Campo Grande (02/09/2010)
- Na segunda expedição realizada pelo Ibama
aos Portos Morumbi e Porto Izabel localizados nas margens
do Rio Paraná no lado de Mato Grosso do Sul, a
fiscalização flagrou inúmeras irregularidades
em construções feitas em áreas de
preservação permanente nessa região,
que fica no cone sul do Estado, na divisa com o Estado
do Paraná.
Foram inspecionadas 23
construções localizadas no entorno do Porto
Izabel e duas na Praia do Cascalho (antigo porto Fragelli).
Dez obras irregulares foram embargadas e interditadas
e 17 novas construções turísticas
e de lazer serão multadas pelo Ibama em R$15 mil
cada uma.
A situação
mais grave encontrada pela expedição do
Ibama foi a construção de um canal de acesso
de embarcações em área de preservação
permanente na zona de amortecimento do Parque Nacional
da Ilha Grande às margens do rio, o que constitui
infração ambiental gravíssima. A
Superintendência do Ibama em Mato Grosso do Sul
interditou o local e apreendeu um trator que fazia o canal.
A expedição
foi realizada pelo Ibama, a pedido dos Ministérios
Públicos Estadual e Federal, que abriram inquéritos
por crimes ambientais e construções irregulares
nessa região do Estado.
A primeira expedição
ocorreu em 22 de outubro de 2009, quando técnicos
do Ibama de Mato Grosso do Sul e do Paraná fizeram
um percurso de barco de 200 km ao longo do Rio Paraná,
no trecho entre a barragem de Porto Primavera e às
margens do rio Paraná, no Município de Mundo
Novo. Nessa expedição, a equipe fez um levantamento
das condições de preservação
ambiental da região, que é considerada pelo
Ibama o trecho mais preservado de toda a bacia do Rio
Paraná.
Naquela viagem, a equipe
colheu dados para verificar as condições
de ocupação das margens do rio pelo turismo,
pecuária e agricultura. A região compreende
a APA – Área de Proteção Ambiental
das Ilhas e Várzeas do Rio Paraná (com área
total de 814.331 mil hectares) que está localizada
nas duas margens do rio, nos estados de Mato Grosso do
Sul e do Paraná. Os técnicos do Ibama constataram,
na época, que as margens do rio Paraná do
lado do Mato Grosso do Sul estão mais preservadas
do que as do território paranaense.
O superintendente do Ibama
em Mato Grosso do Sul, David Lourenço, que coordenou
a operação, afirmou que essa é uma
importante área ambiental por causa da diversidade
na ictiofauna, responsável em grande parte pelos
estoques pesqueiros do Rio Paraná. “É considerada
uma região estratégica para a preservação
dessas várzeas e do bioma que resta de mata atlântica
em Mato Grosso do Sul”, avaliou.
Mariza Pontes de Oliveira - Ascom Ibama/MS
Fotos: Ibama MS