Taió (28/09/2009)
– Por iniciativa do Ministério Público Federal,
visando atender a denúncias de desmatamento ilegal
na fazenda Parolim, no Vale do Itajaí, norte de
Santa Catarina, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e dos Recursos Naturais Renováveis - Ibama, com
o apoio da Polícia Federal – PF, deflagrou a Operação
Rio da Prata, alusão ao rio que corta a região.
Desde domingo (20), com
grande efetivo de agentes federais dos dois órgãos,
estão sendo investigados crimes ambientais cometidos
na fazenda Parolim e em seu entorno. Ficou constatado
que madeireiras, inclusive as devidamente estabelecidas,
estão armazenando e beneficiando madeira de procedência
ilegal e fazendo o transporte sem cobertura de Documento
de Origem Florestal – DOF.
Também está
na mira da operação uma área invadida
dentro da fazenda, denominada Nova Esperança, onde
foi constatada a implantação de lavouras,
impedindo a regeneração de floresta, e a
queima de madeira para fazer carvão em área
não autorizada, configurando crime ambiental. Foram
autuadas e ouvidas pela Polícia Federal 64 pessoas,
até o momento.
Na primeira semana de
operação, foram destruídos cinco
fornos de carvão, apreendidos um caminhão,
quatro tratores, e grande quantidade de lenha e toras
de canela, imbuia, cedro e araucária. Foram lavrados
pelos agentes do Ibama 65 autos de infração,
o que gerou, apenas no primeiro levantamento, mais de
R$ 300 mil em multas. O serviço de geoprocessamento
do instituto está fazendo o levantamento dos pontos
de desmate para proceder ao embargo dessas áreas,
o que já ocorreu com sete atá agora.
Conforme determinação
da superintendência do Ibama/SC, a madeira apreendida
nesta operação será doada às
prefeituras dos municípios atingidos pelos temporais
ocorridos no início deste mês de setembro.
As comunidades de Santa Terezinha e Rio do Campo, por
estarem próximas da área foco da operação,
receberam a doação de nove caminhões
de madeira contendo 35,5m³ de toras e 61m³ de
madeira serrada, algumas já beneficiadas, como
assoalhos e forros.
A fazenda Parolim detém
15 mil hectares de floresta remanescente do bioma Mata
Atlântica, com exemplares de xaxim, erva-mate, palmito,
canela preta, sassafrás, imbuia, cedro e araucárias.
Segundo o coordenador da operação e analista
ambiental, Carlos Ribeiro, há proposta de uma Organização
Não Governamental - ONG para transformar a área
em unidade de conservação federal, da categoria
Refúgio da Vida Silvestre – RVS.
A operação
Rio da Prata não tem data prevista para terminar.
Badaró Ferrari
Ascom Ibama/SC