São Paulo (07/10/2010)
- O Escritório Regional do Ibama em Santos realizou
operação conjunta com a Secretaria de Meio
Ambiente para verificar denúncias de maus tratos
a animais no Pet Shop/Avícola, localizado na região.
Depois de constatado, categoricamente, pelos médicos
veterinários que os bichos estavam sofrendo maus
tratos, os fiscais do Ibama apreenderam 572 animais, entre
silvestres, exóticos e domésticos. Dentre
as espécies haviam aves raras e ameaçadas
de extinção.
No local foi encontrada
comida fungada e apodrecida, muito mau cheiro, lixo e
sujeira, havia ninhos de baratas embaixo das gaiolas,
veneno de rato próximo aos animais e bichos doentes
junto com animais sadios. Foi detectado, também,
falta de iluminação e ventilação
adequada e em algumas gaiolas não havia água
nem alimentos.
Os animais silvestres
e exóticos foram levados para o Centro de Triagem
Refúgio Mata Atlântica, quando foram identificados
pela equipe e feito o preenchimento dos laudos. Os animais
domésticos foram encaminhados para os zoológicos
da região que tinham interesse em recebê-los.
Segundo a chefe do escritório
de Santos, Ingrid Furlan, todas as gaiolas foram marcadas
com lacres e anotado as especificações dos
animais em cada uma, para que nada se perdesse. “Não
imaginávamos ser tantos animais, considerando que
o local é bem pequeno. Foram diversas viagens de
caminhonete e caminhão da prefeitura. Foi uma operação
bem bonita e deu tudo certo”, comemora Ingrid.
A ação contou
com o apoio da Codevida (Setor de proteção
animal) e do Conselho Regional de Medicina Veterinária
do Estado de São Paulo.
Ascom Ibama/SP
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Ibama devolve 302 aves
à natureza na Bahia
Salvador (05/10/2010)
- A equipe do Centro de Triagem de Animais Silvestres
(Cetas) do Ibama em Salvador realizou a soltura de 302
aves silvestres, na RPPN Morrinhos, município de
Queimadas, nos dias 21 e 23 de julho deste ano. A área
de soltura pertence ao bioma Caatinga e possui cerca de
190 hectares (há) destinado à preservação.
Cerca de 45% dessas aves
foram apreendidas poucos dias antes em Feira de Santana,
durante uma ação de fiscalização
do Ibama em conjunto com a Polícia Rodoviária
Federal.
Na fazenda, as aves foram
colocadas nas voadoras (foto) com o intuito de se ambientarem.
Para a soltura, a tela da voadeira foi removida permitindo
que as aves fossem saindo espontaneamente. Durante o monitoramento,
verificou-se que as aves se alimentavam no local, formavam
grupo e buscavam abrigo para o período noturno.
Ascom Ibama
Fotos: Josiano Cordeiro Torezani
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Ibama esclarece dúvidas
sobre caça ao javali
Brasília (01/10/2010)
– O coordenador de Gestão do Uso de Espécies
de Fauna, da Diretoria de Uso Sustentável da Biodiversidade
e Florestas (DBFlo/Ibama), Vitor Hugo Cantarelli, em entrevista
concedida a órgãos da imprensa gaúcha
na última quarta-feira (29), voltou a tratar da
questão relativa ao controle de caça ao
javali.
Informou, inicialmente,
que essa caça não é uma questão
que diz respeito somente ao Rio Grande do Sul (onde se
estima que haja uma população de mais de
54 mil indivíduos) mas também a outros estados
do país já que a espécie também
se dissemina em áreas de SC, PR, SP, RJ, MS, MT,
GO, MG e Bahia. Como já está na região
do Pantanal, há a preocupação de
invadir também os territórios da Bolívia
e do Paraguai.
Esclareceu que, por ser
o javali muito agressivo, tem provocado acidentes fatais
com pessoas despreparadas para seu enfrentamento e que,
como portador de doenças, traz e provoca prejuízos
à agricultura, além de questões de
saúde pública, sendo, então, necessária
a ação conjunta com outros ministérios
(saúde, Agricultura, Ministério das Relações
Exteriores) e de órgãos governamentais de
meio ambiente (estaduais e municipais) para se debelar
a praga.
Por outro lado, dada a
complexidade do problema, a caça em si não
é a solução definitiva para o caso,
é apenas um paliativo: na prática, o javali
continua proliferando-se (a instrução normativa
que permitiu a caça não foi suficiente).
Por isso, é preciso que haja o envolvimento de
outros órgãos e da sociedade civil para,
juntamente com o Ibama, buscar-se o controle efetivo da
situação, fazendo-se mister até a
criação de uma força-tarefa que se
respalde nas decisões da sociedade como um todo
e não em resoluções arbitrárias.
Para tanto, está sendo proposta a criação
de um grupo de trabalho permanente com representantes
do setores envolvidos, inclusive aqueles que possuem experiência
no enfrentamento ao javali.
Cantarelli espera que,
dessa forma, a formação de um grupo (bem
organizado e não setorial) atenda as expectativas,
salientando que os técnicos do Ibama necessitam
trabalhar com informações que possam também
ser fornecidas por outros órgãos a fim de
definirem soluções em conjunto: “o Ibama
não deve ser responsabilizado isoladamente”.
A proposição
do grupo de trabalho é que se combata sistematicamente
a praga inerente à proliferação do
javali até que seja estabelecido mecanismo de avaliação
e monitoramento que ateste ter-se um controle efetivo
da espécie sem se perder de vista a preservação
das demais espécies da fauna, mesmo porque o javali
também já invadiu unidades de conservação,
onde os danos aos ambientes e à fauna existente
devem ser avaliados com maior rigorismo.
Neste sentido e adiantando-se
para que as informações cheguem de forma
organizada e rapidamente, o Ibama já elaborou um
formulário/questionário para levantar a
situação em cada município, mapeando
o tipo de prejuízo causado, a quantidade de javalis,
seu movimento etc., posto que existe um leque de variáveis
a considerar, como, por exemplo, o fato de a espécie
conviver com animais domésticos e com pessoas e
ter comportamentos diferenciados em função
do ambiente que infesta.
Finalmente, o coordenador
afirmou que é preciso observar os princípios
éticos da sociedade inerentes à questão,
afora os legais, devendo ficar de fora os aspectos emocionais
e motivacionais provocados pelos danos econômicos,
que induzem a práticas que podem ser rechaçadas
pela sociedade. Afinal, outras tantas espécies
já foram introduzidas pelas práticas econômicas
e viraram pragas que provocam prejuízos maiores
mas que não despertam a mesma carga emocional do
que a relacionada ao javali: caramujo gigante, lebre europeia,
peixe-rei, carpas, tilápias, bagre-africano, bagre-do-canal,
abelha africana, mexilhão dourado, rã-touro,
tigre d’água, capins de diversas origens e outras
infestações de lavouras por ácaros,
lagartas, bactérias, fungos, sem contar as próprias
espécies domésticas, todas exóticas.
“Esperamos que o problema
do javali traga uma reflexão sobre as práticas
erradas que os processos produtivos causaram nos ambientes
ao longo do tempo ou sobre as espécies silvestres
e possamos ter uma sociedade mais atuante no respeito
à natureza e em seu uso sustentável”, concluiu.
Jucier Costa Lima