Novo Progresso (30/09/2009)
– Mais R$ 6,1 milhões em multas foram aplicados
nos últimos dias na Operação Boi
Pirata II, elevando o total para R$ 128,5 milhões
desde o início da operação, em junho.
No último sábado (26/09), os fiscais impediram
o desmatamento de 211,7 hectares de floresta amazônica,
o equivalente a cerca de 210 campos de futebol, numa das
áreas mais preservadas da região de Novo
Progresso, na divisa com Altamira, no sudoeste do Pará.
Os agentes chegaram de helicóptero ao interior
da mata, onde flagraram dois homens fazendo o corte de
árvores centenárias.
Na ação,
foram apreendidos 60 m³ de madeira em tora, quantidade
suficiente para encher três caminhões, além
de dois tratores e três motosserras. O dono da propriedade,
que ficou embargada para permitir a regeneração
da vegetação, poderá ser multado
em cerca de R$ 1 milhão por danificar a flora nativa
sem licença ambiental.
“Interrompemos o desmate
no início do processo, quando a exploração
ilegal está tirando a madeira de maior valor econômico.
Se a fiscalização não agisse rápido,
o passo seguinte seria a queima das árvores jovens
e das sem interesse para o mercado, substituindo a floresta,
definitivamente, por capim”, explica o coordenador da
Boi Pirata II, o analista ambiental Paulo Maués,
da Divisão de Fiscalização da Superintendência
do Ibama em Belém. Segundo ele, sem a ação
do órgão, em três anos tudo estaria
convertido em pasto para o gado.
A 40 km de Novo Progresso,
o Ibama multou um único pecuarista em cerca de
R$ 3,5 milhões pelo desmate irregular de 697 hectares.
O crime ambiental foi identificado pelo Sistema de Detecção
de Desmatamento em Tempo Real (Deter), do Instituto Nacional
de Pesquisas Espaciais (Inpe), e comprovado pelos fiscais.
“Os satélites mostravam a floresta em pé
em 2008 até que uma nova imagem, de agosto de 2009,
revelou a devastação”, disse o analista
ambiental Augusto Castilho, da Superintendência
do órgão em Cuiabá, que integra a
operação. Na mesma região, ele ainda
autuou em R$ 2,3 milhões uma fazenda que, também
no primeiro semestre deste ano, destruiu 454 hectares
de mata nativa amazônica.
Na disputa entre a floresta
e o pasto, o Ibama ainda apreendeu nesta segunda-feira
(28/9), por precaução, 83 sacas de sementes
de capim na BR163 (Cuiabá-Santarém), a 30
km de Novo Progresso. A carga, que pode formar uma pastagem
de cerca de 200 hectares, era transportada por um caminhão
vindo de Mato Grosso. A dona das sementes foi notificada
a apresentar a autorização para o desmatamento
da área onde o capim seria plantado. Já
o motorista, que se recusou a informar o lugar da semeadura,
foi multado em R$ 1 mil por pescar sem licença
e teve uma rede, uma tarrafa e outros equipamentos de
pescaria apreendidos.
Golpe na impunidade
Apesar de não ter os donos identificados, duas
propriedades desmatadas ilegalmente – de 392 e 245 hectares
– foram embargadas mesmo sem a autoria dos crimes ambientais.
Com a sanção, que só se tornou possível
com o advento do Decreto 6514, de 2008, as fazendas não
ficarão impunes pelos danos ao meio ambiente. Elas
não poderão mais desenvolver qualquer atividade,
nem ser alvo de regularização fundiária,
enquanto os donos ou posseiros não suspenderem
o embargo, o que exige adequação à
legislação ambiental. “O Ministério
Público Federal firmou um Termo de Ajustamento
de Conduta (TAC) com os grandes frigoríficos, que
não mais comprarão carne de boi pirata,
criado em áreas embargadas pelo Ibama”, acrescentou
Paulo Maués.
A Boi Pirata II já
embargou mais de 35 mil hectares de terras. A operação
combate o desmate para a atividade pecuária em
áreas protegidas na Amazônia Legal. Com o
apoio da Força Nacional e do Batalhão de
Polícia Ambiental, os fiscais já apreenderam
628 bois e 101 ovelhas, que serão doados ao Programa
Fome Zero, do Governo Federal, e notificaram a retirada
de cerca de 20 mil cabeças de gado criado em terras
proibidas, como as desmatadas irregularmente ou no interior
da Floresta Nacional do Jamanxim (Flona Jamanxim).
Nelson Feitosa
Ascom Ibama/Marabá
Fotos: Nelson Feitosa
+ Mais
Boi Pirata II constata
diminuição da boiada no interior da Flona
Jamanxim, no Pará
Novo Progresso (24/09/2009)
– Fiscais do Ibama na Operação Boi Pirata
II observaram, numa vistoria de helicóptero realizada
na última terça-feira (22/9), muitos pastos
vazios no interior da Floresta Nacional do Jamanxim (Flona
Jamanxim), em Novo Progresso, no sudoeste do Pará.
“Tudo indica que boa parte do gado deverá ser retirada
dentro do prazo, evitando a apreensão”, acredita
o analista ambiental Paulo Maués, da Divisão
de Fiscalização da Superintendência
do Ibama em Belém, que acaba de assumir a coordenação
da operação na região.
Apesar de ainda haver
rebanhos na Flona, cerca de oito mil bois já deixaram
a área protegida, segundo estimativa do órgão.
Um único comprador vindo de Mato Grosso, de acordo
com os agentes envolvidos na ação, adquiriu,
nos últimos dias, duas mil cabeças, de fazendeiros
notificados a retirar os animais da unidade de conservação.
Não à carne
pirata
Mais R$ 2 milhões em autos de infração
foram lavrados ontem (23/09) na Boi Pirata II, elevando
para R$ 122,3 milhões o total de multas na operação.
Um proprietário de terras foi penalizado em R$
1,6 milhão por descumprir três embargos e
desmatar 176 hectares de floresta amazônica, o equivalente
a cerca de 180 campos de futebol, a 40 km de Novo Progresso.
Dono de três mil hectares, o pecuarista sofreu o
embargo em 2008, em aproximadamente 80% da área
que desflorestou ilegalmente, mas manteve as atividades.
Além das multas, ele foi notificado a retirar a
boiada do local em 30 dias sob pena de ter o gado apreendido.
Em outra área,
embargada desde 2006, agora dentro da Flona do Jamanxim,
o proprietário foi multado em R$ 250 mil, também
por descumprir a sanção do Ibama. Se não
retirar cerca de 500 cabeças de gado da área
protegida, ele poderá perder o rebanho.
A Boi Pirata II já
embargou, desde junho, mais de 35 mil hectares de terras
onde a floresta amazônica foi convertida irregularmente
em pasto. Segundo o artigo 108 do Decreto 6514/2008, o
objetivo da sanção é interromper
o dano ambiental e permitir a regeneração
do meio ambiente degradado. “O cadastro de áreas
embargadas do Ibama, porém, está sendo usado
por grandes supermercados e frigoríficos para garantir
a origem legal da carne que oferecem ao consumidor. Se
o boi veio de uma fazenda sob embargo, é pirata.
Engordou às custas da floresta”, explica Paulo
Maués.
Com apoio da Força
Nacional e do Batalhão de Polícia Ambiental,
a Boi Pirata II combate o desmate para a atividade pecuária
em áreas protegidas na Amazônia Legal. A
operação já apreendeu 628 bois e
101 ovelhas, que serão doados ao Programa Fome
Zero, do Governo Federal, e notificou a retirada de cerca
de 20 mil cabeças de gado criado em terras proibidas,
como a Flona do Jamanxim.
O cadastro de áreas
embargadas pelo Ibama pode ser consultado pela internet
(http://siscom.ibama.gov.br/geo_sicafi/). A pesquisa pode
ser feita por estado, município, propriedade, produtor,
entre outros.
Nelson Feitosa
Ascom Ibama/Marabá
Foto: Nelson Feitosa
+ Mais
Boi Pirata II confirma
novos desmatamentos e desativa quatro acampamentos na
região de Novo Progresso, no Pará
Novo Progresso (21/09/2009)
– Com o apoio do Ibama 01, o helicóptero destacado
para a Operação Boi Pirata II, os fiscais
do órgão vistoriaram em apenas uma semana
cerca de 50 áreas onde, entre outros crimes ambientais,
houve a confirmação de desmatamentos recentes
na região de Novo Progresso, no sudoeste do Pará.
Além do novo corte
da floresta, revelado pelo Sistema de Detecção
de Desmatamento em Tempo Real (Deter), projeto do Instituto
Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) que monitora por
meio de imagens de satélite o desflorestamento
na Amazônia Legal, as propriedades já multadas
e embargadas que não vinham cumprindo as sanções
do Ibama foram notificadas a se explicar com o órgão
ambiental. Nas ações, quatro acampamentos
de desmatadores foram desativados e mais duas motosserras
apreendidas.
“A fiscalização
está passando um pente fino na região. Quem
tem terras embargadas, mas fez novas queimadas, avançou
sobre a floresta ou manteve o gado ilegalmente na área,
será novamente penalizado, e com mais rigor. Se
não retirar o rebanho no prazo da notificação
também terá o gado apreendido”, afirmou
o analista ambiental Severiano Pontes, da Divisão
de Fiscalização do Ibama em Santarém,
coordenador-adjunto da Boi Pirata II. De acordo com o
artigo 79 do Decreto 6514/2008, que regulamenta a Lei
dos Crimes Ambientais, a multa por descumprir o embargo
pode chegar a R$ 1 milhão.
Floresta queimada
Em uma das propriedades, na divisa com Altamira, os agentes
constataram que, além da quebra de um embargo de
2008, realizado em 2,9 mil hectares de floresta ilegalmente
convertida em pasto, o equivalente à área
de três mil campos de futebol, houve corte em mais
2,5 mil hectares este ano. Ao chegar de helicóptero
ao novo desmate, os fiscais encontraram dois acampamentos
já abandonados. Os desmatadores fugiram levando
objetos pessoais, deixando para trás mantimentos,
ferramentas, combustível e a floresta queimada.
As barracas precárias feitas de troncos, lonas
e folhas de palmeira foram destruídas, conforme
determina o artigo 111 do Decreto 6514/2008.
Outros dois acampamentos
foram desativados numa área de aproximadamente
500 hectares a 60 km de Novo Progresso. No local, havia
cerca de quatro trabalhadores, alguns arregimentados no
Maranhão, que já tinham instalado 8 km de
cercas. O “gato”, o intermediário que contrata
os operários em nome do suposto proprietário
das terras, foi identificado. Por meio dele, os fiscais
chegaram ao responsável pelo crime ambiental, que
será multado em R$ 5 mil por hectare de floresta
amazônica destruída.
Numa fazenda de 137, 3
hectares, embargada em 2003, os agentes também
interromperam um desmatamento que avançava em mais
24 hectares de mata virgem, a 50 km de Novo Progresso.
O proprietário, além da multa de até
R$ 1 milhão, pelo descumprimento do embargo, terá
o gado apreendido.
A Boi Pirata II combate
o desmatamento para a atividade pecuária em áreas
protegidas na Amazônia Legal. Com apoio da Força
Nacional e do Batalhão de Polícia Ambiental,
a operação já apreendeu, desde junho,
628 bois, 101 ovelhas, armas, motosserras, aplicou R$
120,3 milhões em multas, emitiu 110 autos de infração,
notificou cerca de 20 grandes fazendeiros para que retirem
cerca de 15 mil cabeças de gado do interior da
Flona Jamanxim e embargou aproximadamente 35 mil hectares
de terras, uma área maior que a cidade de Recife,
desmatadas sem autorização do órgão
ambiental.
Nelson Feitosa - Ascom Ibama/Marabá
Fotos: Nelson Feitosa