Quedas do Iguaçu/PR
(25/11/2009) - O ministro Carlos Minc, do Ministério
do Meio Ambiente, esteve hoje em Quedas do Iguaçu/PR
para lacrar uma serraria e maquinários ilegais
apreendidos na Operação Tolerância
Zero, deflagrada nesta terça feira (24), que contou,
além do Ibama, com o Instituto Nacional de Colonização
e Reforma Agrária - Incra, Força Verde (Polícia
Ambiental do PR), Polícia Militar/PR e Polícia
Federal. A ação tem por objetivo principal
reprimir a atuação de madeireiras clandestinas
e irregulares, que trabalham com madeira extraída
de forma ilegal do assentamento Celso Furtado, localizado
no sudoeste do Paraná.
O Projeto de Assentamento
Celso Furtado, em Quedas do Iguaçu/PR, é
a maior área reformada da região sul do
país, com 23.733 hectares, onde moram e trabalham
quase 1.097 famílias, o que corresponde a aproximadamente
cinco mil pessoas. Nesse assentamento há uma reserva
legal de mata nativa de 5.390 hectares e uma área
de preservação permanente de 4.053 hectares.
Segundo o delegado da
Polícia Federal, Dr. Rubens Lopes da Silva, havia
crimes de toda ordem dentro do assentamento, entre eles
tráfico de drogas e de armas. Conforme o delegado,
esses crimes são decorrência dos crimes ambientais,
pois a extração, a compra e a venda de madeira
fomentaram a criação de várias empresas
ilegais do ramo madeireiro, a ponto de o parque industrial
de Quedas do Iguaçu ter sido todo interditado.
Conforme o coordenador
das equipes do Ibama, o analista ambiental, Caio Kanabushi,
o instituto coopera desde o início da operação,
por meio de investigações em conjunto com
Polícia Federal e Incra. O levantamento de informações
foi realizado tanto dentro quanto fora do assentamento.
Caberá ao órgão checar a documentação
ambiental das serrarias-alvo, o volume estocado nos pátios
por meio da confrontação do volume declarado
no sistema DOF – Documento de Origem Florestal com o volume
real em pátio, medir e classificar as madeiras
apreendidas e tomar providências quanto às
demais irregularidades ambientais percebidas nessas serrarias.
Em sua fala à imprensa,
o ministro mostrou os primeiros resultados da operação,
que são a prisão de dois vereadores e de
mais 18 pessoas, a emissão de 60 mandados de busca,
35 mandados de interdição, e apreensão
de dois tratores, cinco motosserras e de dois mil m³
de madeira serrada e em toras. Falou também que
a reforma agrária é muito boa porque garante
terra e produção, mas que dentro dos assentamentos
será dado o exemplo de austeridade em relação
ao combate a crimes ambientais, juntamente com o Incra,
para garantir a sustentabilidade, pois nos assentamentos
há de se ter o casamento da ecologia com a reforma
agrária.
Minc lembrou que os velhos
assentamentos da Amazônia, do Mato Grosso, nos tempos
da ditadura militar, não se importavam com o meio
ambiente, mas agora, para ele, a nova política
do Incra é diferente. “Temos os Projetos de Desenvolvimento
Sustentáveis e os Programas agro extrativistas.
Donos, testas de ferro ou sócios de madeireiras
como a que foi lacrada vão pagar na prisão
e, de preferência, terão que plantar todas
as araucárias que destruíram, pois o Brasil
não vai deixar ninguém roubar o verde da
nossa bandeira”, acrescenta.
O ministro informou que
para coibir os crimes ambientais, entre outras ações,
está se aperfeiçoando a Coordenação
Interministerial de Combate aos Crimes Ambientais com
o Ministério da Justiça, Polícia
Federal, Polícia Rodoviária Federal, Força
Nacional e Batalhões Florestais ou Ambientais dos
estados e se integrando a informação/inteligência
entre a Polícia Federal, o Ibama e a Agência
Brasileira de Informação – Abin.
A operação
Tolerância Zero continua até o final da semana,
quando haverá uma varredura em todo o assentamento
Celso Furtado e em mais 11 municípios do centro-oeste
paranaense.
Badaró Ferrari
Ascom Ibama