenção
da reserva legal é uma das condicionantes da licença
ambiental da empresa, que é o documento que dá
condições para que as atividades de mineração
ocorram na propriedade. As condicionantes são formas
de compensação ambiental aos danos causados
pelas atividades de mineração.
Os responsáveis
pela empresa, além das duas multas e da continuidade
do embargo, vão responder a processo criminal junto
ao Ministério Público de sua comarca. Os
autuados possuem 20 dias para apresentarem suas defesas
junto ao Instituto.
Luciana Carvalho
Ascom Ibama/ES
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Ibama leva 75 desmatadores
e madeireiros à Justiça
Brasília (09/06/2009)
- Ações civis públicas foram impetradas
nesta terça-feira (9) na Justiça contra
os 75 maiores desmatadores e madeireiros da região
de Cuiabá, no Mato Grosso. Ibama, Ministério
Público e Advocacia-Geral da União concluíram
os processos administrativos e enviaram aos tribunais.
No total, eles podem resultar na cobrança de mais
de R$ 400 milhões. As multas, que foram lavradas
entre 2005 e 2008, correspondem ao desmatamento de 80
mil hectares de floresta e à venda ilegal de 59
mil m³ de madeira, o que daria para encher três
mil caminhões.
O esforço dos três
órgãos resultou não só na
conclusão da fase administrativa dos processos,
como em uma novidade. A exemplo dos receptadores em crimes
comuns, quem beneficia, comercializa ou compra madeira
ilegal está sendo processado dessa vez por crime
ambiental e em caso de condenação será
co-responsabilizado, podendo ser obrigado a pagar multa
e reparar o dano causando ao meio ambiente.
A determinação
do Ministério do Meio Ambiente é para dar
maior eficácia às autuações
do Ibama, que muitas vezes resultam no simples arquivamento
dos processos. “A impunidade é a mãe do
desmatamento”, salientou o ministro Carlos Minc em coletiva
à imprensa na qual anunciou o envio da segunda
remessa de processos. A primeira, com 100 pedidos de indiciamento
seguiu para a Justiça em outubro de 2008 e daqui
a três meses será feito o primeiro balanço
dos resultados. Segundo o ministro, vários dos
processos já estão em fase de conclusão
com a obrigação dos culpados a pagar as
multas e reconstituir o dano ambiental. Só estão
sendo enviados à Justiça os processos com
maiores chances de decisão favorável ao
Ibama.
A procuradora do órgão,
Andrea Vulcanis, disse que a vantagem de sair da esfera
administrativa para a judicial é que os criminosos
ambientais serão obrigados a pagar as multas e
reparar os danos ambientais, evitando as medidas protelatórias.
O primeiro passo nesse sentido foi a publicação
de uma lei que eliminou os recursos ao Conama, o que fazia
com que os processos demorassem até o dobro do
tempo ainda no Ibama.
Para se ter uma idéia,
no pacote enviado nesta terça-feira há alguns
casos pendentes de decisão em recursos administrativos
há seis anos. Somente no estado do Mato Grosso,
alvo do esforço dos procuradores, existem sete
mil processos administrativos. O total que seguiu para
a Justiça corresponde a apenas 1% da demanda na
área de abrangência da Superintendência
Regional do Mato Grosso. Minc defendeu a criação
de novas varas ambientais especializadas para agilizar
o julgamento dos processos.
Paulenir Constâncio - Ascom MMA
Foto: Jefferson Rudy – MMA
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Operação
Olho Vivo III lacra serrarias receptoras de madeira de
Terras Indígenas
Imperatriz (04/06/2009)
Os municípios de Grajaú e Barra do Corda,
localizados na zona central do Maranhão, são
abrangidos pelas terras indígenas Bacurizinho,
Porquinhos, Cana-Brava, Kanela e Rodeador, as quais apresentam
área total de mais de 1,1 milhão de hectares,
todos inseridos no bioma cerrado. Vem ocorrendo intensa
pressão sobre estas áreas com relação
à retirada de madeira ilegal, que está abastecendo
as indústrias serrarias e movelarias dos pólos
daqueles municípios.
O grau de tensão
já é tamanho que, há um mês,
índios mataram motorista de caminhão em
Barra do Corda devido ao não pagamento da madeira
retirada do interior da terra Indígena Canabrava.
O motorista tinha ido receber um novo carregamento de
madeira no povoado Piçarreira, na estrada de Jenipapo
dos Vieiras, a cerca de 10 km da BR-226, quando foi abordado
pelos indígenas, que queriam dinheiro para liberar
a carga.
Foi, então, realizada,
a Operação Olho Vivo III, planejada pela
Gerência Executiva do Ibama em Imperatriz/MA, e
que contou com a participação de 13 fiscais
dos estados do Maranhão, Mato Grosso e Rio Grande
do Sul, juntamente com a Policia Militar do estado.
Durante a ação,
foram levantadas as empresas serrarias e movelarias com
suspeita de obtenção de madeira oriundas
das terras indígenas da região. Foram fiscalizadas
19 empresas. Destas, dez foram embargadas e tiveram seus
maquinários lacrados. Foram lavrados R$ 228.766,00
em multas.
Algumas empresas, mesmo
tendo vigentes o Licenciamento Ambiental e Cadastro Técnico
Federal vigente e o Cadastro de Consumidores e Exploradores
de Produtos Florestais - Ceprof/MA, tiveram suas atividades
embargadas, pois possuem seus saldos de pátio zerados
e sem perspectiva de recebimento de madeira legal.
Segundo o coordenador
da operação, Paulo Vinícius Marinho,
tal medida foi tomada de forma preventiva, pois essas
empresas, mesmo legalizadas documentalmente, vêm,
constantemente, recebendo madeiras retiradas das terras
indígenas devido á grande oferta, não
procurando comprar madeiras de projetos de supressão
ou de Planos de Manejo Florestal autorizados pelo órgão
estadual, existentes na região.
Foram localizadas em Grajaú
cerca de 230 toras abandonadas em terrenos baldios e estradas
vicinais. Toda essa madeira foi retirada com auxílio
de maquinários e depositada na diocese e no hospital
filantrópico do município, que foram orientados
em como solicitar a de doação dos bens apreendidos.
Houve
também a fiscalização da atividade
de desmatamento ilegal, com base na obtenção
de dados oriundos pelo satélite Deter e analisados
na Divisão Técnica do Ibama. A fiscalização
resultou no embargo de 208 hectares. Importante ressaltar
que, em termos de extensão, 74% dos polígonos
definidos pelo Deter com indicativo de desmatamento estavam
no interior das Terras Indígenas. Todas essas informações
serão repassadas para a Funai com cópia
para o Ministério Público Federal para a
tomadas das devidas providências.
Gerex Imperatriz/MA