Belém (23/11/2009)
– Fiscais do Ibama flagraram na sexta-feira (13/11) uma
balsa carregada com 192 m³ de madeira de desmatamento
no rio Aramã, dentro da Reserva Extrativista -
Resex Mapuá, em Breves, na Ilha do Marajó,
no Pará. Com cerca de 40 metros de comprimento,
a embarcação levava dezenas de toras de
espécies amazônicas, como quaruba, sucupira,
angelim e cupiúba. Além da carga, a balsa,
o empurrador e uma carregadeira, avaliados em R$ 500 mil,
foram apreendidos. Uma serraria no município, para
onde era levada a madeira ilegal, recebeu multa de R$
115, 2 mil por comprar o produto florestal sem origem.
Esta é a quinta
balsa com toras apreendida pelo Ibama na região
em menos de um mês. “A madeira ilegal tem vindo
de locais diferentes. Muitas foram derrubadas até
com machado, o que indica a participação
da população ribeirinha no crime ambiental”,
diz o Chefe do Escritório Regional do órgão
em Breves, Francisco Renó, que está rastreando
os pontos onde houve a derrubada da floresta, dentro e
fora da Resex Mapuá.
A embarcação
detida há dez dias foi denunciada ao Ibama em Breves
por moradores da reserva. “Não existem Planos de
Manejo Florestal próximos, logo a carga só
podia ser de desmatamento”, explica Renó. Com uma
lancha voadeira, os fiscais interceptaram a balsa, numa
ação conjunta com o Instituto Chico Mendes
de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Ninguém foi preso, mas a tripulação
de seis homens também responde judicialmente pelo
envolvimento no ilícito ambiental.
Com
as apreensões das cinco balsas, mais de 2 mil m³
de toras irregularmente retiradas da Floresta Amazônica
saíram do mercado ilegal. Toda a madeira, que seria
suficiente para encher cerca de 100 caminhões,
será destinada a obras sociais na região
do Marajó, após a conclusão do processo
de doação. “Queremos que tudo aconteça
o mais rápido possível para que o produto
do crime ambiental retorne em benefício para a
sociedade”, diz Renó, que promete intensificar
a fiscalização nos quase 50 mil km²
da ilha.
Nelson Feitosa
Ascom Ibama